A Primavera Dos Povos
Por: EduardaRodri • 23/8/2018 • Trabalho acadêmico • 1.617 Palavras (7 Páginas) • 260 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
RAÍSA EDUARDA R. DA S. SANTOS
A PRIMAVERA DOS POVOS
Goiânia-GO
29 de maio de 2018
PRIMAVERA DOS POVOS (1848-1850)
[pic 1]
Primavera dos povos é o nome que se dá a uma série de acontecimento que ocorreram na Europa no ano de 1848. Teve caráter liberal, democrático e nacionalista, foi iniciada pela burguesia, que exigia o estabelecimento de governos constitucionais, além de receber apoio de camponeses. O cunho liberal desses acontecimentos provem da Revolução Francesa que teve início em 1789, e foi um movimento impulsionado pela burguesia, apoiada por camponeses e massas urbanas, que teve como intuito derrubar as barreiras que limitavam o comércio internacional, e que espalhou o ideal liberal por toda a Europa, e deu a largada para o fim das monarquias absolutistas. No ano de 1814 deu-se início ao congresso de Viena, que foi uma conferência diplomática entre a Santa Aliança que restaurou as monarquias absolutistas e políticas repressoras.
Esse momento marcou o inicio da exigência por autonomia por parte dos países, foi um movimento que não durou muito, somente até 1850, porém que deixou grandes marcas tais quais o enfraquecimento da monarquia absolutista e o impulso aos ideais aos quais o movimento apoiava. Além disso as revoluções que ocorreram neste período foram fatais para a Santa Aliança (coligação criada pelas potências monárquicas da Europa: Império Russo, Império Austríaco e Reino da Prússia com objetivo de refrear o liberalismo e reorganizar o mapa político europeu).
Um fatores que acarretaram a ‘ primavera dos povos’ foi que entre 1846-1848 houve uma forte crise agrícola que castigou toda a Europa, os preços dos produtos agrícola subiram expressivamente, ao mesmo tempo em ocorria uma superprodução na indústria têxtil que acarretou uma crise, uma vez que com a crise na agricultura houveram diminuições no consumo de produtos manufaturados.
A superprodução acarretou uma paralisação nas fábricas o que resultou em milhares de demissões e reduções salariais, esses fatores contribuíram para piorar consideravelmente as condições de vida das classes mais baixas uma vez que os produtos de necessidade básica estavam cada vez mais caros num momento em que suas rendas diminuíram.
Todos os recursos financeiros dos países europeus foram voltados para a compra de trigo e batata, provindo principalmente da Rússia e Estados Unidos, esse desvio de verbas acarretou num congelamento nas construções industriais e de estradas de ferro, e assim, como num processo em cadeia, houve uma estagnação total na economia do continente. A crise afetou cada país e diferentes maneiras.
FRANÇA
Na França em 1830, depois de uma rebelião que pois fim á nova monarquia, subiu ao trono Luís Felipe de Orléans I, proclamado através da Assembleia Nacional Francesa com o apoio da burguesia, seu reinado durou até 1848 e favoreceu a burguesia num período em que se iniciava a Revolução Industrial.
Após a derrubada de Luís Felipe, foi instaurada a Segunda República Francesa, e foi convocada uma assembleia constituinte tendo como presidente o liberal Lamartine, nesse contexto foram proclamados o fim da pena de morte e o estabelecimento do sufrágio universal nas eleições, enquanto isso os conflitos entre lideranças trabalhista e burguesas só pioravam.
Os socialistas queriam a criação de uma republica social e medidas governamentais que garantissem empregos e direitos trabalhistas ao povo. Já os liberais moderados clamavam por medidas que barrassem quaisquer medidas que pudessem beneficiar as classes mais baixas, temendo a volta de governos radicais.
Em abril de 1848, graças ao apoio dos grandes produtores rurais, os liberais moderados saíram vitoriosos da assembleia constituinte. Não contentes com o resultado os populares organizaram grandes manifestações em Paris. Não contente com o rumo das coisas e sob o comando do general Cavaignac, o governo massacrou os protestantes, fuzilando aproximadamente 3 mil pessoas e deportando mais de 15 mil para as colônias.
Pouco tempo depois foi aprovada uma nova constituição republicana, onde o poder legislativo ficaria a cargo de uma assembleia e o executivo ao comando de um presidente eleito por 4 anos. Em 10 de dezembro de 1848 Luís Bonaparte foi eleito presidente da França, como marcas principais de seu governo Luís enfatizava o ideal do progresso e o poderio nacional. E, em 1851, com o fim de seu mandato estando próximo e a constituição não permitindo reeleição, Bonaparte estabeleceu uma ditadura, e por meio de um plebiscito ganhou poderes para promulgar uma nova constituição e transforma-lo num cônsul, o que lhe deu poderes por 10 anos. Por fim, em 1852 num plebiscito que teve cerca de 95% dos votos favoráveis Luís Bonaparte transformou a França em império novamente e foi coroado imperador recebendo o título de Napoleão III.
ITÁLIA
Na Itália houve uma divisão após o congresso de Viena, o nacionalismo era limitado a pequenos grupos, essa situação mudou com a atuação de Giuseppe Mazzini, que criou uma sociedade secreta chamada jovem, Itália que dizimou células revolucionárias em todo o país. Em 1846 Pio IX foi eleito papa e apoiou o movimento nacionalista que seria um dos fatores que culminaria nos eventos de 1848. O primeiro desses eventos obrigou Fernando II de Bourbon, rei das Duas Sicílias, a outorgar uma Constituição para todo o reino. O rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, publicou uma nova constituição e acreditou na necessidade de declarar guerra à Áustria. Assim, na primavera de 1848 a independência parecia certa porém, Piemonte-Sardenha perdeu a guerra e o rei teve que abdicar do cargo e houve intervenção francesa acabou com a republica instituída em Roma. Por fim, em 1852 com a nomeação do conde Camillo Benso para a presidência do conselho a Itália alcançou sua unificação, esses foram os principais eventos ocorridos na Itália durante a primavera dos povos.
HUNGRIA
Já na Hungria, houve uma das revoluções mais expressivas do período, uma vez que por pouco não levou ao colapso do Império Austríaco, quando a Hungria estabeleceu uma tábula com dez medidas que incluíam:
- Responsabilidade fiscal;
- Liberdade de imprensa;
- Sufrágio universal;
- Reincorporação da Transilvânia;
- Direito de associação e livre organização;
- Liberdade religiosa absoluta e abolição da religião do estado (catolicismo)
- Igualdade perante a lei;
- Tributação igual e universal e fim isenção aristocrática doo imposto
- Abolição do Aviticum, em que na falta de herdeiros masculinos a herança seria destinada ao estado;
- Abolição da servidão, com o estado compensando senhores feudais.
Essas medidas deviam ser respeitadas pelo governo austríaco para a consolidação do Estado Húngaro de Direito, e a Áustria não respeitou nenhuma das medidas o clima de revolução começou a se espalhar pelo país, a situação piorou Petöfi Sándor declarou a ‘canção do povo’ em frente a uma grande multidão, esse ato desencadeou um dos conflitos militares mais violentos da história da Hungria, após esses eventos a Áustria invadiu o país fazendo com que o presidente se demitisse e houvesse uma forte repressão que daria fim ás revoltas.
...