A Resenha Crítica

Resenha Crítica: O informante

O informante é um filme baseado em fatos reais que se retrata a uma denúncia de uma indústria de tabaco, nele narra a trajetória do ex-vice-presidente da Brown & Williamson, Jeffrey Wigand (Russell Crowe) e do produtor do programa jornalístico "60 Minutos" da rede americana CBS, Lowell Bergman (Al Pacino).

A narrativa se compõe com Jeffrey sendo demitido da Brown & Williamson e Lowell tentando convencer Jeffrey a ser seu "informante" e falar a respeito sobre tudo o que sabia sobre o assunto a respeito da indústria de cigarros, sobre os males que as empresas de tabaco sabiam que colocavam em seus produtos para viciarem os usuários, muito das vezes até aumentando a quantidade de nicotina.

Durante a longa metragem Jeffrey se encontra entre um dilema ético e moral entre aceitar a gravar uma entrevista para a CBC, pois revelando a verdade por trás das indústrias de cigarro, o Sr. Wigand iria beneficiar várias pessoas, o acontecimento afeta significativamente não só os envolvidos no processo, mas também todo um grupo de pessoas que consome diariamente o produto da chamada Indústria do Tabaco, entretanto ele tinha um contrato de sigilo com a empresa, quebrando esse contrato ele estaria sendo imoral.

Ao final Jeffrey acaba aceitando gravar a entrevista, ao decidir romper com o termo de confidencialidade assinado com a empresa em que trabalhava, Wigand começa a sofrer as pressões e vê sua vida, aos poucos, sendo mudada. O abandono da família e a mudança de profissão são alguns dos aspectos marcantes no que diz respeito ao impacto do acontecimento na vida do personagem.

Este impacto também é sentido pelo produtor Lowell Bergman, que se vê diante de dilemas profissionais e éticos durante a trama, ao final Lowell acaba achando uma forma de o Ex- executivo depor sem ser imoral.

Quando enfim a entrevista é gravada pela rede americana CBS, ela acaba sendo impedida de ir ao ar por decisões empresariais e políticas da empresa, alegando que as consequências jurídicas poderiam ser fatais, o que decepciona o cientista e o jornalista, que já haviam sido exposto e corriam riscos.

Não satisfeito com isso, o produtor do programa jornalístico "60 Minutos" não admite ser usado como um instrumento de ação política da empresa, e tenta de qualquer forma colocar a entrevista no ar.

Com isso, Bergman acaba se tornando um "informante", e denuncia o acordo de silêncio que a CBS estava envolvida. Depois de muito sacrifício, a entrevista integral finalmente foi ao ar e Bergman pediu demissão, pois como jornalista de atitude, não admitia não poder proteger suas fontes em relação a transmissão de suas entrevistas.

A longa metragem dirigido por Michael Mann trás a tona a questão da ética profissional do jornalismo quando a entrevista, apesar das limitações, é gravada, é impedida de ser transmitida.

Lowell demonstra seriedade, compromisso com a verdade e princípios éticos, o produtor ascendeu na carreira, porém, no momento que “infringiu” a norma maior da corporação (pondo em risco a economia da empresa)recebeu a punição.

O filme aborda questões como a ética jornalística, o papel da imprensa como empresa capitalista e as pressões do meio empresarial. Tudo