A política brasileira em busca da modernidade: O publico e o privado
Por: Elen Cristina • 30/7/2015 • Resenha • 1.157 Palavras (5 Páginas) • 1.179 Visualizações
A POLÍTICA BRASILEIRA EM BUSCA DA MODERNIDADE: NA FRONTEIRA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO
Angela de Castro Gomes
A autora traz neste capítulo uma abordagem sobre a construção da política brasileira em meados do século XX, vai relatar os fatos que ocorreram durante esse período que foi marcado pela crise na república. Retrata um momento da história brasileira em que as pessoas estão vivendo um dilema na tentativa de construir uma “moderna política”, os estudiosos da época precisam lidar com a realidade atual de crise e com o sentimento de decadência e atraso rondando a população e trazendo consequências políticas e sociais.
Percebe-se que ela ao iniciar sua ideia com um recorte do discurso de Rui Barbosa, transmite ao leitor alguns dos pensamentos dos intelectuais da época. Retrata o que eles pensavam a respeito da relação do povo com a política, que não deveria ser apenas de atitudes de votar em alguém, mas de ser atuante. Afinal, o Brasil é construindo por todos os cidadãos, o país pertence a eles, identifica-se uma vontade de reorganizar as ideias, “nascia” uma geração com posicionamento crítico em relação à política.
Rui Barbosa, um desses intelectuais, é demonstrado pela autora como alguém que queria instalar o liberalismo de acordo com as necessidades do Brasil. Outra personalidade que aparece no texto é o Pinheiro Machado que na época era senador e assim como Rui Barbosa não se conformava com a realidade social e política em que vivia, mas, cada um com seus motivos diferentes.
Angela de Castro Gomes traz as ideias de vários autores, mostra os escritos de alguns intelectuais que descreviam e apontavam possíveis soluções para os dilemas vividos na época, vale lembrar que o mundo estava vivendo um verdadeiro caos social e político. Um desses autores é Alceu Amoroso Lima, em de seus documentos escreveu que a República vivia o drama de se desenvolver em meio às fronteiras do público e privado.
Para Alceu, Rui Barbosa e Pinheiro Machado representavam as faces da política brasileira. Enquanto o primeiro era a face moderna o outro representava a face tradicional e era as fronteiras entre o público e privado que dificultava o “progresso” nacional e contribuía para o seu atraso. Uma tradição dicotômica e conservadora fazia parte da sociedade brasileira, a ideia de oposição entre o “Brasil real x Brasil legal” onde o “real” representava a sociedade rural e tudo o que envolvia o sistema patriarcalista e o “legal” considerado como “artificial” era a sociedade urbano-industrial e todos os seus atributos.
Dentro disso a autora destaca dois pontos importantes: o primeiro que essa tradição clássica do pensamento brasileiro traz a ideia que “[...] as causas de nossos males advêm de um desajuste em que “falta poder público e sobra poder privado” [...]” e que o público está relacionado às virtudes e privado aos vícios, mas tanto as virtudes como os vícios estão nos dois “tipos” de poderes o que faz com que a situação torne-se ainda mais complexa de complicada de ser resolvida, se é que tem como ser resolvida. E o segundo é o cenário da tradição se esforçando para manter o público e o privado, o “legal” e o “real” no sentido de manutenção porque qualquer alternativa diferente era impossível.
O texto destaca que são através das fronteiras que cercam a política brasileira que marcam os fatos e valores presentes na formação nacional e que são essas características que causam danos assim sendo, o remanejamento da mesma poderia encontrar novos caminhos para a política brasileira percorrer. A autora diz que o objetivo é propor uma simples reflexão sobre o que e como os autores enfrentaram essa relação do público com o privado e a busca pelo tempo que eles fizeram por um fazer político com modernidade.
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