America latna
Por: Alex Pereira • 3/10/2015 • Trabalho acadêmico • 906 Palavras (4 Páginas) • 153 Visualizações
Diferentemente do pensamento espanhol, que não os considerava como
civilizações de fato, os povos pré-colombianos eram de sociedades bastante
desenvolvidas, com seus determinados impérios, distintos entre si; os olmecas, por
exemplo, foram os primeiros na Mesoamérica “a erigir grandes complexos de
construções, principalmente para fins religiosos” (BETHELL; p. 28), além do início do
calendário e da escrita, embora os primeiros vestígios dessa última terem sido
encontrados em Oaxaca, que sofreu influência dos olmecas. Uso de avenidas e ruas
pavimentadas, cultos religiosos – possivelmente nas praças públicas ou nos devidos
templos -, agricultura, metalurgia, entre outros, também fazia parte da vida dessas
sociedades, os maias pareciam estar “'associados em vários tipos de “confederações” ou
“reinos”' (BETHELL; p. 31), do ponto de vista político.
Isso quer dizer que esses povos não eram sociedades atrasadas, conforme
pensavam os europeus, mas tinham sua forma de vida e cultura própria. Seguindo esse
pensamento, os espanhóis imaginavam ter uma jornada missionária perante esses
nativos, com o objetivo de ensinar sua língua, catequizá-los na religião católica e trazê-los
à civilidade, além do objetivo original de exploração e colonização, adquirindo riquezas e
mão-de-obra para uma metrópole que ainda sofria os efeitos da peste negra ocorrida na
Europa no século XIV. Destruíram tudo o que consideravam “demoníaco”, em
contraposição incorporaram alguns aspectos como a mita e o cuatéquill, que eram já
utilizados pelos incas e astecas, respectivamente. Porém, a imposição da cultura do
colonizador sobre o nativo foi o mais predominante.
Os ibéricos apresentavam padrões gerais de organização e uma experiência
cultural e histórica em comum no início da Era Moderna, formando uma certa unidade;
ainda assim, existem diferenças que os “separam” e distinguem. Havia grande distinção
entre nobres e plebeus, os primeiros com grande status social, os últimos almejavam e
lutavam para tornarem-se da nobreza. Esse era o objetivo dos que vieram à América
Espanhola, alcançar o sucesso e receber títulos, porém eram válidos apenas na colônia,
quando retornavam voltavam à sua posição e status de origem. A questão do
nacionalismo não era algo forte, mas o regionalismo, davam mais importância à província
do que à nacionalidade, o que dava sentido e identidade ao povo era sua província natal,
eram ligados à família.
A vida na província estava focada na cidade, onde havia o “progresso” em geral e
onde se encontrava os nobres e todos que tinham alguma posição social, embora suas
fontes de poder econômico estivessem no campo, “progredir em qualquer coisa
significava aproximar-se da cidade” (SCHWARTZ; p. 22). Ser nobre era um conjunto de
atitudes e uma questão de linhagem, era esperado o domínio das artes marciais, a
destreza com os cavalos e o conhecimento das letras. Apesar de senhoriais, não eram
anti-comerciais. A população da Península era, em sua maioria, de agricultores ou
pastores.
Essa sociedade era patriarcal, “formada de grandes unidades construídas em torno
de uma família e uma propriedade” (SCHWARTZ; p. 25), o ideal corporativo como base
da sociedade ibérica, como afirmavam teólogos e pensadores políticos. A ideia de
tolerância perante à diversidade cultural e à religiosa foi praticamente abandonada, devido
a convicção de uma necessidade de unidade política e religiosa, os que recusavam-se à
conversão foram perseguidos e torturados pela Inquisição Espanhola, a mais severa.
“À medida que foram alcançados os limites da expansão interna”, através do
processo da Reconquista, que visava uma expansão territorial e dos limites da fé, “as
forças dinâmicas da sociedade ibérica medieval começaram a buscar novas fronteiras no
além-mar” (BETHELL; p. 138). Buscavam objetos de luxo, iguarias exóticas e
principalmente ouro, para um melhor comércio com o Oriente, além da já citada questão
da honra e da fama, conquistadas de forma mais rápida pela guerra e através de uma
concessão formal do rei de Castela, que era detentora dos territórios conquistados a partir
dali. Controlou, mesmo que indiretamente, todo o processo de conquista, exploração e
colonização dos povos pré-colombianos. Não ocorreria uma boa conquista sem a
colonização e, consequentemente, a conversão.
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