Artigo Diversidade Religiosa
Por: Cristian Henrique • 30/9/2019 • Artigo • 6.302 Palavras (26 Páginas) • 242 Visualizações
DIVERSIDADE RELIGIOSA
UMA QUESTÃO DE TOLERÂNCIA
Cristian Henrique Ribeiro Silva[1]*
Estéfane Monteiro Rocha[2]**
Michael Raymar Costa Silva[3]***
Mikaelly Costa Rodrigues[4]****
RESUMO
Este artigo apresenta informações sobre algumas das diversas religiões que compõem o mundo, no intuito de expor o fato dele ser plural e diversificado. Cada um possui seu costume, sua crença, seu valor e seu modo de agir e pensar. Trata também da intolerância sofrida pelos povos, por suas crenças e filosofias de vida, sendo excluídos da sociedade, perseguidos e até mesmo mortos.
Palavras-chave: religião; intolerância; diversidade.
1 INTRODUÇÃO
Composto de 6 continentes, cerca de 193 países reconhecidos pela ONU e que atualmente possui uma população superior a 7 bilhões, é notável a amplitude do mundo. Evidente que, não há uma homogeneidade cultural entre a população mundial, cada povo possui sua própria característica. Porém, isso não significa que não pode haver um respeito entre culturas distintas, uma tolerância.
Por vários séculos, o mundo foi movido pela intolerância. Perseguições étnicas e religiosas marcaram sua história, e isso se repete até mesmo na contemporaneidade, o que é um absurdo, pois os erros do passado deveriam servir de aprendizado para extinguir a intolerância presente no mundo.
Este é o propósito deste artigo. Através de informações sobre algumas das várias religiões que compõem o mundo, mostrar a pluralidade cultural existente e a intolerância sofrida no decorrer de suas histórias, com a intenção de conscientizar sobre os piores erros cometidos pelo ser humano.
2 A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
A maior religião do mundo, com mais de 2,4 bilhões de fiéis de diferentes vertentes, como o catolicismo romano e ortodoxo e o protestantismo, o cristianismo é uma religião monoteísta, isto é, a crença em um único Deus. Ela é baseada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, estes que se encontram nos Evangelhos. Os cristãos, assim chamados os seguidores do cristianismo, acreditam que Jesus é o Messias e referem-se a Ele como Jesus Cristo.
Jesus Cristo nasceu em Belém, na província da Judeia, durante o Império Romano. Ele era de uma família simples e humilde, filho de Maria e de José, seu pai adotivo. Jesus, por volta de seus 30 anos, começou a difundir suas ideias na região onde vivia pelas camadas mais populares, composta de pobres e escravos, as quais foram facilmente influenciadas, pois havia um descontentamento com aquela situação de vida e o cristianismo trouxe uma esperança, o Paraíso, somente alcançável após a morte. Esta é uma das crenças dessa religião.
Contudo, para as autoridades judaicas da época, Jesus era visto como um blasfemo por não seguir rigorosamente os ensinamentos da Torá, assim conhecidos os 5 primeiros livros da bíblia pelo judaísmo. Por pregar a paz, a igualdade entre os homens e não reconhecer a divindade do imperador de Roma, Jesus foi visto como uma ameaça e considerado um agitador popular pelos romanos. Isto fez com que Ele fosse preso e condenado à crucificação. Após a morte de Cristo, os romanos pensavam que o cristianismo seria esquecido, porém aconteceu o contrário. Ele ressuscitou após 3 dias, apareceu aos seus apóstolos e pediu-lhes para espalhar a fé cristã. Sem hesitar, eles seguiram a ordem e foram fundamentais para a difusão do cristianismo em todo o continente europeu.
Os descendentes dos apóstolos, que começaram a espalhar o cristianismo pelo mundo, eram chamados de bispos ou patriarcas. Assim, as comunidades constituídas pelos apóstolos foram se perpetuando mesmo após a morte deles, fazendo o cristianismo se fortalecer como igreja. “Igreja" vem da palavra grega "eclésia", que significa assembleia, representando, portanto, a reunião de homens que compartilham as mesmas ideias e práticas.
O cristianismo conquistava cada vez mais adeptos e, após séculos de perseguição pelos romanos, em 313 o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e permitiu o culto dessa religião em todo o Império. Em 325, o imperador Constantino promoveu um encontro em Nicéa com autoridades eclesiásticas para definir as principais crenças e normas que deveriam nortear a conduta dos cristãos. Esse acordo foi chamado de Concílio de Nicéa e foi um marco na constituição da religião católica. Em 391, o cristianismo se tornou a religião oficial de Roma, dando início ao grande poder da Igreja Católica Apostólica Romana sobre a Europa, e posteriormente, o mundo.
A consolidação definitiva do poder da Igreja Católica se deu no século V, a partir da Idade Média. O Império Carolíngio e o feudalismo, proporcionaram espaço econômico e poder político para ela se constituir como a principal instituição medieval.
Por ser uma instituição poderosa, começou a ser contestada. O primeiro impacto contra a Igreja Católica aconteceu em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, foi excomungado e rompeu com o Papa, separando-se da Igreja Católica e formando as Igrejas Ortodoxas. Este episódio ficou conhecido como o Grande Cisma do Oriente, começava assim a divisão do cristianismo.
O segundo golpe contra a Igreja Católica aconteceu a partir do ano de 1517, com a Reforma Protestante. Esta teve como principal base a publicação das 95 teses, que foram divulgadas nos territórios de língua alemã do Sacro Império Romano, para propagandear os maiores princípios da reforma, contrariando as autoridades governamentais e eclesiásticas da época. Martin Lutero, um teólogo alemão membro da ordem religiosa dos agostinianos, revoltou-se contra alguns dos dogmas do catolicismo romano, como a prática da venda de indulgências e a salvação pelas boas ações. Ele passou a defender a tese de que o ser humano somente se salva pela fé, e por isso foi excomungado, fundando a Igreja Luterana. Ela não reconhecia a autoridade papal, negava o culto aos santos, acabava com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos, porém manteve os sacramentos do batismo e da eucaristia.
Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo. Atualmente, quase 40% dos cristãos são protestantes.
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