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FAMÍLIA E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: AUSÊNCIA DE POLÍTICAS DE EMPREGO E DETERIORAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIDA.

Por:   •  5/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.543 Palavras (7 Páginas)  •  137 Visualizações

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2014

Paranavaí - Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO        

2 As mudanças no mundo do trabalho e as novas composições familiares        

3 CONCLUSÃO        7

4 REFERÊNCIAS        8

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1.  INTRODUÇÃO

As relações sociais são determinadas conforme as relações de trabalho, assim com o desenvolvimento da industrialização no Brasil, com a implementação do sistema fordista-toyotista, onde sua ideologia era pautada na produção em massa para um consumo em massa, há necessidade da abertura de novos espaços sócios ocupacionais para que essa produção fosse possível.

Outro fator que passava o país era a crise econômica, com elevadas taxas de inflação e alto índice de desemprego, assim essa nova abertura no mercado de trabalho, traz as mulheres e crianças; com isso as novas relações do trabalho afetam significadamente as relações sociais e familiares.

De acordo com Nogueira (2010) é a partir de 1973 que o capital intensifica a reestruturação, chegando aos anos 1980/90 com a hegemonia política e ideológica do neoliberalismo, a flexibilização têm relação com o crescimento do emprego das mulheres, mas são empregos precários, vulneráveis e sua remuneração é inferior a dos homens, tal desigualdade é de interesse do capital.

Assim com as transformações no mundo do trabalho, ocorrem as mudanças das relações sociais refletindo na composição familiar.

2. As mudanças no mundo do trabalho e as novas composições familiares.

Com relação ao conceito família, Abrahão (2003) explica que esse é de origem romana, que estruturou de forma inconfundível a família, conferindo – lhe “unidade jurídica, econômica e religiosa fundada na autoridade soberana de um chefe”. Se constituindo uma das áreas que mais sofreu modificações ao longo da evolução das relações políticas, econômicas e sociais, apesar de constituir uma das instituições mais antigas do mundo. A família tem seu conceito reformulado de acordo com as mudanças de costumes, valores e ideais da sociedade.

No que se refere às mudanças que resultou no artigo 226 da Constituição de 1988, vale ressaltar que essas trazem o reconhecimento de novos modelos de família, os quais foram denominados de entidades familiares. Dentre essas, a família constituída por qualquer um dos pais e seus descendentes, o que recebeu a nomenclatura de família mono-parental. Tendo em vista o modo pelo qual a família vem se estruturando e modificando nos últimos anos, destacamos que se torna impossível identificá-la como um modelo único ou ideal.

Com as mudanças no mundo do trabalho, o fordismo e a sua produção em massa, para reduzir custos, parcelou as tarefas, desqualificando os trabalhadores, esta organização fez com que Ford conquistasse o mercado mundial, para Harvey(1992), o sistema fordista gerou desigualdades e tensões sociais, embora o descontentamento o fordismo se mantivesse firme até o início da década de 1970.

Essa nova abertura levou ao mercado a mão de obra feminina e infantil, fazendo com que todos os membros das famílias fizessem parte da manutenção da subsistência, pois os problemas socioeconômicos enfrentados eram diversos e a figura do chefe masculino não dava mais conta da sobrevivência familiar; com isso as relações de poder dentro das famílias também se modificavam.

Com o passar das décadas de 1980, esse quadro apenas se agravava e com a entrada do neoliberalismo, em 1990, esse quadro de instabilidade econômica e a ausência do Estado com políticas sociais faz com que as nomenclaturas familiares e a situação da mulher como chefe de família, eclodam. Montali (2000), diz:

No que se refere à família, pode-se mencionar transformações importantes ocorridas tantonos anos 80 como em momento anterior. A expressivaqueda dos níveis de fecundidade no paíscomo um todo deu-se entre 1965 e 1975. Mudançassignificativas ocorreram também, a partir de então,nos padrões familiares, tais como o crescimentodas separações e da proporção de famílias monoparentais,especialmente aquelas encabeçadas pormulheres. [...] O crescimento das famílias chefiadas por mulheres reflete não apenas a transição demográfica e as alterações dos padrões de nupcialidade, mas também um conjunto complexo de fenômenos, com destaque para aqueles que se explicitam através da articulação entre estruturas produtivas e estruturas familiares. (MONTALI, 2000, p. 58).

Dentre outros fatores, Sarti traz que a vulnerabilidade da família auxilia na explicação da frequência de rupturas conjugais; assim, o homem se sente fracassado, e a mulher vê rolar por água abaixo suas chances de ter alguma coisa através do projeto do casamento. Nos casos em que a mulher assume a responsabilidade econômica do lar, ocorrem modificações importantes no jogo de relações de autoridades, e ela pode assumir o papel do homem como chefe de família e definir-se como tal.

Diante dessa “nova” situação Vitale (2002) menciona o texto de Barroso e Bruschini, alertando que as autoras “Chamam a atenção para esta nova forma de família e retratam a dura realidade da vida dessas mulheres”:

É preciso não esquecer que as mulheres chefes-de-família costumam ser também ‘mães-de-família’: acumulam uma dupla responsabilidade, ao assumir o cuidado da casa e das crianças juntamente com o sustento material de seus dependentes. Essa dupla jornada de trabalho geralmente vem acompanhada de uma dupla carga de culpa por suas insuficiências tanto no cuidado das crianças quanto na sua manutenção econômica. É verdade que essas insuficiências existem também em outras famílias, e igualmente é verdade que ambas têm suas raízes nas condições geradas pela sociedade. Porém, esses fatores sociais são ocultados pela ideologia que coloca a culpa na vítima, e o problema se torna mais agudo quando as duas vítimas encarnadas por uma só pessoa. (BARROSA e BRUSCHINI, 1981:40 apud VITALE, 2002).

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