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Fichamento Índios no Brasil

Por:   •  20/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.024 Palavras (5 Páginas)  •  273 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

Docente: Rebeca Oliveira Duarte

Aluno:

Fichamento

Ao chegarem às costas brasileiras pensaram que haviam atingido o paraíso terreal. Os portugueses eram o novo Adão. A cada lugar, o nome do santo do dia: Todos os Santos, São Sebastião, Monte Pascoal. Dessa forma, o Brasil foi simbólica mente criado. Assim, apenas nomeando-o, se tomou posse dele, como se fora virgem (Todorov 1983).

        A História do Brasil, começa invariavelmente pelo “descobrimento” e conferem aos gentios uma entrada — de serviço — no grande curso da História. como enquadrar por exemplo essa parcela da humanidade, deixada por tanto tempo à margem da Boa Nova, na história geral do gênero humano?

        Sabe-se que entre aproximadamente 35 mil e 12 mil anos atrás, uma glaciação teria, por intervalos, feito o mar descer a uns 50 m abaixo do nível atual. A faixa de terra chamada Beríngia teria permitido a passagem a pé da Ásia para a América. Há controvérsia sobre as datas dessa migração e sobre ser ela ou não a única fonte de povoamento das Américas.

        Sabe-se pouco da história indígena: nem a origem nem as cifras de população são seguras, muito menos o que realmente aconteceu. Os estudos de casos existentes na literatura são fragmentos de conhecimento que permitem imaginar, mas não preencher as lacunas.

        Na segunda metade do século XIX, prosperou a ideia de que certas sociedades teriam ficado na estaca zero da evolução, como fósseis vivos que testemunhavam o passado das sociedades ocidentais. Foi quando as sociedades sem Estado se tornaram, na teoria ocidental, sociedades “primitivas”, condenadas a uma eterna infância.

Hoje ainda, por lhes desconhecermos a história, somos tentados a pensar que as sociedades indígenas de agora são a imagem do que foi o Brasil pré-cabralino, sua história se reduz estritamente à sua etnografia.

Na realidade, a história está onipresente. Está presente, primeiro, moldando unidades e culturas novas. Está presente a história ainda na medida em que muitas das sociedades indígenas ditas “isoladas” são descendentes de “refratários”, foragidos de missões ou do serviço de colonos que se “retribalizaram” ou aderiram a grupos independentes, como os Mura.

Está presente a história também no fracionamento étnico e que vai de par, paradoxalmente, com uma homogeneização cultural. É provável que as unidades sociais que conhecemos hoje sejam o resultado de um processo de atomização, e de reagrupamentos de grupos linguisticamente diversos em unidades ao mesmo tempo culturalmente semelhantes e etnicamente diversas, o que é hoje o Brasil indígena são fragmentos de um tecido social cuja trama, muito mais complexa e abrangente, cobria provavelmente o território como um todo.

Mas está presente sobretudo a história na própria relação dos homens com a natureza. Na Amazônia, não só na sua várzea, mas em várias áreas de terra firme, foi povoada durante longo tempo por populosas sociedades, sedentárias e possivelmente estratificadas, e essas sociedades são autóctones, ou seja, não se explicam como o resultado da difusão de culturas andinas mais “avançadas”.

        Povos e povos indígenas desapareceram da face da terra como consequência do que hoje se chama, num eufemismo envergonhado, “o encontro” de sociedades do Antigo e do Novo Mundo. Esse morticínio foi fruto cujos agentes foram homens e micro-organismos.

        As epidemias são normalmente tidas como o principal agente da de população indígena. No entanto, é importante enfatizar que a falta de imunidade, devido ao seu isolamento, da população aborígine não basta para explicar a mortandade. Em suma, os micro-organismos não incidiram num vácuo social e político, e sim num mundo socialmente ordenado.

        Mas não foram só os micro-organismos os responsáveis pela catástrofe demográfico. Exacerbamento da guerra indígena, provocado pela sede de escravos, as guerras de conquista e de apresamento em que os índios de aldeia eram alistados contra os índios ditos hostis as grandes fomes que tradicionalmente acompanhavam as guerras, a desestruturação social, a fuga para novas regiões das quais se desconheciam os recursos ou se tinha de enfrentar os habitantes.

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