MARY DEL PRIORE – MATÉRIAS NA REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA
Por: paulo.kruger • 2/8/2016 • Resenha • 549 Palavras (3 Páginas) • 348 Visualizações
MARY DEL PRIORE – MATÉRIAS NA REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA
“REMÉDIO PARA MULHERES” – Set/2013
Priore apresenta um breve relato sobre o aborto no Brasil entre os séculos 18 e 21. Assunto, que segundo ela, ainda “é fantasma antigo”, mesmo na sociedade brasileira que conta com cerca de 52% do eleitorado de base feminina. No século 18 as mulheres utilizavam de vários recursos para induzir o aborto, carregar fardos, pular e até mesmo, em casos de desespero, utilizavam objetos pontiagudos (agulhas, canivetes e espetos) para acabar com a gestação, “Temia-se mais a gravidez indesejada do que a morte por infecção”
No século 19 a Igreja era mais tolerante com o aborto, pois estipulava que a alma só adentraria ao feto a partir de 40 dias no caso masculino e 80 no feminino, ou seja, antes disso não havia crime, porém havia complicações caso a gravidez fosse por conta de relações extraconjugais. A partir de 1830 a lei criminalizava a abortadeira (aquela que fazia o procedimento) e não a gestante. Em 1890 a lei passou a criminalizar a mãe que abortasse, pena de cinco anos, mas reduzida em um terço em caso de “defesa da honra”.
No século 20 as questões relacionadas ao expressivo aumento populacional se tornaram nacionais, o que estimulou o desenvolvimento de métodos contraceptivos e até mesmo abortivos, que eram anunciados como “medicamentos para mulheres”, para disfarçar a reação abortiva dos componentes.
Na década de 1940 o Estado Novo buscava uma coesão social com intuito de fortalecer a pátria, dessa forma, pretendia também acabar com a imoralidade, sensualidade e indolência ao criar um modelo de família, onde o papel da mulher seria fora da rua e dentro de casa, para manter os casamentos e evitar o surgimento de problemas que poderiam advir dos casamentos desfeitos (alcoolismo, delinquência e marginalidade). Assim, o aborto continuou criminalizados, menos em casos de riscos à gestante e estupros.
Os casos de aborto que se seguiram após o Estado Novo foram sempre preconceituados com fofocas, humilhações e etc, acusando as gestantes de serem amantes de alguém, que nunca aparecia. Muitas mães de família praticavam o aborto por questões financeiras, poderia gerar um custo a mais na renda familiar o que poderia levar ou agravar uma situação de pobreza.
Em 2013 as estimativas feitas pela autora é de que os abortos anuais no Brasil são na quantidade 750 mil a 1,4 milhões, que ocorrem de forma clandestina e matando várias mães. “E ninguém fala disso”.
“FRAGILIDADE HUMANA” – Dez./2012
A infidelidade era, geralmente, punível, porém as mulheres eram quem pagavam mais caro por isso. É o que afirma Mary Del Priore. Ao homem o castigo de corno e à mulher a pena de morte. No Brasil do século 19 houveram casos de adultério, Priore cita um em que o marido teria assassinado sua esposa ao se deparar com ela junto de outro homem na rede. O assassino ficou poucos dias na cadeia, até ser liberto por um desembargador que o soltou por ter cometido o crime por “paixão arrebatadora” e também por ter considerado ter a honra ofendida, isso bastou para tornar o crime desculpável.
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