Novas possibilidades metodológicas para o ensino de história
Por: Tailine Argôlo • 12/5/2016 • Artigo • 1.383 Palavras (6 Páginas) • 470 Visualizações
NOVAS POSSIBILIDADES METODOLOGICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS HISTÓRICOS EM SALA DE AULA
Tailine Nascimento Argolo
Resumo: O presente artigo pretende mostrar através de reflexões, o uso da metodologia de ensino utilizada pelos discentes de história em sala de aula, e como o seu uso pode interferir ou não no aprendizado do discente no âmbito escolar e social. Destacando a importância da utilização de ferramentas de trabalho necessária para aprender a pensar historicamente.
Palavras-chave: Metodologia de ensino. Sala de aula. Ferramentas de trabalho. Historicamente.
Atualmente, a preocupação com a importância do conhecimento histórico na formação intelectual dos alunos faz com que um dos objetivos fundamentais do ensino seja de desenvolver a compreensão histórica da realidade social. Levanta-se varias reflexões diante dos problemas existentes com relação à metodologia aplicada pelos docentes responsáveis pelo componente currícular de história nas salas de aula. E quanto os alunos tem aversão à disciplina, neste caso as objeções são baseadas nas repetições dos conteúdos sem qualquer motivação e estimulo a construção e compartilhamento críticos entre professor e aluno referentes aos conteúdos. A imagem do professor detentor do conhecimento leva a um distanciamento, pois está alicerçado ao comodismo das entre linhas dos livros didáticos.
Nessa definição seria relevante ao professor de história ajudar o aluno ganhar as ferramentas de conhecimento necessárias para aprender pensar sobre sua historicidade. Ele é responsável por mostrar aos alunos como captar e valorizar as diversidades das fontes a sua volta, levando-os a entender que são indivíduos com uma identidade social. Segundo Fernando Seffener (2000, p. 268):
Possibilitar que o aluno (a) se interrogue sobre sua própria historicidade, inserida ai a sua estrutura familiar, a sociedade ao qual pertence; o país, ou seja, fazer o aluno preocupar-se com a construção de sua identidade social, [étnico/racial, de gênero e sexualidade], e as relações que o prendem aos outros, os discursos onde esta inserido, etc. (SEFFENER, 2000, p. 268)
Portanto, observamos que deveriamos olhar para esses conteúdos analisando a possibilidade de construir com nosso alunado novas questões diante de conteúdos direcionados pela historiografia, para desmistificar o conceitos de que não há conteúdos para ser ensinado no componente de história. Segundo Fernando Seffener (2000): “É tarefa e objetivo do ensino de história propiciar ao aluno condições de ter uma experiência, de realizar uma experiência, fazer com que ele se sinta interpelado, e tenha que responder a essa interpelação argumentando seu ponto de vista".
Na maioria das vezes os professores não têm as ferramentas corretas para que utilizem de outras formas de ensino que não seja utilizando o livro didático, como suporte do ensino-aprendizagem dos seus alunos. Nos conteúdos escolares de história provoca uma “amnésia social”, decorrente dos processos de esquecimento de personagens que não tiveram seus nomes citados nos livros didáticos, um exemplo claro são as representações dadas à história da África, quando pensamos nela, nossas lembranças nos remetem a história da escravidão, trabalho forçado. Nos conteúdos escolares estão as grandes navegações do século XVI em volta do continente africano. Outro exemplo claro está nas representações dos grandes homens europeus cabe à imagem do dominador “civilizado” provido de grande aparato tecnológico. Já o negro passa por uma representação negativa, submisso, colonizado, destituído. Mas será que realmente os africanos não tinham historia antes da colonização ou ate mesmo antes do tráfico negreiro? Segundo Ana Celia (2005):
A invisibilidade e o recalque dos valores históricos e culturais de um povo, bem como a interiorização dos seus atributos criativos, através de estereótipos, conduz esse povo, na maioria das vezes, a desenvolver comportamentos de auto-rejeição, resultando em rejeição e negação dos seus valores culturais e em preferência pela estética e valores culturais dos grupos sociais valorizados nas representações. (SILVA, 2005, p. 22)
Essa negação e desvalorização da história africana presente nos livros didáticos ocasionados por questões ideológicas e preconceituosas ocidentais, alguns pensadores como Hegel que em seu curso sobre a filosofia da história que contêm afirmativas como as que seguem: “A África não é um continente histórico; ela não demonstra nem mudança nem desenvolvimento”, evidenciando unicamente a parte setentrional da África que corresponde à região europeia e a asiática, enquanto as demais partes do continente africano foram anuladas da “historia universal”, o que consequentemente acabou refletindo o pensamento coletivo da sociedade africana, negligenciando a história africana em sua totalidade. Segundo Ki-Zerbo (2010):
Ainda que a influência direta de Hegel na elaboração da história da África tenha sido fraca, a opinião que ele representava foi aceita pela ortodoxia histórica do século XIX. Essa opinião anacrônica e destituída de fundamento ainda hoje não deixa de ter adeptos. (KI-ZERBO, 2010, 8)
Atualmente é possível ainda encontrar reflexo dessas representações dos negros como inferiores diante à supremacia branca na sociedade brasileira, essa situação se encontra de forma sutil e flagrante um exemplo é o “preconceito racial” em todos os âmbitos sociais e até mesmo nas instituições escolares. Segundo Antônio Olímpio (2005, p. 59):
O racismo que o negro sofre passa pela cor de sua pele. Este racismo tem um conteúdo cultural muito forte. Os mitos da sociedade ocidental em relação às diferenças entre os homens
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