O Descompasso da Cidadania
Por: n_a_y • 6/6/2016 • Artigo • 442 Palavras (2 Páginas) • 172 Visualizações
Descompasso da cidadania:
A democracia é uma forma de governo embasada teoricamente no governo do povo, ou na tão conhecida “ditadura da maioria”. Em tese, a soberania popular vai além da escolha política, da autonomia eleitoral, da liberdade dos poderes e do controle da autoridade; se tornando uma representação quase perfeita do paraíso terreal. A democracia nasceu na Grécia antiga e provavelmente morreu lá, o que temos hoje no mundo inteiro é apenas um conceito de democracia.
Devido o desenvolvimento desigual das sociedades e civilizações, observamos vários níveis de evolução democrática, tendo atualmente no mundo uma inúmera diversidade de “modelos democráticos”; cada democrata adéqua o conceito de democracia a maneira que melhor lhe agrada. Porém, algumas dificuldades enfrentadas são evidentes em todas as sociedades.
A maior preocupação de um governo, seja ele democrata ou não, é a imagem que ele passa de si mesmo. Esse pensamento tem levado os governos a demasias extremas para transpassarem a ideia de justiça, honestidade, modernidade e competência pública, fachada esta difícil de manter inabalada. Os atuais governos democratas têm sua reputação irrevogavelmente manchada, o que deteriora a imagem dos políticos de forma generalizada, levando a uma falsa compreensão e desanimo social político.
O que mais ouvimos hoje da boca dos cidadãos é a frase: “eu não discuto política!” e esse é o grande problema. A política se tornou algo incontestável e símbolo de brigas fúteis. Não há mais debates ideológicos, fiscalização pública das obras realizadas e do dinheiro empregado, ou comprometimento social na administração da cidade e tão pouco do país. As pessoas não se envolvem com a política, mas desejam ardentemente que uma mágica aconteça no governo e tudo melhore da noite para o dia.
Ora, se queremos algo devemos fazer nós mesmos. A democracia perdeu seu sentido pelo simples fato do povo não querer governar; por falta de tempo, interesse, abundância de preguiça ou qualquer outro fator. Querem que seus desejos sociais sejam satisfeitos, mas sem ter o trabalho de “colocar a mão na massa” ou simplesmente falar para as pessoas certas (os ditos representantes) quais são os seus desejos.
Quando os cidadãos perceberem que o descompasso ético, social e público vivido na atualidade é causa de sua própria culpa, talvez, apenas talvez, a democracia supere suas barreiras deixando de ser um conceito para se efetivar como o paraíso terrestre. “Aqueles que dizem que política não se discute ou que não gostam da política acabam sendo governados pelos que nela tem interesses...” (Professor Diogo Fernandes)
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