O império do capital
Por: Ana Caroline Câmara • 26/4/2016 • Resenha • 948 Palavras (4 Páginas) • 220 Visualizações
"Pela primeira vez na história do Estado-nação moderno, as maiores potências do mundo não estão engajadas numa rivalidade geopolítica e militar direta. Essa rivalidade foi efetivamente deslocada pela competição à maneira capitalista. Ainda assim, à medida que a competição econômica foi superando o conflito militar nas relações entre os principais governos, mais os Estados Unidos lutaram para se tornar o poder militar mais esmagadoramente dominante que o mundo já viu" (p.109).
"Esse é o paradoxo do novo imperialismo. É o primeiro imperialismo em que o poder militar foi criado não para conquistar território nem para derrotar rivais. É um imperialismo que não busca expansão territorial nem dominação física de rotas territoriais. Ainda assim ele produziu essa enorme e desproporcional capacidade militar com um alcance global sem precedentes. Talvez seja precisamente por não ter nenhum objetivo claro e finito que o novo imperialismo exija força militar tão pesada. A dominação ilimitada de uma economia global e dos múltiplos Estados que a administram exige ação militar sem fim, em propósito ou tempo" (p.109).
"Quando, em 2001, os Estados Unidos ( e a Grã-Bretanha) não conseguiram lançar um ataque maciço contra o Afeganistão dias depois das atrocidades do 11 de setembro, houve uma surpresa quase universal, mesmo que marcada por desapontamento ou alívio. As pessoas já estavam esperando um assalto maciço e imediato de alta tecnologia, que pouparia a vida de membros das forças norte-americanas enquanto impunha enormes "danos colaterais" (p.110).
"Os maciços ataques de alta tecnologia, com todos os danos colaterais, ocorreram como antes. Ainda assim, ouviram-se vozes cheias de esperança de que os alvos escolhidos seriam cuidadosamente determinados e "proporcionais" e de que a campanha seria curta. Nesse meio tempo, os Estados Unidos disseram à ONU que se reservavam o direito de deixar em aberto a possibilidade de outros alvos que não o Afeganistão. Quando o regime talibã entrou em colapso naquele país, o fim da "guerra contra o terror" estava ainda mais distante do que parecia no início" (p.110).
"A rejeição da noção de que a intervenção militar deva ter objetivos políticos claros e realizáveis já diz tudo, e articula uma doutrina desenvolvida desde a Guerra Fria. Os Estados Unido e seus aliados, principalmente a Grã-Bretanha, estavam redefinindo a guerra e os critérios pelos quais julgá-la. A nova doutrina de guerra que parece estar surgindo é o corolário necessário de uma nova forma de império" (p.111).
"Imediatamente após as atrocidades do 11 de setembro, o presidente Bush anunciou que seu propósito era livrar o mundo dos malfeitores. Naquele momento, a "guerra contra o terrorismo" estava sendo chamada de "Operação Justiça Infinita". Pouco tempo depois, o primeiro-ministro britânico Tony Blair disse no Congresso do Partido Trabalhista que a campanha em vigor deveria ser parte de um projeto de "reordenamento do nosso mundo" (p.111).
"Evidentemente, não há nada de novo no fato de os Estados Unidos recorrerem à ação militar para perseguir seus interesses imperiais e sustentar sua hegemonia econômica. Não é preciso lembrar que, desde a Segunda Guerra Mundial, o país se engajou em uma aventura militar depois da outra. Existe certo consenso entre alguns analista de que os Estados Unidos têm sido aversão a aceitar baixas entre suas próprias forças,isso não evitou intervenções militares regulares, incluindo não somente guerras importantes como na Coréia e no Vietnã, mas também incursões menores repetidas em outras partes do mundo, da América Central à África" (p.111).
"Essa tradição da guerra justa sempre foi notoriamente flexível e infinitamente capaz
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