Plantas domesticadas uma historia fascinante
Por: Salem Modesto • 19/5/2016 • Resenha • 647 Palavras (3 Páginas) • 627 Visualizações
Plantas domesticadas uma historia fascinante
As populações indígenas se deram conta que estavam cercadas de espécies uteis, começaram a selecionar as melhores plantas para propagar iniciando o processo de domesticação.
A propagação seria inconsciente, ocorrendo com o descarte de sementes e outros propágulos nas lixeiras. O processo de domesticação exige apenas esses dois componentes: seleção e propagação, o tempo garante o resto. A lixeira foi expandida de forma gradual e se transformaram em sistemas de produção de plantas atuais
Hoje essas lixeiras são identificadas pela presença de Terra Preta de Índio um tipo de solo antropogênico muito rico em fósforo, cálcio, carvão e cacos de cerâmicas. A terra preta mais antiga que se conhece datada de 5000 AP está localizada em Rondônia, na periferia sul da Amazônia perto das origens de algumas plantas cultivadas.
Com o crescimento da população foi preciso expandir a produção de alimentos de forma intencional, os sistemas de produção começaram a assumir posições de destaque os povos que conheciam expandiram suas populações e seus territórios.
A maioria das plantas domesticadas teve origem na periferia da Amazônia não no centro. A mandioca, a pupunha, o urucum, pimenta – malaguetas são originarias do nordeste da Amazônia. A batata doce, o abacaxi e a pimenta murupi são originarias do noroeste da Amazônia. No oeste da Amazônia tiveram origem muitas arvores frutíferas como abieiro, bribazeiro, mapati, sapota e cubi etc.
Era uma produção eficiente e diversificada, impressionando viajante a aldeia na foz do rio tapajós que deu lugar a Santarém a aldeia de então ocupava 300 hectares e provavelmente era maior e mais populosa do que muitas capitais europeias da época. O que impressionou os europeus foi a abundancia de alimentos: armazéns cheios de farinhas de mandioca e milho, plantas frutíferas ao redor das aldeias e currais repletos de tartarugas o que permitia a manutenção de poluções humanas numerosas e saudáveis.
A domesticao das plantas e das paisagens da Amazônia se iniciou muito antes do surgimento de sistemas de produção de alimentos e de outros recursos. A palavra agricultura chegou a Amazônia junto com os europeus: antes da conquista os povos amazônicos praticavam horticultura, mas não a agricultura. Uma relação de respeito tanto em relação às plantas quanto aos ecossistemas, fato recorrente na mitologia indígena.
Após a conquista europeia a Amazônia passou por transformações dramáticas. Grande parte dos povos indígenas foi dizimada por doenças e guerras e escravidão. Os primeiros europeus observaram uma região intensivamente domesticada com sistemas de produção complexos e praticas de manejo cujos sinais diminuíram na medida em que se distanciavam dos assentamentos humanos, mas que ocupavam grandes áreas. Os sistemas de produção indígenas que combinavam a arbicultura com horticultura não tiveram impactos duradouros como provocados pela agricultura que ate então não existia.
Os povos indígenas desenvolveram dois processos distintos: a seleção de tipos com menos veneno, comumente chamados de macaxeira na Amazônia, aipim no sudeste do Brasil, mandioca- mansa ou mandioca – doce, e processos que eliminam o veneno, geralmente baseados na fermentação ou cozimento, permitindo a ingestão de mandioca e de seus produtos de mais diversas formas. A mandioca-doce e amplamente distribuída desde o México ate o sul do Brasil, enquanto que a mandioca- brava é limitada a Amazônia.
As pesquisas do final do século 20 que ainda continuam colocaram a Amazônia claramente no mapa mundial dos centros de origem de plantas domesticadas.
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