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RESENHA CRÍTICA – O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO

Por:   •  30/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.247 Palavras (9 Páginas)  •  563 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA – O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO

O texto de Heloisa Meireles Gesteira aborda como os domínios da Coroa portuguesa influenciaram nas comunicações das rotas do Atlântico no século XV. Com isso teve avanços decisivos para os interesses portugueses do Atlântico até as passagens para Índia realizada por Vasco da Gama em 1498 e Pedro Álvares Cabral no Novo Mundo, assim os conhecimentos adquiridos e somados sobre as rotas e as condições de navegação no hemisfério Sul e os povos que habitavam a região até então desconhecidas passaram a fazer parte do comércio.

Neste contexto os interesses políticos e mercantis, juntos justificados com a ideologia do catolicismo, que abordado por Charles Boxer (1992) considerou importante às bulas Romano Pontifex, de janeiro de 1445, e Inter Caetera, de março de 1456, sendo importantes para o conhecimento do colonialismo da época.

Com esses impulsos da expansão portuguesa foi identificado da política, na economia e na evangelização de povos não cristãos, para os novos empreendimentos portugueses, obtendo assim novas técnicas para os problemas náuticos. Trazendo assim desafios para as navegações oceânicas que teve o encontro entre a astronomia e a náutica: no mar os pontos de orientação das embarcações eram as estrelas no hemisfério Norte polar, sendo o sol a estrela guia e o cruzeiro do sul. Para essas embarcações os pilotos eram munidos de tabelas de declinações do Sol e de outras estrelas para obter informações corretas dos roteiros das navegações.

Para melhor adaptar as navegações no oceano Atlântico foi utilizado instrumentos como: astrolábios, bussolas, quadrantes, balhestilhas e além de outros artefatos como compassos, transferidores e réguas. Assim tinhas o melhor conhecimento das correntes marítimas e os sistemas do Atlântico Sul e a ligação dos quatros contentes.

Tendo o objetivo de sublinhar os recursos científicos relacionados aos artefatos utilizados para as mediações, verificar também a ciência do conhecimento adquirido com a expansão ultramarina de Portugal somado ao texto a Arte de Navegar de Manuel Serrão Pimentel (1681, p. II), teve uma dedicatória ao rei dom Pedro II de Portugal pelas ditosas conquistas do reino. Com isso entre os séculos XV e XVI houve grandes transformações que caracterizavam a arte de navegar e a exploração do Atlântico contendo nessas descobertas o uso e a simplificação do astrolábio para o uso náutico; a confecção do regimento do Sol; os cálculos e latitude por meio da relação entre a altura meridiana do astro e a declinação num determinado dia; a preparação das tabelas do Sol e estrelas das constelações conhecidas tendo assim um melhor conhecimento do Atlântico.

Houve também métodos dominantes em meados do século XVIII que o astrônomo Jhoh Hadley que criou novos instrumentos que possibilitaram a determinação da longitude do mar, sendo esses instrumentos cada vez mais precisos sendo eles fabricados na França e Inglaterra. Todas essas inovações dos instrumentos foram imprescindíveis para as observações astronômicas durante o posicionamento das embarcações nas construções de roteiros em buscas de novas terras. Em dezembro de 1547 foi assinada uma carta por dom João III que marcou o início das organizações mais sistematizada no ensino náutico por Pedro Nunes cosmógrafo-mor do Reino, onde iniciou também o ensino e preparação dos pilotos e um controle melhor da Coroa estipulado pelo Regime dos Pilotos, publicado em 1592. Com isso os cosmógrafos-mores eram responsáveis pelas demarcações internas e externas do Reino.

Em 1679 que teve algumas modificações no regime e em 1779 foi criada a Academia Real da Marinha para a preparação de novos pilotos e cartógrafos. O reflexo das necessidades da navegação astronômica claramente apontada no documento de 1592, aponta para a articulação política e a importância do controle das rotas e o ensino da matemática básica ligada a navegações. Tendo em vista a declaração de alguns círculos da esfera para servir o ensino do universo, o movimento do Sol, transmitir regras da Lua e a manipular o astrolábio facilitando os cálculos para melhor e entendimento correto das navegações.

O Tratado da esfera de Johannes Sacrobosco em Portugal, foi marcado pela publicação em 1537, onde foi feita uma tradução pelo matemático Pedro Nunes, que foi um livro didático para aqueles que se iniciavam os estudos da astronomia durante a época moderna e um ponto de partida obrigatório para os que aprendiam a navegar, ensinava o uso de novos instrumentos. Os livros de navegações apresentavam somente os princípios básicos da esfera e noções de navegação composta por terra e água.

Não tendo um detalhamento, cabia ao cosmógrafo examinar o instrumento e as cartas feitas pelos candidatos a piloto, essa padronização dos instrumentos e das cartas é extrema importante, porque as disputas das terras e suas localizações eram resolvidas através da ajuda dos cosmógrafos e cartógrafos do Reino, sendo eles responsáveis pelas demarcações. Isso faz com que evite erros das localizações presentes nas cartas padrão e dos interesses geopolíticos da monarquia, casos os pilotos materializassem essas cartas com o mau uso dos instrumentos.

A Arte de Navegar de Manuel Pimentel faz uma reflexão dos cosmógrafos-mor durante o reinado de dom João V e filho de Luís Serrão Pimentel que antedecedeu no cargo. Essa obra merece um estudo detalhado por reunir aspectos ligados à cultura náutica portuguesa do século XVI e início de XVIII, que explora o uso de instrumentos, em particular o astrolábio.

O cosmógrafo Manuel Pimentel em Portugal reproduziu obras escritas pelos cosmógrafos que o antecederam que se adequou ao Regimento dos Pilotos que foi dedicado aos conteúdos científicos que permite ao entendimento da estrutura do universo e a aplicação da navegação dos círculos que os compõe sendo ela a estrutura da Arte de Navegar. Tal trabalho define o uso dos instrumentos tais como: agulha de marear, astrolábio, balhestilha e quadrantes náutico. Pimentel ainda trata do modo de como se devem registrar as informações nas cartas náuticas e descreve ainda os roteiros e caminhos que passam as embarcações.

Navegar descrito no texto de Pimentel define que é uma arte com o auxílio da ciência das práticas da matemática e da astronomia. Com as regras e as práticas pode-se inferir que o interesse era mesmo ensinar e auxiliar os pilotos para assimilar as práticas de navegar com o reconhecimento de autoridade entre os cosmógrafos e homens da ciência. É importante lembrar que as transformações contribuíram na formação da ciência moderna e práticas artesanais.

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