Resenha Marquês de Pombal o Paradoxo do Iluminismo
Por: julio cesar silvamax • 1/7/2017 • Resenha • 910 Palavras (4 Páginas) • 1.162 Visualizações
(Marquês de Pombal: paradoxo do iluminismo/Kenneth Maxwell- Rio de Janeiro: Pez e Terra, 1996)
A obra de Kenneth Maxwell, Marquês de Pombal o Paradoxo do Iluminismo, é uma das mais completas obras literárias a respeito da vida pública de Sebastião José de Carvalho e Melo, o livro se centraliza na vida política deste personagem histórico enquanto governou Portugal sobre a mais plena confiança do rei, no longo século XVII. Assim, Maxwell revirou uma vasta documentação afim de compreender esta complexa administração.
A problemática tratada pelo autor perpassa por uma dualidade típica de Pombal. No mesmo momento em que tinha como projeto de governo trazer a luz da razão e da ciência, esse governante acabou revelando uma postura despótica, autoritária e centralizadora, o que justifica o termo usado no título do livro –Paradoxo do Iluminismo.
O livro escrito pelo historiador Kenneth Maxwell, nascido em 1941, é um grande expoente nos estudos relacionados a história ibérica, em especial a de Portugal, Também é conhecido pelos inúmeros estudos à história do Brasil em vários períodos. Trabalhou anos na área da diplomacia e hoje em dia trabalha com estudos brasileiros no departamento de história Latina-Americana na universidade de Harvard.
A obra se inicia com uma breve biografia do Marquês de Pombal, desde sua modesta origem, seu trabalho diplomático e sua ascenssão como primeiro ministro do estado português. Também mostra o posicionamento do biografado quanto as ideias iluministas que grassavam na Europa. Para compreender esse personagem é preciso entender a tendência do iluminismo de se contrapor às estruturas arcaicas que até então dominavam a Europa, assim abordar a necessidade do processo de reconstrução mental de Pombal e do Império português no período.
Posteriormente é abordado o efeito do ouro da América Portuguesa em Portugal e a relação Colonia-Portugal-Inglaterra. Havia uma forte presença britânica no comercio luso-brasileiro e os ingleses acabavam por levar vantagens nas negociações sobre os lusitanos. Esses comerciantes vinham da metrópole com inúmeros produtos, os vendiam na colônia e voltavam com o ouro para a metrópole isentos de taxas ou impostos.
Mais adiante Maxwell, analisa as primeiras medidas tomadas por Pombal nas relações. É retrarado o conflito entre os países ibéricos na disputa pelo continente americano, a questão dos jesuítas na colônia, o controle comercial pelo governo português, a tentativa de nacionalização dos investimentos e da comercialização dos produtos extraídos da colônia.
Todas medidas com o intuito de racionalizar a economia, fortalecer a estrutura administrativa e governamental e estabelecer o controle nacional e colonial.
As mudanças de Pombal não passaram sem protesto. No capitulo quatro é trabalhada a questão da dualidade existente na opinião pública a respeito de tais reforma. Ao se dedicar ao estudo de seus principais aliados antagonistas o autor mostra como muitas das ações do novo governante lusitano foram de encontro com os interesses de muitos grupos em Portugal, as reações destes grupos e a maneira como Pombal reagiu a tais manifestações. Quanto aos principais colaboradores foram abordados os motivos pelo qual apoiavam o Marquês e como foram beneficiados por tais atos.
No quisto capitulo as reformas do período pombalino. Sua intenção de racionalização da gestão pública, a busca pela introdução de uma cultura racional através da introdução de novas universidades, o fim da distinção entre cristão-novo e cristão-velho, os novos métodos de gestão econômica no continente americano.
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