A ARTE PRÉ-HISTÓRICA NA SERRA DA CAPIVARA – REGISTROS E INTERPRETAÇÃO
Por: deder2006 • 27/2/2016 • Trabalho acadêmico • 1.131 Palavras (5 Páginas) • 939 Visualizações
UNIVERSIDADE ANHANGUERA OSASCO – CURSO ARQUITETURA – 2014
ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE
A ARTE PRÉ-HISTÓRICA NA SERRA DA CAPIVARA – REGISTROS E INTERPRETAÇÃO
Arte Rupestre também é conhecida como gravura ou pintura rupestre. Esse tipo de arte teve início no período Paleolítico Superior, e é encontrada em todos os continentes.
O termo rupestre é originário do francês, e, designa traçado, pintura sobre suporte rochoso. A arte rupestre é considerada a expressão artística mais antiga da humanidade, pode ser realizada em cavernas ou ao ar livre.
Convencionou-se chamar de arte essas expressões plásticas, pois fornecem valiosas fontes para estudos sobre a evolução humana. Calcula-se que há aproximadamente em todo planeta cerca de 350 mil a 400 mil sítios arqueológicos com arte rupestre.
No Parque Nacional Serra da Capivara e, em sua região, encontram-se os vestígios da presença humana (fosseis, artefatos e pinturas rupestres) mais antigos do país, é um imenso museu imagético a céu aberto. Trata-se de um dos maiores do mundo e constitui uma riqueza não só para o país, mas também para a humanidade.
Criado em 1979 e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em 1991 sendo a partir de então administrada pela Fundação Museu do Homem Americano – Fumdham, sua localização dá-se no sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias.
A superfície do Parque é de 129.140 ha e seu perímetro é de 214 Km. A cidade mais próxima do Parque Nacional é Cel. José Dias, sendo a cidade de São Raimundo Nonato o maior centro urbano. A distância que o separa da capital do Estado, Teresina, é de 530 Km
Atualmente estão cadastrados 912 sítios, entre os quais, 657 apresentam pinturas rupestres, sendo os outros sítios ao ar livre (acampamentos ou aldeias) de caçadores-coletores, são aldeias de ceramistas-agricultores, são ocupações em grutas ou abrigos, sítios funerários e, sítios arqueo-paleontológicos.
Situado em uma área semi-árida, fronteiriça entre duas grandes formações geológicas - a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e a depressão periférica do rio São Francisco - com paisagens variadas nas serras, vales e planície, com vegetação de caatinga (o Parque Nacional Serra da Capivara é o único Parque Nacional situado no domínio morfoclimático das caatingas), a unidade abriga fauna e flora específicas e pouco estudadas. Trata-se, pois, de uma das últimas áreas do semi-árido possuidoras de importante diversidade biológica.
Apresentando cenas do cotidiano como caça, sexo, brincadeiras, lutas, namoro, ritos, plasmadas nas rochas, as pinturas rupestres tinham várias funções e revelam que a vida diária de nossos primeiros ocupantes do país era muito dinâmica. Portanto, são ricas fontes de informação e indicativos de que houve história, educação, sociabilização, comunicação e religiosidade desde sempre na história humana.
Graças as suas datações e ou dos contextos de seus processos de produção é possível recuar no tempo para muito antes de 1500 a história do espaço hoje conhecido como Brasil (Os vestígios mais antigos são duas manchas vermelhas datadas de 23.000 anos, dois segmentos paralelos de reta datam de 17.000 anos, enquanto que pinturas representando temas semelhantes aos que subsistem hoje nas paredes, foram pintadas entre 12.000 e 6.000 anos atrás).
As pinturas rupestres funcionavam como uma forma de transmissão integrada dos conhecimentos acumulados de uma dada cultura.
A pintura até a invenção da fotografia reinou absoluta na divulgação dos acontecimentos.
As rochas serviam como uma espécie de “lousa” para as populações que as produziam, mostrando práticas mantidas ao longo do tempo, e mais do que representações de animais selvagens, os desenhos deixados pelo homem pré-histórico mostram a capacidade de abstração e a sensibilidade visual.
A pintura foi a forma de representação mais antiga utilizada pelo homem, obtida através de diferentes materiais retirados da natureza. Os traços foram feitos com os dedos ou com a ajuda de utensílios; as cores, obtidas do carvão (preta), do óxido de ferro (vermelha e amarela) e, às vezes, com cera de abelha. Substâncias líquidas - água, clara de ovo, sangue, entre outras.
Por meio desses traços registrou a história cotidiana de um determinado momento.
Por outro lado, os registros de seu mundo e o inserir-se nele por meio das imagens foram algo talvez inusitado, porque jamais imaginou que estes registros se tornariam fontes de pesquisa para futuras gerações.
O pintor que retratou nas rochas os fatos mais relevantes da sua existência, tinha indubitavelmente um conceito estético do seu mundo e da sua circunstância.
A intenção prática da sua pintura podia ser diversificada, variando desde a magia ao desejo de historiar a vida do seu grupo, porém, de qualquer forma, o pintor certamente desejava que o desenho fosse "belo" segundo seus próprios padrões estéticos, como podemos observar nesse nicho policrômico da figura abaixo.
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