A Análise Política Do Credo Niceno E Suas Relações De Poder
Por: L C Serra • 8/7/2023 • Trabalho acadêmico • 355 Palavras (2 Páginas) • 70 Visualizações
Análise política do Credo niceno e suas relações de poder
Data de entrega: 02/05/23
Luca Serra
O credo niceno foi elaborado no século quatro pela igreja católica romana, pela necessidade de canonizar uma fé oficial, em meio ao surgimento de denominações que iam contra os desígnios do imperador e de sua igreja. Questões como a divindade de cristo impactavam diretamente na legitimidade do poder imperial. O cristianismo, como religião oficial, ajudou a dar uma identidade para o império em crise. O imperador, sendo o herdeiro de cristo, aquele que o representava na terra, necessitava de um cristo divino, um cristo deus.
Outra questão que se vale observar é a divergência Filioque entre a igreja católica e a bizantina. A primeira diz que o espírito santo procede do filho e do pai, enquanto a última fala que procede apenas do pai. Também diverge da compreensão de deus. Católicos diziam que o espírito santo permitia o conhecimento do Altíssimo, enquanto a Bizantina afirmava que era possível apenas conhecer o que ele não é, que sua natureza não era possível de nos ser revelada. Dessa forma, levando em conta que o imperador em roma seria o herdeiro do poder de cristo, e o imperador bizantino recebia a graça diretamente do pai, a hierarquização entre pai e filho se refletia na hierarquização terrena.
Assim podemos observar que o credo está totalmente entrelaçada com a sociedade em que vive. Sem a questão política envolvida, não haveria tão forte necessidade e pressão para reprimir heresias contraditórias aos interesses dominantes. E ao representar os reinantes como tendo sua autoridade provinda diretamente dos céus, tornava sua palavra incontestável para os seguidores da fé. Ir contra o imperador seria ir contra a vontade do deus pai ou do deus filho. Isso também ajuda a entender as relações de poder que haviam naquelas sociedades, e as dinâmicas que haviam nelas. No leste, a palavra do imperador estava acima de qualquer teólogo por consequência da ideia de que humanos não conseguiriam compreender a ideia de deus.
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