A Escravidão em Goias
Por: Débora Oliveira • 6/2/2019 • Trabalho acadêmico • 2.875 Palavras (12 Páginas) • 642 Visualizações
ESCRAVIDÃO EM GOIAS: OS IMPACTOS DAS GRADUAIS LEIS ABOLICIONISTAS NA PROVÍNCIA DE GOIÁS (1850-1888)
Débora Oliveira Sousa1*(IC).
Email: de.olisaousa18@gmail.com
Endereço: Rua 14,Nº625 Bairro: Jardim America / Cidade: Morrinhos - GO.
Resumo: A escravidão no Brasil obteve impactos sociais, culturais e econômicos, responsáveis pelo crescimento da colônia e o desenvolvimento de uma população com uma supremacia do poder eurocêntrico. É indiscutível a atuação dos escravos nas províncias litorâneas e auríferas, nas quais necessitavam de mão de obra para agricultura e exploração na constante procura de terras fartas de ouro e prata. A intenção deste presente artigo é demonstrar a formação da província de Goiás, validando a atuação de famílias escravas no processo de exploração deste território e como ele foi afetado após as leis abolicionistas que impediam a entrada dos escravos na colônia e na província de Goiás até o fim da escravidão, em 1888.
Em que determinado momento os responsáveis pela província sentiram-se afetados por estes decretos? Assim, colocaremos nosso foco na Capital da província, atual Cidade de Goiás, ressaltando que ali era a principal rota comercial com uma população totalmente diversificada, composta por sua maioria negros, escravos e livres.
Palavras-chave: ESCRAVOS, ABOLIÇÃO, IMPACTOS.
Introdução
A escravidão no Brasil foi responsável pelo o desenvolvimento socioeconômico do pais, desde a descoberta das terras brasileiras houve uma grande necessidade de mão de obra escravista. Começando pelos índios com os quais os portugueses trocavam tecido, espelho etc. por mão de obra, ao conhecer e explorar o território observaram que a riqueza do “Novo Mundo” era ampla e enriquecedora a partir daí necessitaram de escravos negros vindos da África. A exploração de negros africanos se deu ao longo dos séculos XVI e XIX.Os desígnios de trabalhos eram para as plantações de cana de açúcar, fazendas de café e serviços domésticos, onde os mesmos estavam à disposição de seus senhores para o que fosse necessário. Com a grande lucratividade da agricultura neste novo território, Portugal,que era metrópole responsável pela colônia do Brasil, começou a enviar mais escravos para trabalhar. A descoberta do ouro nas regiões de Minas Gerais fez com que dobrasse o número de escravos, que por fim compunham cerca de 75% (pela região de goiás )da população em que eram escolhidos por etnias diferentes e avaliados criteriosamente por seus compradores.
A vinda destes escravos pode ser considerada caótica. Começando pela captura na África, os traficantes os marcavam como animais com ferro quente nas costas para os diferenciar, pois em um navio havia vários negros de traficantes diferentes, e o transporte foi se desenvolvendo, no qual foram criados navios negreiros com 3 repartimentos que comportavam mais de 350 escravos. Por ser uma viagem longa, muitos morriam por conta de doenças e falta de alimentação. A principal doença era o escorbuto e a precariedade do transporte fazia com que os escravos sobreviventes chegassem aos portos brasileiros debilitados e doentes. Para uma boa venda, os traficantes passavam seus escravos por um processo de cuidado, davam banho, curavam suas feridas, faziam barbas e cortavam os cabelos dos homens, alimentando-os para ganhar peso e passavam óleos em seus corpos para fazer a venda como forma de “leilão” em praças. Os homens fortes e altos tinham valores mais altos, e os compradores escolhiam escravos de etnias diferentes para dificultar a fala e não haver rebeliões.
Diante disso, a análise do impacto da escravatura no estado de Goiás, tendo como foco a antiga capital do estado, Cidade de Goiás, analisando os impactos locais das leis abolicionistas que foram outorgadas gradativamente a partir de 1850. Importante ressaltar que, pelo fato de ser a cidade a capital do estado, era ali uma significativa rota comercial e que sua população urbana era em sua maioria composta de negros, escravos e livres.
Propomos analisar as mudanças sociais e econômicas ocorridas nos registros de compra e venda de escravos a partir da lei de Eusébio de Queiroz, de 1850, que decretou o fim do tráfico negreiro, até 1888, ano da abolição da escravidão assinada pela Princesa Isabel.
Em face disso, propomos como problemática nossa pesquisa a seguinte questão: o que mudou na dinâmica da escravatura em Goiás a partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro?
Material e Métodos
A oferta desta pesquisa se consiste em explorar referências bibliográficas que abrangem o tema apresentado, e para a melhor compreensão trabalharemos através de pesquisas documentais arquivados na Cidade de Goiás – GO em posse do acervo Frei Caneca para obter uma melhor compreensão da forma em que a província se atribuiu sem a presença dos cativos.
Importante ressaltar que o intuito da pesquisa é demonstrar a população do Estado de Goiás que a escravidão no Brasil também atingiu a província do período colonial e que aborda um tema de grande relevância social para o país, uma vez que ainda nos dias atuais os resultados dos séculos de escravidão no Brasil são evidentes nos traços culturais, sociais e étnicos do país.
Os métodos contribui para avanços no campo da pesquisa em história da escravidão na medida em que possibilita avanços no conhecimento sobre o tráfico negreiro em uma região cujo impacto nacional nesta área tem sido há muito minimizado na historiografia nacional.
Resultados e Discussão
A exploração de novas terras atrás de ouro no período colonial brasileiro fez com que Bartolomeu Bueno da Silva desbravasse em uma expedição para descobertas de territórios auríferos, firmando um contrato com o Governador da Província de São Paulo Rodrigo Cezar de Mendes, em que nele firmasse o compromisso de que todo o ouro encontrado por Bartolomeu seria repartido para ambos. Esta ação fez com que o governador abrisse novos caminhos de Cuiabá através de Goiás para a exploração de novas minas, de forma que 3 anos após o acordo, deu inicio ao povoamento de uma nova província de Goiás.
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