A Harmonia De Sons E Sabores Do Pantanal Sul Mato-grossense
Pesquisas Acadêmicas: A Harmonia De Sons E Sabores Do Pantanal Sul Mato-grossense. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: pedrinhovff • 24/6/2014 • 4.003 Palavras (17 Páginas) • 465 Visualizações
RESUMO: A maior e mais viva planície inundável do Globo, o Pantanal, mais especificamente o Pantanal Sul-Mato-Grossense, é a região tratada nesse artigo, que visa explicitar o elo entre a gastronomia e a música dessa terra. Por ser uma planície baixa, cortada pelo rio Paraguai, que vem de uma região mais alta, o Pantanal passa a maior parte do ano debaixo d’água, salvo os meses de seca, que vão de Julho a Novembro. É por isso que a gastronomia constitui-se basicamente de peixes e animais aquáticos, com destaque para o pintado, muito apreciado pelo povo pantaneiro e a piranha, cujo caldo, reza a lenda, é afrodisíaco. A quantidade e a variedade de peixes é tão grande, que existem festivais de pesca, aonde pessoas de todas as partes vão aos alagados em busca do maior peixe. Além de toda a biodiversidade aquática, ainda há os produtos típicos da região como o pequi, o tereré, a jurubeba, etc. As músicas dos compositores locais são muito apreciadas na região e fora dela, como a Chalana, de Mario Zan e Arlindo Pinto, interpretada por Almir Sáter, entre outras. Cantores como Tom Jobim, Inezita Barroso e até mesmo Raul Seixas, têm em seus repertórios músicas que falam sobre o Pantanal e suas riquezas. Músicas estas que trazem em seus versos o meio ambiente e a vida dos pantaneiros, seus costumes, danças, comidas e principalmente os animais, valorizando suas belezas e importâncias. Portanto, torna-se fácil a construção de uma ponte entre a música e a gastronomia, uma vez que as obras musicais tratam da fauna e esta tem forte influência na cozinha regional do Pantanal, chegando-se a conclusão de que a gastronomia está na música e vice-versa.
PALAVRAS-CHAVE: Pantanal; cozinha pantaneira; música pantaneiras; gastronomia e música do Pantanal; cultura do Mato-Grosso e Mato-Grosso-do-Sul.
ABSTRACT: The greater and more alive subject to flooding plain of the Globe, the Pantanal, more specifically the Pantanal Sul-Mato-Grossense, is the region treated in this article, that it aims at to explicit the connector link between the gastronomy and the music of this land. For being a plain low, cut for the river Paraguay, that comes of a higher region, the Pantanal it underneath passes most of the year of water, except for the drought months, that go of July the November. It is therefore that the gastronomy basically consists of fish and aquatic animals, with prominence for the spotted one, much appreciated by the pantaneiro people and piranha, whose broth, prays the legend, is aphrodisiac. The amount and the variety of fish are so great, that festivals exist of fish, where people of all the parts go to the flooded ones in search of the biggest fish. Beyond all aquatic biodiversity, still have the typical products of the region as pequi, tereré, jurubeba, etc. Musics of the local composers very are appreciated in the region are of it, as the Chalana, of Mario Zan and Arlindo Pinto, interpreted for Almir Sáter, among others. Singers as Tom Jobim, Inezita Barroso and even though Raul Seixas, have in its repertoires musics that say on the Pantanal and its wealth. Musics these that bring in its verses the environment and the life of the pantaneiros, its customs, dances, foods and mainly the animals, valuing its beauties and impotencies. Therefore, the construction of a bridge between music and the gastronomy becomes easy, a time that the musical workmanships deal with the fauna and this has fort influence in the regional kitchen of the Pantanal, arriving itself it conclusion of that the gastronomy is in music as well as music is in the gastronomy.
KEYWORDS: Pantanal; pantaneira kitchen; music pantaneiras; gastronomy and music of the Pantanal; culture of Mato-Grosso and Mato-Grosso-do-Sul.
Eu passei por um lugar que é tão bonito
Que pra sempre na memória vou guardar
Nunca vi lugar com tantos animais,
Florestas, rios, tudo é demais!
E eu estava ali do lado
Todo dia o sol brilha de verdade
Toda noite mil estrelas pra cantar
Até a chuva cai em forma de carinho
O ar tão puro, tudo é lindo!
Dá vontade de voltar
Pantanal, obra-prima de beleza
Que a perfeita natureza fez pra mim
Pantanal é a pintura mais bonita
Que o artista lá de cima fez pra mim
E isso não tem fim
Não há nada assim igual
Pra se comparar ao Pantanal!
(Yasmin. Pantanal)
Localizado na parte central da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai e tendo a maior parte de seu território no estado do Mato Grosso do Sul, o Pantanal é uma das maiores planícies inundáveis do planeta, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância. Graças a essas características e a sua importância, essa região foi, no ano 2000, reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO.
A chuva divide a vida dessa região em dois períodos bem distintos, nos meses de seca (Maio a Outubro) a paisagem sofre mudanças radicais, pois com o baixar das águas são descobertos campos, bancos de areia, ilhas e os leitos dos rios voltam à normalidade, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior, já nos meses das cheias (Novembro a Abril) as chuvas caem torrencialmente e com a constante umectação da terra, a baixa declividade e a dificuldade de escoamento das águas, formam-se baías de centenas de quilômetros quadrados conferindo a região um aspecto de mar interior. Durante esse período, fica difícil o transporte de alimentos, que passam a ser feitos por animais de grande porte e embarcações, dependendo das condições do local.
De tarde, à sombra dos cambarás, pacus comem frutas.
Meninos pescam das varandas da casa.
Com pouco, esse rio se entedia de tanta planura, de tanta lonjura, de tanta
grandura, e volta para sua caixa.
Deu força para as raízes.
Alargou, aprofundou alguns braços ressecos.
Enxertou suas areias.
Fez brota sua flora.
Alegrou
...