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A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Por:   •  24/9/2015  •  Artigo  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  1.792 Visualizações

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A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

                                                                 

Autor: Maisa Penha de Campos

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo tecer uma análise sobre a influência da Igreja na educação pública. Expondo assim os aspectos dessas práticas (das quais ainda são exercidas nos dias de hoje). Pretendo assim colaborar para uma educação mais crítica, onde a escola possa cultuar o respeito às diferenças religiosas, sem nenhuma influência dos poderes da Igreja.

Palavras-chave: Influência; Igreja; Educação.

INTRODUÇÃO

A religião católica apostólica romana é ativa no Brasil desde o período pré-colonial (onde foi disseminada por missionários que acompanhavam os colonizadores portugueses em suas viagens). Atualmente a Igreja Católica exerce grande influência no país, abrangendo várias áreas, como: a politica, a cultura, a sociedade e a educação.

A partir disso, este trabalho pretende realizar um breve relato dessa influência da Igreja na educação brasileira. Irei descrever baseando-me em alguns dos textos estudados em sala de aula, ao longo deste semestre.

Para isso, utilizarei do “Dicionário de Política”, onde tem a classificação da palavra “poder e “conflito”, o primeiro capítulo do livro “Política Educacional”, pois aborda um pouco da história da educação brasileira. E, por fim, o texto “Dinâmicas de Poder Nas Organizações: A Contribuição da Governamentalidade”, do qual o autor explica sobre os princípios de poder elaborados por Michael Foucault, e que, para este trabalho, focarei no “poder pastoral”. E, relato sobre uma reportagem publicada em um site de notícias que aborda sobre esse tema da influência da igreja dentro das instituições escolares.

A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Segundo o Dicionário de Política, dos autores Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino, o “poder”, em seu significado mais geral, refere-se a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais. Além disso, os autores enfatizam que o poder tem a capacidade de determinar o comportamento do outro. Ou seja, para os autores, o poder não irá derivar simplesmente da posse ou do uso de certos recursos, mas também da existência de determinadas atitudes dos sujeitos implicados na relação. Além disso, a distribuição geral do poder não é igualitária na sociedade ou dentro do sistema político. Portanto, o tema “poder” além de ser muito presente em nossa sociedade atual, é amplamente discutido.

Na área da educação, existem diversos assuntos que se relacionam com essa questão do uso (abusivo ou não) do poder. Partindo desse pressuposto elaborado pelos autores e das questões levantadas em sala de aula, optei em analisar a influência da Igreja nas escolas públicas. Portanto, relaciono este tema, com o primeiro capítulo do livro: “Política Educacional” das autoras as autoras Eneida Oto Shiroma, Maria Cecília Marcondes De Moraes e Olinda Evangelista. Esse livro foi selecionado para discussão, na disciplina de Políticas Públicas em Educação.

Neste capítulo inicial, as autoras sintetizarem as políticas educacionais que regiam o Brasil até a década de 30.

Desde a época do descobrimento do Brasil, a Igreja Católica sempre esteve presente. Os primeiros colonizadores exerceram um papel fundamental na constituição da cultura e da ideologia do povo que habitava o Brasil. Como consequência disso, o Brasil foi separado por capitanias hereditárias, e em 1549, os jesuítas chegaram ao país para iniciarem a catequização dos indígenas.

Já em 1890, a Igreja e o Estado foram oficialmente separados, e com a Proclamação da República, a Igreja procurou construir uma nova identidade. Suas estratégias tiveram que ser alteradas.

E em 1930, o Governo Provisório realizou mudanças significativas, e pela primeira vez, o Brasil tinha regimentos que atingia a vários níveis de ensino e se estendia a todo território nacional. Naquele período havia uma mobilização da Igreja Católica para que as instituições de ensino adotassem o ensino religioso. Entendiam que a educação moral deveria ser de responsabilidade da Igreja, ou seja, encaravam essa tarefa como um ato patriótico onde estariam colaborando para a pureza dos costumes. Formando assim homens uteis e conscientes. Esse projeto da Igreja foi aprovado no ano de 1931, ainda que em caráter facultativo.

Essa aprovação ocasionou em uma forte reação dos intelectuais, políticos e educadores brasileiros. Eles defendiam uma educação moderna, capaz de incorporar novos métodos e técnicas que fossem eficazes na formação do perfil de cidadania adequado a esse processo.

Toda essa disputa dos dois grupos ocasionou em algumas medidas, como: aprovação de ensino primário obrigatório, Conselho responsável pela elaboração de um Plano Nacional de Educação com o propósito de garantir recursos para o sistema educativo, ensino religioso nas escolas, manutenção da liberdade de ensino e a isenção de impostos de estabelecimentos particulares. E finalmente em 1937, ocorreu á criação do Estado Novo, definindo assim, o papel da educação no projeto de nacionalidade. Com essa nova Constituição, foi incluído também o combate à desigualdade social. Sendo assim, essa nova política reconhecia o lugar e a finalidade da educação, e foi se desvinculando da Igreja, mas deve-se ressaltar que na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, em seu artigo 33, está estabelecido que:

O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

Ou seja, desde muitas décadas, o Estado sofre com influências da Igreja e como consequência disso, acaba não sendo totalmente laico em alguns aspectos. Essa questão é abordada no artigo: “Dinâmicas de Poder Nas Organizações: A Contribuição da Governamentalidade”, do autor Rafael Alcadipani. Esta publicação foi discutida ao longo de algumas aulas, deste semestre, e aborda as possíveis contribuições de noções de governamentalidade presentes nas obras de Michel Foucault. E, em uma dessas análises de governo, está presente a “pastoral”.

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