As Margens de Atuação do Professor de História no Ensino Fundamental II
Por: Daiane Viana • 30/3/2020 • Dissertação • 459 Palavras (2 Páginas) • 250 Visualizações
As Margens de Atuação do Professor de História no Ensino Fundamental II
O artigo da autora Maria da Aparecida da Silva Cabral, busca analisar o processo de efetivação do Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro e os efeitos desse documento no ensino de História. Torna-se fundamental a discussão desses aspectos, visto que o Currículo Mínimo tem um impacto significativo no processo de ensino/aprendizagem na disciplina de História.
Convém ressaltar que o documento em questão serve como referência a todas as escolas estaduais, e que apresenta “(...) as competências e as habilidades que devem constar nos planos de cursos e na elaboração das aulas em cada componente curricular.” (CABRAL, 2015, p. 334). Além disso, o currículo mínimo apresenta os conteúdos básicos que devem ser ensinados aos discentes e o tempo previsto para o educador ensinar cada conteúdo. Nessa perspectiva o currículo mínimo é um obstáculo para a liberdade pedagógica em sala de aula, já que os educadores têm a obrigatoriedade de dar os conteúdos na medida em que as avaliações externas vão sendo cobradas.
Paralelo a isso, a Secretaria de Educação verifica se os professores estão cumprindo os aspectos previstos no currículo mínimo. “(...) o professor assinala se cumpriu ou não as habilidades/competências previstas no documento para cada bimestre, salva e as envia ao sistema de gerenciamento das informações da Seeduc.” (CABRAL, 2015, p. 338). Esse sistema de verificação passa a ser um tipo de controle para garantir que o professor siga esse currículo de ensino.
A autora aponta que não houve a participação efetiva dos professores na construção do Currículo Mínimo. Nesse trecho CABRAL (2015, p. 335) destaca:
Quando indagados pelos licenciandos de História a respeito da participação dos docentes na elaboração de sugestões, a maioria deles foi categórica em afirmar que não houve participação qualitativa no processo de consulta público promovido pela Seeduc.
Os professores da rede estadual, mais precisamente os da disciplina de História, esbarram em outro obstáculo quando a questão é o desenvolvimento dos conteúdos previstos no currículo mínimo. Devido a curta carga horária dessa disciplina fica impossível para os educadores cumprir todos os conteúdos estipulados pela Secretaria de Educação. Nessas condições os estudantes ficam prejudicados, tendo em vista que o professor não pode aprofundar os conteúdos estipulados pela SEDUC. Isso faz com que os discentes não tenham um aprendizado mais completo e crítico a cerca dos temas apresentados.
Um aspecto importante que deve ser considerado é o currículo interno do professor: suas vivências, bagagens culturais e leituras de mundo. E isso é intrínseco de cada professor, em particular. E por este motivo que não há como um currículo mínimo ser precisamente transmitido. O professor a todo instante é o mediador e vale ressaltar que ele não é um mero executante dos aspectos previstos no Currículo Mínimo.
...