As Três Ondas do Feminismo
Por: julifii • 6/7/2016 • Trabalho acadêmico • 731 Palavras (3 Páginas) • 9.177 Visualizações
O contexto histórico do feminismo é divido em três ondas:
Primeira onda
Ocorreu no Reino Unido e nos Estados Unidos entre o século XIX e o fim do século XX. Seus objetivos iniciais foram marcados pela foco de promover a igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres e oposicionar casamentos arranjados e a propriedade de mulheres casadas por seus maridos(mulheres só trabalhavam com a autorização de seus maridos), porém no final do século XIX a primeira onda do feminismo passou a focar principalmente na luta pela poder político e o direito ao voto. É importante ressaltar que nomes como Voltairine de Cleyre e Margaret Sanger nessa época já se mobilizavam pelos direitos sexuais, reprodutivos e econômicos femininos(a mulher não possuía nenhum recurso legal contra o estrupo dentro de seu próprio casamento).
A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir é uma das maiores herdeiras da primeira onda. Em 1949, o livro O Segundo Sexo, desnaturaliza o gênero, mostrando que não seria possível atribuir às mulheres certos valores e comportamentos sociais como biologicamente determinados
Segunda onda:
No início da década de 60, durante o período de crise na democracia surge a segunda onda do feminismo, que durou até o final da década de 80, marcado por lutar não somente pela valorização do trabalho, direito ao prazer, violência sexual mas também contra a ditadura militar. A segunda onda pode ser caracterizada como uma continuação da fase anterior, preocupando-se com questões de igualdade e discriminação. Em 1972 forma-se o primeiro grupo de professoras universitárias e em 1975 surge o movimento feminista pela Anistia(no mesmo ano surge no Brasil um jornal voltado para o público feminino( Jornal Brasil Mulher, que circulou até 1980).
Como ícone desse momento, deve-se citar a jornalista, escritora e dramaturga brasileira Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Foi responsável por desafiar a sociedade da época e provocar uma revira volta no perfil da mulher brasileira à partir da luta pela libertação sexual e pela autossuficiência amorosa.
Terceira onda:
Marcado como uma resposta às falhas da segunda onda, a terceira onda do feminismo surge no início da década de 90, com o objetivo de discutir paradigmas estabelecidos nas outras ondas sobre o que é e o que não é bom para as mulheres e buscando enfatizar e discutir a micropolítica. Ainda na década de 70, mulheres negras como Beverly Fisher começaram a reivindicar uma maior visibilidade para a participação da mulher negra dentro do movimento feminista, visto que o feminismo da primeira e segunda onda colocava em ênfase as experiências das mulheres brancas de classe média- alta. O feminismo negro ganha força no Brasil no fim da década de 70, lutando para que as mulheres negras tornem-se sujeitos políticos.
Judith Butler é uma importante figura dentro da terceira onda, alavancando críticas com o incentivo de mostrar que o discurso universal das ondas anteriores é excludente, porque as opressões atingem a mulheres de modos diferentes, sendo necessário discutir gênero com recorte de classe e raça, para evar em conta as especificidades de cada mulher.
Por exemplo, trabalhar fora sem a autorização do marido não era uma reivindicação de mulheres negras e pobres, assim como a universalização da categoria mulheres tendo em vista a representação política, foi feita tendo como base a mulher branca, de classe média.
Imagens:
[pic 1]
[pic 2]
[pic 3]Pagu
[pic 4]
[pic 5] Alice walker
[pic 6] Judith Butler
Fonte: http://movfeministas.blogspot.com.br/2010/09/importantes-ondas-feministas.html
http://www.cartacapital.com.br/blogs/escritorio-feminista/feminismo-academico-9622.html
Letra da música “Pagu” por Rita Lee
Pagu
“Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta
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