Estudo de opções de mosteiros medievais
Artigo: Estudo de opções de mosteiros medievais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: emanuelly033 • 15/10/2014 • Artigo • 1.028 Palavras (5 Páginas) • 230 Visualizações
Introdução: uma aventura pela história da informação, do conhecimento e do saber, justificação e enquadramento do tema
A opção pelo estudo dos mosteiros medievais no presente trabalho da disciplina de História e Teoria da Arquitectura, do Mestrado de Desenho Urbano do ISCTE, resultou do tema genérico que pretendo desenvolver na dissertação de mestrado: A Influência das Novas Tecnologias da Informação na Forma das Cidades; Um tema que implica o estudo da produção e transferência da informação, a sua dinâmica e implementação física edificada. A informação como conhecimento e cultura; a sua implicação nas formas, na estética e na estrutura das cidades.
A tarefa do homem medieval de "construir um edifício" de saber a partir das parcas heranças escritas que chegaram à sua época tem um paralelo com a construção da base de dados de informação e de conhecimento que se está a gerar com o surgimento das novas tecnologias, especificamente com a Internet e a World Wide Web.
Neste contexto, os mosteiros como locais de recolha, depósito e inevitável desenvolvimento do saber medieval, surgem como evidências fundamentais da constituição de um sistema de saber; verdadeiras unidades de estabelecimento do conhecimento. O seu papel na estruturação do território, a expansão e significado das suas fundações na rede geográfica desenvolvida na Idade Média confere-lhe uma imagem que, em termos abstractos, se poderia comparar aos Servidores e às Unidades Pessoais de Computadores que, interligados pela rede digital de comunicações, estruturam a Internet.
Foi esta constatação que consubstanciou a opção pelo tema tratado. A informação recolhida para a elaboração deste trabalho e a sua análise poderão, de alguma maneira, servir para melhor enquadrar o tema que se pretende desenvolver na dissertação: como ilustração, como exemplo, ou como fundamento histórico das aventuras do saber e do conhecimento.
Na longa epopeia medieval e na consequente história dos mosteiros, o período compreendido entre os séculos X e XII surge como paradigmático no evidenciar das questões que se pretendem analisar: ultrapassados os primeiros séculos de penúria que se estendem até ao ano mil e já libertos da influência e do jugo das influências dissonantes dos financiamentos senhoriais do sistema feudal e antes da influência transformadora e da desestruturante relação como complexo dinâmico do conhecimento do ambiente urbano das cidades do tardo medieval a partir do século XIII, este período ressalta como o mais exemplar na forma como o homem medieval soube guardar e desenvolver uma estrutura de conhecimentos protegidos pelos muros de um edifício e de uma instituição vocacionados para desenvolver uma maneira de pensar, uma forma justificada de actuar, uma cultura.
A realidade portuguesa, aproveitada como ilustração do tema analisado, justifica-se, não só pela evidente adequabilidade da proximidade física e geográfica, mas também pelo carácter singular da realidade da Península Ibérica medieval, nomeadamente a influência árabe e o caracterizante processo da Reconquista que evidencia as tensões e, paradoxalmente, as justificações do universo medieval do saber.
A análise efectuada é, fundamentalmente, um desenvolvimento teórico (uma análise prática de investigação comparativa, no contexto e no tempo em que este trabalho foi desenvolvido, tornava a tarefa impossível e a finalidade exposta claramente ultrapassada nos seus propósitos). Neste contexto, optei por desenvolver o estudo procurando um enquadramento caracterizador dos aspectos do quadro do saber medieval nos âmbitos históricos, conceptuais, estruturais e filosóficos, tendo por base as obras de diversos autores medievalistas como Georges Duby e Henri Focillon ou Etienne Gilson, autor do clássico A Filosofia na Idade Média, para o enquadramento europeu; os textos de José Mattoso e de Carlos Alberto Ferreira de Almeida serviram-me para o estudo do caso português; partindo desta caracterização, pude expor os principais factores determinativos da estética e, consequentemente, da técnica medieval, evidenciando os princípios conceptuais e de saber das produções da Idade Média - as fontes de estudo da
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