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Fichamento Diversidade Religiosa Percepção Docente

Por:   •  21/7/2023  •  Projeto de pesquisa  •  3.839 Palavras (16 Páginas)  •  102 Visualizações

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PAIVA , Antonio Suelio Rodriguez. DIVERSIDADE RELIGIOSA: PERCEPÇÃO DE DISCENTES E DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL ZAÍRA MANHÃES DE ANDRADE - ES. Orientador: Dr. Julio Cezar de Paula Brotto. 2019. 84 p. Dissertação (Mestre em Ciências das Religiões) - Faculdade Unida de Vitória, Vitória - ES, 2019.

Fichado por: Verônica Petersen

Palavras-Chave: Ensino Religioso, Ensino Fundamental, docentes, discentes, diversidade, cidadania.

A escolha do tema “Diversidade Religiosa: Percepção de Discentes e Docentes do Ensino Fundamental” se deu devido ao fato de a Escola possuir a disciplina Ensino Religioso em sua matriz curricular [...] Em função da inclusão da referente disciplina, a Escola passou a ter a responsabilidade de pensar mecanismos e ser facilitadora da reflexão acerca da diversidade. pág 8.

Comentário: Neste primeiro momento, o autor destaca motivação do artigo ressaltando o papel de responsabilidade assumido pelo órgão escolar ao englobar o tópico de ensino religioso em sua grade curricular, tendo de garantir o pleno desenvolvimento dos alunos ao pensar no contexto de pluralismo religioso no qual estão inseridos.

 

É uma pesquisa relevante por mostrar que, para se situar o Ensino Religioso no contexto escolar, faz-se necessário primeiro compreendê-lo enquanto componente curricular, bem como sua interdisciplinaridade, levando em consideração a diversidade, a cultura dos indivíduos, o meio social em que vivem, a realidade econômica dos/das discentes, dentre outros fatores. pág 8.

Comentário: Em seguida, observam-se alguns componentes fundamentais para compreender a  trajetória e as particularidades do ensino religioso no Brasil, bem como sua historicidade e complexidade de cenários nos quais está inserido. O ensino religioso não é um assunto a ser tratado a esmo pois está ligado a muitas outras áreas como o estudo social, antropologia e etc…, portanto, muito deve  ser levado em conta quando se trata dessa discussão.

“A percepção de discentes e docentes acerca da diversidade religiosa na Escola tem auxiliado na promoção da construção de uma escola fraterna, cidadã e solidária?” pág 9.

Comentário: Outro ponto destacado pelo autor é o papel exercido pelas concepções dos educadores e educandos na sala de aula e seu impacto no aprendizado do ensino religioso.

“A disciplina Ensino Religioso na educação pública do Brasil teve seu embrião ainda no período colonial, à época, sob a forma do ensinamento doutrinário cristão-católico, por meio da catequese e do ensino da religião" pág 12.”

Comentário: Do ponto de vista histórico, pode-se dizer que, no Brasil, o ensino religioso teve início pouco depois da chegada dos portugueses com o período colonial e a catequização em massa dos povos originários que tiveram sua própria religiosidade desprezada e invalidada em nome dos dogmas impostos pelos colonizadores.

Dermeval Saviani ressalta que com as primeiras missões jesuíticas em terras brasileiras, iniciou-se o que se poderia denominar como sendo o esboço de um sistema educacional, o qual se firmaria no período entre 1570 a 1759, sob o esteio da Ratio Studiorum, “[...] ideário fundamental para o desenvolvimento da educação moderna”18. pág 13.

Comentário: Com essa doutrinação em massa nas terras brasileiras obteve-se algo vagamente parecido a um sistema educacional na época, visto que para pregar a fé católica, os jesuítas tinham de ensinar portugues aos indígenas para que a catequização se tornasse eficaz. Dessa forma, é possível observar de maneira ainda mais clara a razão pela qual a fé cristã está tão enraizada, tanto no estado quanto na rede de ensino, a ponto de suas práticas serem naturalizadas. No Brasil, a educação e o catolicismo estão irremediavelmente interligados,  nasceram juntos e permaneceram juntos  por muito tempo.

“Como forma de doutrinação, estabeleceu-se a obrigatoriedade do batismo dos indígenas, bem como o uso de vestimentas, sob a administração dos jesuítas responsáveis pelas comunidades a que pertenciam" pág 14.

Comentário: Queria se estabelecer uma sociedade “civilizada” ao padrão europeu e, com a explosão do protestantismo, a igreja necessitava de fiéis. Essa união era vantajosa para ambos, ao mesmo tempo em que favorecia o então abalado catolicismo, também  fazia com que o estado tivesse um controle maior sobre a igreja.

Observa-se, porém, que os interesses de catequese dos jesuítas passaram por se diferenciar dos objetivos de colonização da corte portuguesa. A preocupação central das missões era a formação religiosa, a disseminação da fé, e o noviciado, que promovia a busca por novas vocações religiosas. pág 14.

Comentário: Consequentemente, a longo prazo,  houveram divergências na união igreja-estado. O objetivo da Igreja estava junto à propagação em massa de sua fé. No entanto, naquele momento, a Europa já ampliava ideais que destoavam desses objetivos, como o laicismo, em prol do crescimento do estado.

Os Estados europeus encontravam-se sob um contexto de grande turbulência, envolto em revoltas e revoluções que desestabilizavam a sociedade [...] No Brasil, seguindo esses rumos revolucionários, ocorreu a Inconfidência Mineira no ano de 1789, no mesmo ano da Revolução Francesa, e a Inconfidência Baiana, em 1798. pág. 15.

Comentário: A disseminação de ideais iluministas mundo afora contribuiu com o início de inúmeros conflitos civis em oposição ao estado.

Diante de todos esses acontecimentos, os jesuítas foram descritos como sendo perigosos para o estado português, principalmente devido ao seu grande poder político e econômico, fato esse que motivou a preocupação nos países em que estavam atuantes, e dessa forma acabou culminando com a expulsão do Brasil e também de outros países. pág. 15.

Comentário: A influência e poder dos jesuítas gerou um ambiente conflitante para o estado e a coroa portuguesa, o que culminou nos religiosos tendo que deixar as terras brasileiras.

Foram poucas as mudanças de ordem pedagógica com a expulsão das missões jesuíticas, considerando que mantiveram a abordagem católica de maneira hegemônica [...]. Após a expulsão dos jesuítas, as instituições de cunho educacional foram transferidas para a administração de outras ordens religiosas, como, por exemplo, os beneditinos e os franciscanos, uma vez que os objetivos traçados pelo Marquês de Pombal não eram o de rechaçar o catolicismo. pág 16.

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