Fichamento O Sentido da Colonização
Por: Pedro Emílio Paradelo • 28/2/2021 • Resenha • 1.524 Palavras (7 Páginas) • 308 Visualizações
[pic 1] | Licenciatura em História – 4º período História do Brasil 1 Prof. Dr. Marcus Fernandes Marcusso Discente: Pedro Emílio Paradelo |
Fichamento
Texto: ______, Sentido da Colonização. In: PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 23. ed. São Paulo: Brasiliense, 1997. pp. 19-32.
Embora o texto indicado para leitura fosse apenas o “Sentido da Colonização”, leu-se também a “Introdução”, razão pela qual esse fichamento se ocupa dos dois textos.
I) Introdução
– Logo na Introdução, Caio Prado Júnior chama a atenção para o fato de que o início do séc. XIX, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, é um momento duplamente importante para a história do país: sintetiza, por um lado, trezentos anos de práticas coloniais, apresentando “o que se encontra de mais característico e fundamental” nesses anos, e serve, por outro lado, de chave para “interpretar o processo histórico posterior e a resultante dele que é o Brasil de hoje”.
– Em 1800 a colonização não traria mais nada, as realizações e possibilidades que a Metrópole poderiam oferecer haviam se esgotado.
– A necessidade de se voltar para o período colonial se justifica pela presença de elementos constitutivos do Brasil terem sua origem nos trezentos anos de práticas coloniais. O Brasil que se encontra no séc. XIX está prenhe de elementos coloniais que irão se transformar, mas continuarão presentes até no período em que o autor escrevia (década de 1940).
– Nesse sentido o autor aponta alguns exemplos de como o Brasil colonial ainda permeia o Brasil contemporâneo: a desorganização do trabalho livre; uma economia baseada e dependente da produção para exportação; as relações de classe, principalmente no interior rural do país (referência aos latifúndios?), etc.
– Para Caio Prado Júnior, “os problemas brasileiros de hoje, os fundamentais, pode-se dizer que já estavam definidos e postos em equação há 150 anos” e é preciso resolver esses primeiros para dar conta dos outros que o país se esforça para solucionar hoje. Esses problemas mais antigos que precisam ser resolvidos primeiro frequentemente são causas dos problemas que insistimos em enfrentar hoje e que são sintomas daqueles primeiros ainda insolúveis.
II) Sentido da Colonização
– A história de um povo possui um “sentido” formado (e identificado) pelo “conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais” em um largo período de tempo, por isso o autor se volta aos trezentos anos de colonização portuguesa em busca do “sentido” tomado pela história brasileira até o séc. XIX.
– Na busca desse “sentido”, aquela visão da colonização “como um acontecimento fatal e necessário, derivado naturalmente e espontaneamente do simples fato do descobrimento” é objeto de crítica pelo autor.
– A colonização é antes fruto da expansão marítima europeia depois do séc. XV
∟a expansão marítima tem origem nas empresas comerciais empreendidas pelos navegadores
∟até o séc. XIV o comércio é terrestre e a navegação primitiva
∟a rota marítima pelo Estreito de Gibraltar substitui a rota comercial terrestre que ligava o Mediterrâneo ao Mar do Norte
∟isso traz primazia comercial aos países banhados pelo oceano Atlântico.
– Dessa “reconfiguração” comercial virá a expansão europeia ultramarina, cujo pioneirismo caberá a Portugal.
– A exploração da costa africana e o descobrimento e colonização das ilhas portuguesas, o roteiro para as Índias e o descobrimento da América são eventos da empresa comercial a que se dedicam os países europeus e da qual Portugal toma parte.
– Portugal, assim como outros países da Europa, abordará cada uma dessas empresas pela perspectiva do tráfico, não da colonização.
∟a passagem para o Oriente através da América, por exemplo, tinha por objetivo o tráfico de especiarias.
– A ocupação dos territórios descobertos envolvia agentes comerciais, funcionários e militares para a defesa, organização em feitorias* destinadas a comercializar com os nativos e servir de articulação entre as rotas marítimas e os territórios ocupados (lembra o Congo de Coração das Trevas).[pic 2]
– A ocupação dos territórios com povoamento efetivo só surgiu como contingência, necessidade imposta por circunstâncias novas e imprevistas.
– Na página 24 da edição consultada:
Nessas condições, “colonização” ainda era entendida como aquilo que dantes se praticava; fala-se em colonização, mas o que o termo envolve não é mais que o estabelecimento de feitorias comerciais, como os italianos vinham de longa data praticando no Mediterrâneo, a Liga Hanseática no Báltico, mais recentemente os ingleses, holandeses e outros no extremo Norte da Europa e no Levante; como os portugueses fizeram na África e na Índia. Na América a situação se apresenta de forma inteiramente diversa: um território primitivo habitado por rala população indígena incapaz de fornecer qualquer coisa de realmente aproveitável. Para os fins mercantis que se tinham em vista, a ocupação não se podia fazer como nas simples feitorias, com um reduzido pessoal incumbido apenas do negócio, sua administração e defesa armada; era preciso ampliar essas bases, criar um povoamento capaz de abastecer e manter as feitorias que se fundassem e organizar a produção dos gêneros que interessassem ao seu comércio. A ideia de povoar surge daí, e só daí.
– Essa nova “colonização” de povoamento, contudo, vai variar de acordo com as circunstâncias particulares que se apresentarem.
∟Primeiro ela vai ser determinada pela natureza dos gêneros aproveitáveis proporcionados por cada um daqueles territórios. Na maior extensão da América, isso significa madeiras, peles e pesca.
∟Futuramente essa base econômica será substituída pela agricultura (no Brasil, significa “açúcar”?)
– Na sequência Caio Prado Júnior dedica o restante do capítulo a analisar as diferenças coloniais de acordo com os climas dos territórios: dividindo assim as colônias em clima temperado e as colônias em clima tropical e subtropical.
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