Fichamento do Livro: A Boniteza de um sonho - Ensinar e aprender com sentido
Por: Aila Dias • 19/5/2018 • Resenha • 1.530 Palavras (7 Páginas) • 1.905 Visualizações
Resumo do Livro: A Boniteza de um sonho: Ensinar e aprender com sentido. Moacir Gadotti.
No primeiro capítulo: “Porque ser professor?” Moacir Gadotti conta que se inspirou em Paulo Freire para escrever seu livro, onde na obra Pedagogia da Autonomia da “boniteza de ser gente” da boniteza de ser professor, Paulo Freire destaca a essencialidade do componente do educador. Gadotti ressalta no título do livro o sonho e o sentido, que ambas tem o mesmo significado: caminho não percorrido mais que deseja percorrer.
Gadotti aborda a desvalorização do professor e os desafios que o professor enfrenta na sua jornada de trabalho, os baixos salários é um dos demais problemas. O jornalista Leonardo Trevisan já em 1989 dizia: “Todos dizem que gostam muito dos professores, mas não chegam a se incomodar-se com o fato de que há tempos eles recebem um salário de fome... Só quem não quer ver não percebe o sentimento de cansaço, de esgotamento de expectativas de quem encara com dignidade o seu desempenho profissional”. Talvez seja esse o motivo para que muitos futuros pedagogos, que sonham com a profissão, não tem interesse em seguir carreira.
Ele fala também que ser professor não é tarefa fácil nos dias de hoje, mas que é possível ser um bom professor. Gadotti alerta os educadores a não se perderam diante da crise, para pararem e repensarem que a escolha de ser professor pode ser uma solução para os problemas. Ele mostra que o papel do professor é ser um mediador do conhecimento.
“A esperança alimenta essa difícil profissão”
No segundo capítulo: “Crise de identidade, crise de sentido”.Gadotti questiona: O oficio de ser professor está, realmente, em risco de extinção? Para Gadotti o velho professor está morrendo, para que novo professor nasça. “Não é a profissão que está morrendo. É uma profissão que esta renascendo”. É preciso refletir hoje sobre o novo papel do professor, as novas exigências da profissão de ser professor, principalmente da formação continuada do professor. Com toda a modernidade e o avanço tecnológico o conhecimento das pessoas duplica rapidamente, por isso o professor não pode se limitar apenas em reproduzir o conhecimento e a cultura que outros desenvolveram. O professor precisa ser um profissional capaz de “criar” o conhecimento, ressalta Gadotti.
Ele não nega a crise de identidade mas mostra para não desanimar e ele fala que estamos diante de uma profissão “genérica”, não é um ofício específico, pois o professor precisa lutar contra a exclusão social, ser animador de grupos, organizar trabalhos de aprendizagem para ele e para o aluno, mas para isso é preciso ser um profissional de muita liderança. A competência genérica da profissão está em seu saber politico-pedagógico. Ele faz uma critica quando se fala em “especialista” na educação, Gadotti cita Mário Osório Marques onde diz sobre a especificidade da formação do pedagogo: “exige não se confunda ela com a formação de um especialista a mais, como se a questão fosse simplesmente a da divisão do trabalho e não muito mais da ação coletiva... Não se trata de alguém detentor do conhecimento”. Mostra que é uma profissão de baixa renda e é onde eles perdem muito com isso. Gadotti apresenta outro problema que é a má formação dos professores, que era baseada em “conteúdos objetivos” e que não foram preparados para trabalhar conteúdos atitudinais, o que os coloca engessados na sua profissão e isso faz com que acabem desistindo da sua profissão. Ele acredita que a educação precisa se aproximar de aspectos étnicos, coletivos, comunicativos, comportamentais e emocionais. Ele apresenta uma concepção emancipadora na educação onde o professor tem o papel essencial, para ele Paulo Freire foi o protótipo desse professor emancipador.
No terceiro capitulo: “Formação continuada do professor”. Moacir Gadotti acredita que a formação continuada do professor deve ser concebida como reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação, revisão e construção teórica e não como mera aprendizagem de novas técnicas de aprendizagem, atualização em novas receitas pedagógicas. Ele complementa com Paulo Freire que diz que: “na formação permanente dos professores, o momento é da reflexão crítica sobre a prática. E reflexão crítica não se limita ao seu cotidiano na sala de aula”. O professor deve-se realçar a importância da troca de experiências entre pares através de relatos de experiências, oficinas, grupos de trabalho desse modo vários problemas nas escolas começam a serem enfrentados Outro eixo importante na formação continuada é a discussão do projeto político pedagógico a escola, a elaboração de projetos comuns de trabalho de cada área de interesse do professor. É preciso formar-se para a cooperação.
Gadotti sintetiza que a formação do professor centraliza na escola sem ser unicamente escolar, sobre as práticas escolares dos professores, desenvolver na prática um paradigma colaborativo e cooperativo entre profissionais da educação. Ele diz que: “Muito sofrimento dos professores poderia ser evitados se a sua formação inicial continuada fosse outra, se aprendesse menos técnicas e mais atitudes, hábitos, valores” onde melhoraria a relação entre aluno e professor.
No quarto capítulo: “Ser professor em uma sociedade aprendente”. A função docente como caráter reflexivo é algo novo. Todavia, não existe nenhuma teoria da educação que não defenda expressamente a necessidade da reflexão da prática do professor. Para o educador não basta ser reflexivo. É preciso dá sentido reflexão. A reflexão é meio, é instrumento para melhoria do que é especifico de sua profissão que é construir sentido. Educar é arte, ciência, práxis. Gadotti afirma que o professor para exercer suas funções não depende exclusivamente da tecnologia.
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