Fichamento do 1º capitulo “Cultura, etnicidade e trabalho
Por: Mathias Matias • 25/4/2022 • Resenha • 1.314 Palavras (6 Páginas) • 231 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DISCIPLINA DE GEOGRAFIA DO BRASIL
JOELSON MATIAS CARDOSO
Fichamento do 1º capitulo “Cultura, etnicidade e trabalho: Efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher”, do livro “Por um feminismo afro-latino-americano” de Lélia Gonzalez.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, Pág. 20-38. 2020.
O capitulo Cultura, etnicidade e trabalho: Efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher lança um olhar sobre a formação histórica da cultura machista da sociedade brasileira sendo dando um enfoque nas mulheres negras no mercado de trabalho. Inicialmente a autora diz que para entender o funcionamento do sistema capitalista brasileiro “ é importante um enfoque (embora esquemático) do funcionamento do modo de produção capitalista em determinadas formações socioeconômicas como a brasileira” pág. 20. Ela se baseia nas teses de José Nu “Orientam nossa reflexão as teses desenvolvidas por José Nun quando analisa os conceitos de “superpopulação relativa”, “exército industrial de reserva” e “massa marginal”, em termos de América Latina” pág. 20.
Segundo a autor devido a processos históricos da cultura neocolonial, nossa economia basear-se principalmente do setor agrícola e a falta de mudanças nesse setor afetou na industrialização do país “Ocorre que, em termos de Brasil, esse processo foi grandemente afetado na medida em que não ocorreram transformações estruturais no setor agrário (que permitiriam o crescimento industrial)” pág. 20. Em outro paragrafo a autora afirma que a mão de obra brasileira está atrelada a fatores que advém de formas pré-capitalista “coexistência de três processos de acumulação qualitativamente distintos (capital comercial, capital industrial competitivo e capital industrial monopolista) nos aponta para diferentes efeitos quanto à força de trabalho” pág. 21.
Segundo a autora a pulação negra e as mulheres ocupam uma posição desvantajosa no mercado de trabalho “As questões relativas ao desemprego e ao subemprego incidem exatamente sobre essa população. No desenvolver deste trabalho, verificaremos de que maneira o gênero e a etnicidade são manipulados de modo que, no caso brasileiro, os mais baixos níveis de participação na força de trabalho, “coincidentemente”, pertencem exatamente às mulheres e à população negra” pág. 22. O grupo de mulheres negra está incluído dentro do grupo margina face ao mercado de trabalho entre outros entre outros, “parte da mão de obra ocupada pelo capital industrial competitivo; b) maioria dos trabalhadores que buscam refúgio em atividades terciárias de baixa remuneração; c) maioria dos desocupados; d) totalidade da força de trabalho que, de maneira mediata ou imediata, está submetida ao capital comercial”. Pág. 22.
O que ocorre é que devido as foças dominadoras como é o caso da elite branca isola as classes menos favorecida, fazendo que quase hereditário essa condição, “Em outras palavras, se o liberalismo econômico (capitalismo competitivo) corrói o paternalismo ideológico (capital comercial), ambos são empregados pela lógica planificadora (capitalismo monopolista), que, por sua vez, sofre-lhes a influência. Numa tal aflição, surge o Estado como o mediador necessário que impede a desarticulação sistemática através da coerção aberta”
Questões de teoria
Sendo a autora os estudos relacionados a dinâmica da sociedade brasileira vários discursos se perderam no abstracionismo, que portando os estudos vem pautar no rigor cientifico que englobe o todo. Assim alguns teóricos tentaram assimilar a atual realidade com o passado, um dos postulados foi o desamparo dos negros pós liberdade, outro foi por causa do marxismo ortodoxo, a terceira abordagem afirma que os grupos racialmente subordinados são as minorias que internalizam o processo de colonização. Segundo a autoras as ultimas duas são as mais aceitas, “A nosso ver, não podemos deixar de levar em consideração as duas últimas posições, uma vez que, devidamente dialetizadas, nos permitem uma análise mais objetiva das relações raciais no Brasil” pág. 27.
As relações raciais no Brasil após a abolição
“No Brasil, o racismo — enquanto construção ideológica e um conjunto de práticas — passou por um processo de perpetuação e reforço após a abolição da escravatura, na medida em que beneficiou e beneficia determinados interesses” pág. 28. Um dos legados concretos da escravidão diz respeito à distribuição geográfica da população negra, isto é, à sua localização periférica em relação às regiões e setores hegemônicos. Em outras palavras, a maior concentração da população negra ocorre exatamente no chamado Brasil subdesenvolvido, nas regiões em que predominam as formas pré-capitalistas de produção com sua autonomia relativa.” Pág. 29.
“Na medida em que somos todos iguais “perante a lei” e que o negro é “um cidadão igual aos outros”, graças à Lei Áurea nosso país é o grande complexo da harmonia inter-racial a ser seguido por aqueles em que a discriminação racial é declarada.” Pág. 31. O que vimos foi um longo período de segregação como os negros, indígenas e suas culturas que se refletem até hoje em nossa sociedade, entre eles estão os racismos enraizado em nossa cultura, quando os casos de racismo ocorrem varias são as abordagens chegando até dizer que não existe, “E são exatamente essas “exceções” que, devidamente cooptadas, acabam por afirmar a inexistência do racismo e de suas práticas. Quando se dá o oposto, isto é, a não aceitação do cooptação e a denúncia do processo superexploração a que o negro é submetido, surge imediatamente a acusação de “racismo às avessas”.
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