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Gente da terra braziliense da nação” . Pensando o Brasil: a construção de um povo. Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000).

Por:   •  11/11/2015  •  Bibliografia  •  1.517 Palavras (7 Páginas)  •  1.814 Visualizações

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Universidade de Brasília- UnB

ICC- Instituto de Ciências Humanas

DH- Departamento de História

Disciplina: História Social e Política do Brasil

Professor: André Cabral Honor

Horário: 16:00-17:50 (Tarde) – BSA S B2 47/10

Aluna: Nair Cristina de M. Rodrigues                                            Matrícula:13/0074829

Curso: Ciências Sociais

FICHAMENTO

Bibliografía: SCHWARTZ, stuart B. “Gente da terra braziliense da nação” . Pensando o Brasil: a construção de um povo. Viagem imcompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: história/ MOTA, Carlos Guilherme (organizador). -2. ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000.

Ideias centrais

Schwartz trás como ideias centrais no texto, que o Brasil, desde o início da sua existência tem sido uma ideia quanto um lugar, que apesar de por muito tempo só saibamos de um lado dessa história, ela tem significados diferentes para pessoas diferentes e sendo de tempos em tempos rearranjado para melhor se adequar aos pontos de vistas dispares de uma sociedade com várias posições sociais. O autor analisa o conceito de povo, os significados que passaram a ser atribuído na definição do nome Brasil e como se deu a formação de uma sociedade constituída por uma serie de colônias e outras raças, a dificuldade de se criar um conceito de povo dentro das malhas de uma sociedade escravista, e tenta sugerir que o próprio conceito de povo passou por diversas transformações históricas no início da história do Brasil.

Para os colonizardes existia a expectativa de que no Brasil se encontrariam muitos metais preciosos, porém no final do século XVI o açúcar se destacou e dava a colônia um traço característico de produção. A importação de africanos em massa, dos quais a produção do açúcar dependia, moldou a composição e a estrutura da sociedade, as exigências desse cultivo havia estabelecido uma base econômica e social diferente para a colônia, pois era o principal produto da economia brasileira e também de fundamental importância para o Império português sendo à base de riqueza que o mantinha até o final do século XVII quando o seu cultivo se torna menos lucrativo. Quando o açúcar passou a gerar menos lucro, veio a descoberto do ouro e vários outros países começaram a ver o Brasil como fonte de enriquecimento, o que já acontecia desde meados do século XVI, sugerindo assim que, a vinda da família real em 1808 para o nosso país não foi uma decisão tomada de imediato, mas a realização de um projeto de longa data e de interesse político.

Nos cálculos coloniais e para os funcionários coloniais, o Brasil tinha uma população, mas não tinha um povo. Inicialmente, nenhuma instituição representativa ou corte era permitida na colônia. E o Brasil, por sua vez, não enviavam representantes as cortes que eram convocadas em Portugal. O conceito de povo enquanto terceiro estado na sociedade de ordens e na base de toda sociedade não chegou a se estabelecer na colônia. As referencias são apenas de pessoas de menor condição, mas a ideias de povo institucionalmente referente a o corpo da política e ao rei estava em larga medida ausente. Foi em 1602, que foi rejeitado o pedido para se admitir noviços nascidos no Brasil à ordem de são bento, ficando claro que as habilidades dessa gente eram definidas a partir do lugar em que nasceram, fato que definia também sua etnicidade. O surgimento do nativismo foi abordado por vários autores, mas o Brasil sempre teve significados diferentes para pessoas diferentes, as divisões sociais e culturais que caracterizaram a sociedade brasileira tinham influencia profunda em como os brasileiros se percebiam e como elas pensavam o seu país dentro do contexto colonial. Essa divisão social das formas de percepção faz com que o método tradicional de abordagem, o exame dos escritos de um grupo limitado de intelectuais, os quais faziam parte da elite branca de Portugal, se já um processo falho, por que não continham as outras visões dos povos que habitavam as colônias, pois o Brasil não era na realidade apenas um, mas era constituído por várias colônias.

A organização das colônias variava conforme a época e o lugar, assim como variava o número relativo de europeus, africanos e pessoas indígenas e de origens diversas. Isso tinha um efeito particular na posição social das pessoas de origem mista. A mudança no status dos mestiços e dos mamelucos ocorreu devido à mudança no relacionamento entre portugueses e índios, e devido às transformações ocorridas dentro da própria sociedade colonial. O processo de mudança torna-se evidente a partir das avaliações feitas sobre o caráter destes, sendo proibida pelo Mosteiro de São Bento na Bahia, qualquer pessoa mística se tornarem religiosos. O preconceito contra as pessoas de origem mista se tornou cada vez mais forte durante o século XVIII. No inicio do século XVIII, o caráter da população brasileira havia se tornado nítido. Um terço da população era formado por escravos, as maiores partes nascidos na áfrica não eram considerados parte da república no Brasil, apenas como força de trabalho.

O caso do “príncipe do Brasil” revela uma crescente desconfiança a respeito da gente comum na cabeça dos administradores coloniais. Vemos como negros, mulatos, mamelucos, e vadios havia se tornado termos equivalentes para falar de uma população problemática. O conceito de “plebe”, como as conotações negativas que tinham para os portugueses e brasileiros das classes superiores, foi exacerbado no contexto colonial, onde a maioria da população era não apenas pobre, mas formadas por negros, mulatos e mestiços. O Brasil era terra rica e fértil porem seu povo era de maioria pobre e a resposta para esse impasse segundo Santos Vilhena era a escravidão, que ensinou ao povo que o trabalho na agricultura era apenas para negros, e a solução para esse problema estava na terra, “é a propriedade que gera o cidadão”. Na Europa o trabalhador se dispunha a trabalhar em troca do seu sustento, nas colônias do Brasil, isso não acontecia, e até a distribuição de terras não resolveria o problema enquanto não acabasse a escravidão.

 

 

Citações comentadas

  • [...] “A definição do verdadeiro Brasil, em oposição do Brasil do momento, se tornou um método de estratégia argumentativa e discursiva, assim como uma projeção para o futuro”. [...] Essa percepções diferentes dependiam em especial das divisões sociais, das identidades e  das expectativas da população colonial”. [...] Entender o processo colonial a partir de uma história única, ou seja, história contada pela elite branca letrada de Portugal, pois não se sabe como os escravos, pobres e indígenas pensavam aqueles acontecimentos. A representação de um Brasil escrito na visão do Português colonizador e escravocrata, em contraste com o Brasil percebido pelos nativos, os quais não poderiam dar sua contribuição aos escritos, pelo fato de que não dominavam a leitura e a escrita de Portugal, sendo assim difícil traçar um conceito geral e atual do que seria o Brasil e a identidade do povo brasileiro.
  •  [...] “Ocasionalmente no século XXVII, o termo, brasileiros eram aplicados aos indígenas, mas as referências de status econômico e jurídico desses eram muito populares. Assim os termos; negros da terra e índios eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro para designar os indígenas em quanto verdadeiros habitantes da terra”. Essa comparação entre negros e índios era uma representação a qual tinha o intuito de designar aos indígenas o seu lugar na terra brasileira, o lugar de trabalhador escravo, não como verdadeiros donos da terra.
  • [...] “O Brasil tinha uma população, mas não tinha um povo”.[...] “o conceito de povo em quanto terceiro estado na sociedade de ordens e na base de toda a sociedade não chegou a se estabelecer na colônia”. “As referências mais antigas falam de pessoas de menor condição, moradores e povoadores, mas a ideia de um povo, orgânica e constitucionalmente vinculado à política e ao rei estava, em larga medida, ausente”. O Brasil era visto como uma terra rica a qual não tinha no corpo de seus habitantes, pessoas merecedoras das suas riquezas, tendo na sua maioria, negros e mestiços alvos de preconceitos por parte da elite portuguesa, que desejavam assim ser soberano de um povo de semelhante grandeza, fato que não encontraram no Brasil.

Aproveitamento do Estudo

O texto é um ótimo registro da invasão e colonização do Brasil, e da à oportunidade do leitor conhecer o outro lado da história. O Brasil foi um empreendimento para Portugal, em primeiro momento, pela possibilidade de riqueza de ouro, depois comercial e territorial, com o plantio de açúcar.  Esse o Brasil, nascido do trabalho escravo, exploração de suas riquezas e de seus habitantes, uma população que viveu por décadas os maus tratos de trabalhos forçados, o preconceito e ainda não serem considerados dignos da terra que vivem. Desprovidos do direito a terra, e de se constituir como um povo próspero foram marcas que a escravidão deixou de herança para o povo brasileiro, herança essa sentida ainda hoje, pois temos um Brasil de economia estagnada, baixa produtividade, grande desigualdade social e má distribuição de renda advinda da má distribuição da terra.

           

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