INFÂNCIA PERDIDA O INÍCIO EM ARROIO GRANDE
Por: Brunommmv • 10/4/2017 • Projeto de pesquisa • 8.782 Palavras (36 Páginas) • 182 Visualizações
Barão de Mauá
Descrição do tópico | Pág. |
Resumo | 1 |
Introdução | 1 |
1. Infância perdida | 2 |
2. A descoberta do comércio | 4 |
3. Um novo aprendizado | 7 |
4. Um novo rico | 10 |
5. As realizações | 13 |
Conclusão | 20 |
Bibliografia | 21 |
BARÃO DE MAUÁ
Irineu Evangelista de Souza
RESUMO
Homem de empresas, economista, pioneiro da industrialização do Brasil. Nascido em 28-12-1813 em Arroio Grande (RS) e falecido em Petrópolis em 21-10-1989. De origem humilde, órfão de pai, aos 11 anos, viaja para o Rio de Janeiro na companhia de um tio. Trabalhou como caixeiro de uma casa de comércio. Em 1830 passa a trabalhar com o importador inglês Richard Carruthers, do qual foi gerente em 1836 e sócio pouco tempo depois. Em 1840 em viagem à Inglaterra, Irineu fica maravilhado com as fábricas de Liverpool e resolve mudar o rumo de seus empreendimentos. Constrói a primeira indústria brasileira – uma fundição e estaleiro em Ponta de Areia. Funda o Banco do Brasil. Constrói nossa primeira ferrovia e a usina de gás que trará a iluminação ao Rio de Janeiro (capital do Império). Desenvolve a Cia. de Navegação do Amazonas, cria novos bancos no Brasil e no Uruguai e traz para o país o primeiro cabo submarino do telégrafo. Também no Uruguai teve a iniciativa de melhoramentos notáveis, como exemplo a iluminação à gás de Montevidéu. Em 1854 recebe o título de barão e em 1874 o de visconde. Envolve-se na política que abandona em 1873 para cuidar de seus negócios particulares ameaçados desde 1864, quando se instalara aguda crise bancária no país. Chega à falência em 1875. Publica em 1878 a minuciosa “Exposição dos Credores à Irineu e Cia.” Já então muito doente, passa o restante de sua vida empenhado em saldar suas dívidas, o que consegue pouco antes de morrer e ainda permanecer “apenas” um homem rico.
INTRODUÇÃO
Quando procurava por um tema me deparei com um problema: sobre o que escrever?
Vários assuntos me chamavam mais à atenção, eram pessoas que fizeram história. Foi então, que me decidi por um nome: O Barão de Mauá. A partir daí fui em busca da vida desse homem que tanto fez pelo nosso país e que ao mesmo tempo foi tão criticado e algumas vezes ridicularizado.
Dividi o trabalho em três partes distintas: da infância até sua sociedade com Carruthers, sua riqueza e feitos e, por fim, sua decadência.
Foram pesquisados vários livros, mas a dificuldade real eu encontrei em artigos de jornais, pouco vi.
Espero que com esse trabalho, mais possa ser conhecido desse homem que tanto influenciou o nosso país e que, com certeza foi o empresário do Império.
1. INFÂNCIA PERDIDA
1.1. O INÍCIO EM ARROIO GRANDE
Antes da guerra de 1801[1], os colonos portugueses pouco influíram na vida na terra. Imaginaram as várias riquezas que acumulavam com as oportunidades perdidas pela população local.
Chegam os charqueadores que transformariam a carne em mercadoria valiosa. Os charqueadores queriam muito gado sem se preocupar com os antecedentes do animal, sua única preocupação era comprar já que o povo local era quem tinha o trabalho duro de juntar o gado e criá-lo até a idade apropriada. Assim houve o crescimento de roubos e captura. Ressurgiu também um velho problema: a definição de fronteiras. A coroa portuguesa teria propriedades com limites supostamente respeitados. Era sabido que o gado das estâncias dos proprietários titulados tinha dono. No outro lado da fronteira os espanhóis vivam uma guerra interna com três facções em disputa pelo poder – os que permaneceram fiéis aos velhos reis – Bourbon, os adeptos da monarquia dos Bonaparte e os independentistas republicanos – não conseguiam se impor uma às outras.
Em pouco tempo cada um dos grupos criou seu próprios arremedo de exército. Surgem conflitos entre bandos rivais. Cada estrangeiro precisava impor pela força o respeito ao que era seu, e isto valia mais que uma marca de ferro no couro das reses. Em meio a tudo isso nasce a 28 de dezembro de 1813, Irineu Evangelista de Souza, filho de João Evangelista, que pertencia ao clã de Arroio Grande, que para manter o crescimento do negócio precisava sempre conseguir mais gado. Em 1819, resolveu se arriscar numa excursão ao território uruguaio ocupado, para comprar uma manada. Apesar de tudo, aquele continuava sendo um lugar onde ainda se podia achar reses a um bom preço. Foram tomados os devidos cuidados na viagem, conseguem a companhia de alguns amigos. Já na volta enquanto dormia num rancho à beira do caminho, foi morto com um tiro. A polícia ouviu duas versões sobre o caso, mas ninguém foi preso. Pouco importou diante de uma dura realidade: Mariana Batista de Carvalho ficara viúva com duas crianças (uma menina de oito e um menino de cinco) e uma estância em formação para cuidar.
Se para um homem, não eram pequenas as dificuldades, para uma jovem viúva os problemas eram muito maiores. As viagens de compra e venda, o comando sobre os peões, a vigilância contra intrusos tarefas exclusivas para homens que uma mulher da época não poderia executar. Para sorte de Mariana, ela pertencia a uma família influente na região, pode suprir algumas dificuldades enfrentadas pela viúva.
Por algum tempo Mariana desenvolveu um papel triplo: mãe – dona-de-casa – fazendeira. Ela resolve colocar o filho Irineu para estudar, o que não foi bem visto na região, pois não consistia numa atividade útil.
Após 3 anos nesse papel a jovem viúva cede às pressões familiares e aceita um novo casamento com João Jesus e Silva, mas para isso teve que renunciar aos próprios filhos, já que o novo senhor não queria os filhos de um outro pai na estância.
A solução veio rapidamente: casou sua filha Guilhermina de onze anos com José Machado e Silva, o menino Irineu teria ido morar com a avó se o irmão de Mariana, José Batista de Carvalho não aparecesse na cidade. Esse irmão havia tomado outro rumo na vida, era um comandante de navio de um dos grandes comerciantes do Rio de Janeiro.
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