Introdução aos estudos históricos
Trabalho acadêmico: Introdução aos estudos históricos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Andreeoe • 13/8/2014 • Trabalho acadêmico • 3.131 Palavras (13 Páginas) • 334 Visualizações
Unidade 01 - INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS
Visão geral
Apresentação da disciplina:
O ofício do historiador. A história e as ciências humanas. O fato histórico. As fontes históricas. A representação histórica do tempo. Os conceitos históricos. O conceito de história, historiografia e historicidade.
Objetivo da Disciplina
Geral:
Aprender que o conhecimento histórico é um processo construído.
Entender o conceito de fato histórico.
Definir a história como uma ciência humana, considerando aspectos como o conceito de historiografia, historicidade e temporalidade.
Identificar as fontes históricas e as suas possibilidades e limitações.
Apresentar as principais correntes historiográficas
Específicos:
O objetivo principal da disciplina é, como o próprio nome sugere, introduzir o aluno às questões referentes ao oficio do historiador e à dinâmica da história enquanto disciplina acadêmica, fazendo com que ele domine conceitos e noções que o nortearão ao longo do curso, fornecendo-lhes a base inicial para o aprendizado de temas mais complexos como as correntes historiográficas e outras questões igualmente teóricas.
Conteúdo Programático:
A ciência histórica e o oficio do historiador.
Principais conceitos históricos: temporalidade, historiografia, historicidade e fato histórico.
Função social da História.
As fontes históricas e a sua utilização.
A interpretação dos documentos.
Metodologia:
Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das Tele-Aulas de forma expositiva e interativa (chat - tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (auto estudo) além do Material do Impresso por disciplina.
Avaliação Prevista:
O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir a tele-aula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial embasada em todo o material didático, tele-aula e web aula da disciplina.
Web Aula 1
Conhecendo o território da história
Esses conceitos, caros alunos, vão lhes fornecer a base inicial para o aprendizado de temas mais complexos que estão contemplados no currículo da disciplina, como as correntes historiográficas e outras questões igualmente teóricas. Preparados para este desafio?
A História e o Ofício do Historiador
Em um determinado trecho do seu livro “Apologia da História ou o ofício do historiador”, o famoso historiador medievalista francês Marc Bloch diz que a palavra história é tão antiga que às vezes nos cansamos dela. Mas de onde ela vem? Como ela surgiu? Tradicionalmente, situa-se o nascimento da história na Grécia clássica, com Heródoto (século V a.C.) que, se não foi o primeiro historiador, pelo menos é considerado o "pai da história".
A ciência histórica se define em relação a uma realidade que não é observada como na matemática, nas ciências da natureza e nas ciências da vida, mas sobre a qual se "indaga", se "testemunha". Tal é o significado do termo grego e da sua raiz indo-européia wid-, weid- "ver". Assim, a história começou como um relato, a narração daquele que pôde dizer "Eu vi, senti". Este aspecto da história-relato, da história-testemunho, jamais deixou de estar presente no desenvolvimento da ciência histórica.
Clio (a Musa que personificava a História – mitologia Grega)
Esta concepção do olhar como fonte essencial de conhecimento leva-nos à idéia que histor 'aquele que vê' é também aquele que sabe. Historein em grego antigo é 'procurar saber', 'informar-se'. Historie significa, pois, "procurar". É este o sentido da palavra em Heródoto, lá na Grécia clássica, no início das suas Histórias, cujo termo se pode definir como "investigações", "procuras". Mas nas línguas românicas (português, espanhol, italiano, francês, romeno e catalão), 'história' exprime dois conceitos diferentes. O primeiro significa esta "procura das ações realizadas pelos homens" de que Heródoto falou, que se esforça por se constituir em ciência, a ciência histórica. O segundo, que o objeto dessa procura é exatamente aquilo que os homens fizeram, ou seja, as ações dos homens (Le Goff, 1990).
Então, pode- se dizer que a história é uma ciência? Para alguns historiadores, como é o caso de Marc Bloch, a resposta é sim, a história é uma ciência, mas uma ciência que estuda o homem no tempo. Também Jacques Le Goff entende a historia como ciência, mas como ele mesmo afirma, não é uma ciência como as outras e por isso mesmo não é fácil falar da história. Para ele “a história faz-se com tudo o que, pertencendo ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem” (Le Goff, 1990).
Entretanto, alguns historiadores não vêem a história como ciência. Paul Veyne, por exemplo, é um desses historiadores. Para ele, a história comporta apenas “núcleos de cientificidade” nos quais se situam toda a organização teórica e conceitual para operar com a história. Na visão desse autor, o “vir a ser” histórico não se presta ao conhecimento de leis científicas.
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