Laboratório De Ensino De História
Por: Gabriela Vieira • 25/5/2023 • Resenha • 449 Palavras (2 Páginas) • 43 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DISCENTE: GABRIELA DA MATA VIEIRA
DOCENTE: CLÁUDIO ANTÔNIO SANTOS MONTEIRO
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENSINO DE HISTÓRIA III
Resenha: MALATIAN, Teresa. “Cartas: Narrador, registro e arquivo.” In: O Historiador e suas fontes. PINSK, Carla Bassanezi e LUCA, Tânia Regina de. (orgs.) São Paulo: Contexto, 2009.
Ao dedicar-se acerca do estudo de cartas, Teresa Malatian em seu livro “O historiador e suas fontes” expõe de que forma porta-se o narrador, quais registros são deixados e de que forma são arquivados. Tratando-se parte de um momento tido como biográfico, elas contribuem com frações de uma trajetória, ou mesmo de um coletivo de pessoas, tanto na esfera familiar como profissional, visto que:
Pelas cartas trocadas, percebe-se a organização de um grupo em torno de certos indivíduos que desempenham papel central a partir de um projeto ou objetivo comum. O grupo comporta amizades e ódios, disputas e alianças a que está sujeito. Tais informações serão de grande utilidade também para a compreensão da personalidade de um determinado autor, da construção de sua obra, da recepção de suas idéias (p. 208-9).
A carta, fora desempenhar a função de meio de comunicação entre pessoas distantes, assenta as memórias e as características sociais de dado período prestando como fonte de pesquisas sócio-históricas e/ou linguísticas. E observa-se que as cartas enquanto apontadas como fonte documental, possibilitaram a introdução informacional para aspectos que acordavam a perspectiva pessoal com as ocorrências sociais e políticas conectadas em seu contexto histórico.
Malatian pondera que, nas cartas, “a palavra constitui o meio privilegiado de acesso a atitudes e representações do sujeito”. (p. 196). E nesse espaço, tal quais as autobiografias, as cartas exprimem a vida privada conforme normas de boas maneiras e manifestam uma “imagem de si controladoras da espontaneidade e da revelação da intimidade.” (p. 197). Igual qualquer outra forma de diálogo as cartas se constituem por silêncios, rupturas, retomadas, esquecimentos “ao sabor dos interesses e das afeições.” (p. 197). E o que será estabelecido a partir dos conhecimentos inclusos nas cartas, será dividido para ser analisado tanto como uma versão que parte do individual como do coletivo.
Ademais, deve-se atentar ao fato de que as cartas foram escritas pelas pessoas que se dispuseram em expor seus pontos de vistas, seus conflitos, afetos etc, mas isso anexado à um tempo e espaço definido. Deste modo, é de suma importância compreender o autor e o destinatário das cartas concentrados em um contexto histórico e social.
As cartas consequentemente passam a compor um considerável componente para o entendimento de pesquisa das relações sociais de poder e culturais do indivíduo na qualidade de elementos existentes na produção das narrativas.
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