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Município de Itapemirim

Tese: Município de Itapemirim. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/11/2014  •  Tese  •  1.152 Palavras (5 Páginas)  •  193 Visualizações

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O município de Itapemirim, antes da criação do município de Cachoeiro de Itapemirim, abrangia todo o sul do estado do Espírito Santo até a fronteira com Minas Gerais. O município ocupa a região do baixo rio Itapemirim, que com seu afluente, o rio Muqui do Norte, tem importância decisiva na vida sócio econômica da região. A mais antiga referência sobre povoamento da região remonta a 1539, quando Pedro da Silveira estabeleceu-se próximo a foz do Itapemirim com uma fazenda. A região, entretanto permaneceu até ao século XVIII, sem nenhuma maior ocupação. Somente após o célebre ataque dos índios Puris, em 1771, que os mineradores da região da Serra do Castelo, em fuga, vieram, em parte se estabelecer na foz do Rio Itapemirim. Dois destes mineradores, Pedro Bueno e o capitão Baltazar Caetano Carneiro, adquiriram os direitos de Inácio Cacundo a uma fazenda, com engenho de açúcar, que fora fundado em torno de 1700 por Domingos de Freitas Bueno Caxangá. Esta propriedade, denominada Fazendinha, localizava-se onde é a cidade de Vila de Itapemirim. Entre os fugitivos dos puris estava o vigário do Arraial de Santana de Castelo, padre Antônio Ramos e Macedo que trouxe para a então capela da Fazendinha as imagens de Nossa Senhora da Conceição, São Benedito, a pia batismal e o sino que serviram para a nova paróquia, depois dedicada a Nossa Senhora do Amparo.

A região progrediu com o surgimento de novas fazendas, a concessão de sesmarias e a legalização das propriedades, no período final do século XVIII e início do século XIX. Toda vida econômica baseava-se na cultura da cana-de-açúcar e na produção de açúcar e aguardente. O progresso tornou-se tal que, pelo alvará de 27 de julho de 1815, foi criado o município de Vila de Itapemirim, sendo o patrimônio da Câmara demarcado pelo ouvidor José Libano de Souza, numa área de meia légua quadrada e instalada a 9 de agosto de 1815. Nesta época havia nove engenhos de açucar desde a foz do Rio Itapemirim até as cachoeiras onde hoje fica a cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Eram eles: Aguapé, barra Seca, Areia, Boa Vista, Cutia, Paineiras, Poço grande e São Gregório da Ribeira. A população da região atingiu em 1824, 2.332 habitantes. A importância da região devia-se aos seguintes fatores: grandes propriedades agrícolas produtoras de cana-de-açúcar e posição estratégica da Vila de Itapemirim, que além de servir de porto escoadouro da produção, situava-se no encontro entre a chamada Estrada Geral, que unia pelas praias, Vitória ao Rio de Janeiro, e a ligação com o interior, especialmente com a estrada do Rubim na Serra do Castelo.

Em 1828, a Vila de Itapemirim possuía apenas duas lojas de fazendas e três de mantimentos e bebidas, havendo uma escola de primeiras letras com doze alunos.

O progresso regional estava intimamente ligado a produção de cana-de-açúcar e aguardente. Este trabalho agrícola exigia mão-de-obra escrava que nem sempre era pacíficas ordens e os tratos recebidos. Exemplo disso foi o levante de escravos de 1831 que atingiu grandes proporções. Mesmo após a lei que proibia o tráfico de escravos, tentou-se em Itapemirim o desembarque deles, em 1851 e 1852, com os navios negreiros Sociedade Feliz e Segundo, respectivamente, que foram rendidos. O barão de Itapemirim era acusado de ser o principal protetor dos traficantes de negros escravos do Espírito Santo.

Uma estatística de 1851 mostra o poderio econômico de Itapemirim. Nesta fase máxima, em seu território, produzia-se mais da metade de todo o açúcar de aguardente do Espírito Santo. Havia 22 engenhos com 1.348 escravos produzindo 78.700 arrobas de açúcar, 12 estabelecimentos produzindo 622 pipas de aguardente, além de 13 grandes fazendas, com 415 escravos rendendo 18.600 arrobas de café. Este notável desenvolvimento econômico, produzido pelo cultivo de cana-de-açúcar, resultou no período de maior projeção do Município de Itapemirim, que foi entre 1850 e 1870. Já em 1852 o porto de Itapemirim era ligado por navegação regular a vapor com Anchieta (Benevente), Guarapari, Vitória, Santa Cruz, São Mateus, Caravelas (BA) e exportava principalmente o açúcar, a aguardente e o café da região. Desde o período são grandes os casarões de fazenda, hoje desaparecidos em quase toda sua totalidade, inclusive o que tinha forma de castelo da Fazenda Santo Antônio

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