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O PODER DAS BRUXAS

Por:   •  6/5/2016  •  Resenha  •  1.163 Palavras (5 Páginas)  •  373 Visualizações

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BRUXAS : FIGURA DE PODER

A figura das BRUXAS é descrita por diferentes discursos, conforme citaremos a seguir:

Baseado no livro LA SORCIÈRE ( A Feiticeira), de Jules Michelet  que tem uma visão mais romântica e transforma a bruxa em MARTIR , ressalta suas qualidades silvestres e sua ligação com gênios da natureza..

Outra visão é pautada em leituras como o Manual de Inquisidores, do séc XIV, denominado  MALLEUS MALEFICARUM ( O Martelo das Feiticeiras) que descreve a bruxa ligada ao mal à figura do demônio.

Através destas duas linhas descritivas é possível  ver os paradoxos criados em cima da mulher independente , dona de seu corpo e destino.

A bruxa tanto pode ser bela e jovem como horrível e velha, a figura da bruxa serve para mostrar o modo de enxergar a mulher  quando esta  tem “poder” ou se juntam com forças e figura que a Maquina da civilização não consegue domar .

Segundo o cristianismo as bruxas eram mulheres que matavam recém-nascidos, comiam carne humana , transformavam-se em animais , participavam de orgias, relacionavam-se intimamente com demônios  e entregavam a alma ao Diabo. Às bruxas eram atribuídos todos os tipos de coisas ruim, personificavam tudo que era rebelde, indomável e instintivos nas mulheres e para a sociedade da época , precisariam de severas punições  para se dobrarem ao “masculino civilizado”.

As bruxas do imaginário e dos contos , trazem mascas da figura de bruxas descritas pela Inquisição. Carregam a marca do despudor, degeneração do corpo, pessoas incomodas para a comunidade, maléficas e corruptoras. Todos seus atos , eram considerados crimes piores que a heresia, tanto que todas as historias de bruxas tanto na realidade como na ficção  tem seu fim com castigos como a forca, fogueira ou solidão.

A doutrina cristã  no combate ao mal , durante séculos , usou a bruxa como referencia pedagógica de cunho moralizador. Acreditavam-se que os poderes sobrenaturais das bruxas vinham de sua ligação com Diabo .

As bruxas eram torturadas até confessarem terem mantido relações sexuais com o demônio, embora essas relações não fossem necessariamente carnal, uma vez que os demônios eram espíritos.

Haviam também os SABÁS ,  rituais ou festividades não cristãs , festas macabras onde se comiam carne de recém-nascidos, transe após danças frenéticas e onde as bruxas copulavam com o Diabo .

Já a MISSA NEGRA , onde os adeptos renegavam  fé cristã .  Tanto em um como em outro ritual, o corpo sempre é evidenciado , os feiticeiros vão nu, usam o corpo para danças, para comer, fazer sexo. Já na missa cristã o corpo não ganha evidência, ou seja, o corpo os movimentos , expressões e odores são quase suprimidos .

As bruxas tinham seus corpos quimados e suas cinzas jogadas ao vento para que não tivessem a chance de se reconstituir. Existiam vários casos onde até mesmo suas filhas eram acusadas e queimadas como suas mães, pois acreditavam que ao nasceram eram oferecidas ao demônio e iniciadas na arte da feitiçaria.

Segundo o historiador PIERRE PIERRARD, a mentalidade animista, os encantamentos e os ritos de magia  tinham grande relevância na população rural (inicio da idade Moderna ) de modo que a superstição  se confunde com a devoção desse povo deixando espaço para todo tipo de crença na caça às bruxas.

A crescente pobreza após a extinção do Feudalismo e o crescimento Urbano deu origem a muitas historias sobre bruxas que comem criancinhas dentre outras, PIERRE TOPFFER em sua pesquisa sobre MISSAS NEGRAS essa miséria originou muitos excessos  que foram identificados como praticas feiticeiras. Como a imagem do caldeirão de bruxa onde acreditava-se ter sopa de criancinhas .

Segundo FERNANDO DEL OSO , essas poções tinham sabor horrível com ingridientes excêntricos como asa de morcego (associados ao poder de voar ).

Tais poções eram usadas nos encontros de bruxas ou nos preparativos para os festins ou como ungüentos que cobriam os corpos. Acreditava-se que tais rituais davam às bruxas o poder de voar ou ir de uma cidade à outra em instantes.

Na visão romântica de MICHELET, no sec. XIX a bruxa é descrita como Mártir Universal , pois mesmo driblando toas as tarefas do cotidiano feminino, adversidades financeiras fome e trabalho extenuante, ela sucumbe ás forças malignas. Sendo assim , como castigo são exiladas a lugares ermos da natureza , expostas as tempestades, ventos eram expulsas de suas aldeias como ameaça a sociedade. Porem cedo ou tarde seriam procuradas por seus poderes .

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