O Thompson e Foucault
Por: markkkos • 20/8/2015 • Artigo • 1.648 Palavras (7 Páginas) • 149 Visualizações
MICROFÍSICA DO PODER
Poder
- Se o poder fosse uma ideia apenas negativa, Foucault afirma que, a dominação capitalista não conseguiria se manter. O poder tem um lado positivo, (sendo assim aceito) produzindo rituais de verdade, diminuindo seu potencial de revolta, de resistência, tornando os homens politicamente dóceis.
- O poder tem como foco o corpo humano, não para suplica-lo, mas para aprimorar, adestrar, e com isso conseguir extrair o máximo dele, controlando seus comportamentos, sendo assim, o poder para ser exercido, deve ser implantado em cadeia, e não em um indivíduo específico.
- O poder deve ser analisado como algo que circula, que funciona em cadeia. Nunca está localizado aqui ou ali, nunca está nas mãos dealguns, nunca é apropriado como riqueza ou bem.O poder funciona e se exerce em rede.
Disciplina
- A disciplina não é uma instituição, ou aparelho, é apenas uma técnica, um dispositivo, um instrumento do poder, que permite um controle minucioso das operações do corpo, fabricando o tipo de homem ideal a manutenção do sistema capitalista.
- A disciplina individualiza o espaço, o ser humano, o destrincha-o, classificando-o para que melhor possa avalia-lo (exame), vigiando ininterruptamente.
Verdade
- A grande questão não é avaliar um discurso como verdadeiro ou cientifico, mas ver historicamente como se produzem os efeitos de verdade no discurso, que não precisa necessariamente ser verdadeiro ou falso.
- Não existe verdade fora da esfera do poder, ou sem o poder, a verdade é produzida pelo poder, graças às coerções que faz. A verdade é centrada, e embasada no discurso cientifico, ou nas instituições que respaldam, “sofrendo” constantemente influencia econômica ou política.
Tribunal
- O tribunal é um “aparelho”, uma célula do estado, e não um dispositivo natural da justiça popular, mesmo por que o estado tem por objetivo, subjugá-la (justiça popular) ao máximo.
Medicina social
- Foi no “cuidado” com o corpo, que foi possível a apropriação do corpo do outro, antes mesmo da ideologia.
- Um dos objetivos da medicina social, é controlar a população pobre e operária que habitava as cidades, o receio é que essas pessoas pudessem “atentar” contra o estado.
- O remodelamento urbano que teve como uma de suas influencias, os miasmas(teoria dos miasmas) muitas cidades passaram, era justificado em partes como estratégia para dificultar uma possível revolta, com isso o alargamento de avenidas, em oposição as vielas, a destruição de casas situadas em pontes. Sendo assim, a medicina social tem como objetivo tornar as classes pobres mais aptas ao trabalho, e menos perigosas as classes mais ricas
Sobre a geografia
- Território é sem dúvida uma noção geográfica, mas antes de tudo, significa o que é controlado por um certo tipo de poder.
Genealogia
- Genealogia é a tática de resistência contra a hierarquia científica que tenta desqualificar, não legitimar o conhecimento “não nobre”. É o acoplamento de conhecimento com as memórias locais, que permite a constituição de um saber histórico.
Foucault chama de genealogia
o acoplamento dos conhecimentos com as memórias locais, o que acaba possibilitando consolidar um saber histórico das lutas e sua utilização nas táticas atuais. Assim, para o pesquisador francês, Trata-se de ativar saberes locais, descontínuos, desqualificados, não legitimados, contra a instância teórica unitária que pretenderia depurá-los, hierarquiza-los, ordená-los em nome de um conhecimento verdadeiro, em nome dos direitos de uma ciência detida por alguns. (FOUCAULT, 2012, p. 268).
Soberania
- O poder , segundo Foucault deve ser analisado no âmbito da dominação.
- Antes de se ater exclusivamente a questão principal proposta, faz-se necessário ver como Foucault expõe a teoria da soberania. O autor afirma que o Direito Ocidental está fortemente ligado com a noção de Rei. De início, foi um dos instrumentos técnicos constitutivos do poder monárquico. É o que dava legitimidade ao poder soberano do monarca.
- Retomando o tema da soberania, Foucault diz que a teoria jurídico-política sobre o assunto tratado remonta a Alta Idade Média, com reativação do direito Romano. Na Monarquia Feudal, efetivamente se via a soberania como mecanismo de poder. Era um mecanismo que incidia sobre a terra e seus produtos, que visava extrair dos sujeitos bens e riqueza, algo que será radicalmente mudado a partir do século XVII, e principalmente com Revolução Industrial, no século XVIII.
- Em épocas mais remotas, até a Revolução Industrial, tínhamos sociedades de soberania. Nessa época o poder era totalmente visível. Mais do que isso, sua força dependia de sua visibilidade. Depois, passamos a ter sociedades disciplinares. Foucault (2002) argumenta que nesse tipo de sociedade predomina o “confinamento” do indivíduo nas diversas disciplinas nas quais se insere família, escola, fábrica, quartel, hospital, prisão, que constituem dispositivos encarregados de produzir e regular os costumes, os hábitos e as práticas produtivas.
- Sobre a idéia de soberania, e chegando ao ponto principal da questão, Foucault destaca três pontos fundamentais para o entendimento da teoria: sujeito, unidade do poder e lei. Resumidamente, sujeito é aquele foi dominado. Posto isso, a Teoria da Soberania constitui um ciclo que vai do sujeito ao sujeito- isto é – mostra um sujeito que inicialmente era um individuo possuidor de direitos e capacidades por natureza deve se tornar um elemento sujeitado, dominado, submetido a uma relação de poder.
- A ideia de unidade de poder é outro elemento constitutivo da Teoria da Soberania. Assim , é fundamental para a ideia de Soberania que o poder derive de uma só fonte , e todos outros poderes e possibilidades só ganham sentido político se estiverem ligados a essa unidade.O poder pode estar centrado em um monarca , no Estado ou em uma Assembléia , mas a denominação que se dá a unidade de poder é irrelevante. O que é necessário entender é que novamente Foucault descreve um ciclo , agora um ciclo do poder e dos poderes: no início há uma multiplicidades de possibilidades , capacidades e potências(poderes , ainda que não no sentido político) que se tornarão poderes políticos se por um momento ter estabelecido”[...] um momento de unidade fundamental e fundadora[...]”.(Ibid p.50)
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