O relato do dilúvio nas civilizações
Por: Gabryella Queiroz • 10/4/2019 • Artigo • 2.712 Palavras (11 Páginas) • 173 Visualizações
Gabryella Perdigão de Queiroz[1]
A Presença do Dilúvio nas Civilizações.
Resumo
O presente artigo tem como objetivo principal mostrar que quase todas a crenças religiosas possuem um mito relacionado ao dilúvio, tendo por exemplo o dilúvio mesopotâmico de Atrahasis, o dilúvio mesopotâmico de Gilgamesh, dilúvio na mitologia grega, dilúvio na mitologia hindu, dilúvio na mitologia maia, dilúvio na mitologia inca e a versão científica do dilúvio.
O artigo iniciará com conceituações sobre “O que é História?” Uma pergunta que já tão antiga, porém é bastante complexa, que recebeu várias significações ao longo do tempo e posteriormente, trabalharemos o conceito de mito e a sua importância para as civilizações.
Após essa introdução, será exposta as versões do dilúvio e por último a versão científica, onde a geologia contemporânea confirma que aconteceu na região do Crescente Fértil um dilúvio que abrangeu, no mínimo, todo o mundo conhecido da época.
Palavras-chave: Dilúvio, Gilgamesh, Atrahasis, mito, mitologia, história.
Abstract
The main objective of this article is to show that almost all religious beliefs have a myth related to the deluge, taking for example the Mesopotamian deluge of Atrahasis, the Mesopotamian deluge of Gilgamesh, a flood in Greek mythology, a flood in hindu mythology, a flood in Mayan mythology, deluge in inca mythology and the scientific version of the flood.
The article will begin with concepts about "What is history?" A question that is already so old, but rather complex, that has received several meanings over time and will later work on the concept of myth and its importance for civilizations.
After this introduction, will be exposed the versions of the flood and finally the scientific version, where contemporary geology confirms that happened in the region of the Fertile Crescent a flood that covered at least the world known at the time.
Key words: Deluge, Gilgamesh, Atrahasis, myth, mythology, history.
Introdução
Como dito anteriormente, há várias conceituações sobre o que é a História, não é possível dar uma definição fechada sobre este questionamento, cada corrente de pensamento procura dar a sua própria resposta, por exemplo, os iluministas veem a História como o progresso da humanidade, os positivistas viam como tradução objetiva da verdade e a Nova História prefere não oferecer uma única explicação para este lquestionamento.[a]
Ciro Flamarion Cardoso afirma que a História deixou de estar voltada para fatos singulares e passou a abranger estruturas globais e sujeitas a regularidades, como a vida econômica e as estruturas sociais e culturais. Já Paul Veyne, que não dá uma definição, mas afirma que para ele História não é ciência, não tem método e não explica, para ele a História é narrativa, mas[b] uma narrativa com personagens reais e que mesmo baseada em fatos e documentos, não alcançará o realmente acontecido, devido a parcialidade dos documentos e fatos. E também afirma que História é subjetiva e já que tudo é história, a História acaba sendo o que foi escolhido pelo historiador. Há muitas outras definições que foram dadas ao longo do tempo, sendo o próprio conceito de história, histórico.
Para falar sobre o dilúvio, primeiramente é necessário entender o que é o mito e a sua importância para as civilizações. O mito é uma narrativa, que trás consigo simbologias e significados que dão significado a determinado povo ou cultura, é a forma mais antiga de crença, todos os povos antigos possuem seus mitos e crenças e é através deles que transmitem valores, orientações, a moral.
- O dilúvio nas civilizações
No decorrer da história, foi descoberto que grande parte das civilizações possuem um mito que é comum entre elas, a destruição da raça humana por meio de um dilúvio.
- A epopeia de Atrahasis
Datada de 1650 a.C., é a mais antiga história conhecida sobre o dilúvio. Foi escrita com sinais cuneiformes, sobre tabletes de argila, em acadiano, língua da antiga Babilônia. Atrahasis, que significa “Supersábio” em acadiano, é o protagonista que sobrevive à inundação. Seu nome aparece também em uma lista de reis da cidade sumeriana de Shuruppak nos tempos anteriores à inundação.
Tudo começa quando só existiam os deuses no universo, eles eram divididos entre deuses produtores e consumidores. Haviam os deuses Igigi, que faziam parte dos produtores, eles tinham um trabalho muito duro e acabaram por rebelando-se, negando produzir os meios de sobrevivência e assim nasceram os humanos, destinados a substituir os deuses no trabalho pesado.
Ocorre que os humanos se multiplicam bastante, ao ponto de incomodar os deuses com muito barulho, então Enlil após algumas tentativas de acabar com a humanidade, que foram interferidas por Ea, opta por enviar uma catástrofe: o Dilúvio.
Mais uma vez Ea interfere e dá instruções a Atrahasis para construir um barco, abastecê-lo e ao sinal do seu deus, deverá embarcar familiares, riquezas, reservas, mestre de obras para que preserve as técnicas adquiridas e animais, tanto domésticos quanto selvagens.
Então após 6 dias e 7 noites, o Dilúvio encerrara. Atrahasis usou uma técnica de navegantes para saber se havia terra próxima, soltando aves e espero que elas voltem ou não. Enlil ficou furioso com mais essa tentativa frustrada, Ea tentou acalmá-lo, mostrando-o que seria pior se não tivessem quem produzir e como forma de controlar o crescimento da população, algumas mulheres seriam inférteis, outras teriam seus bebês roubados pela Demônia-Destruidora e haveria mulheres que não reproduziriam por causa de sua religião.
- A epopeia de Gilgamesh
A epopeia de Gilgamesh é. escrita em acadiano, é uma versão posterior do épico de Atrahasis. Conta a história do deus-herói Gilgamesh, rei da cidade sumeriana de Uruk. Neste épico, o episódio do dilúvio é muito similar à versão bíblica e o sobrevivente chama-se Utnapishtim, o homem justo e imortal, equivalente a Atrahasis e ao Noé hebraico. Gilgamesh quer saber como Utnapishtim obteve sua imortalidade e é, então, que ele conta a história do dilúvio. Os deuses decidiram destruir a humanidade. Ea, deus das águas profundas adverte Utnapishtim e o instrui a derrubar sua casa e a construir um barco dando-lhe as dimensões precisas e que fosse vedado com betume. Sua família inteira embarcou junto com seus artesãos e todos os animais do campo. Veio a tempestade violenta e durou seis dias e seis noites. Utnapishtim continua o seu relato, na epopeia de Gilgamesh:
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