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Os Leitores e Leituras do Antigo Regime

Por:   •  14/12/2022  •  Resenha  •  794 Palavras (4 Páginas)  •  67 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO[pic 1]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

        

Aluno: Carlos Daniel Alves Bezerra                                         Matrícula: 20199058546    

Disciplina: História Moderna II                                        Turno: Manhã.

Professor: Dr. Demetrios Galvão

FICHAMENTO I

Tipo: Resumo/citação

Assunto / tema: Leitores e leituras no Antigo Regime (1530-1660)

Referência bibliográfica: CHARTIER, Roger. Leituras e Leitores na França do Antigo Regime. São Paulo: Editora Unesp, 2004, p. 91-129.

Síntese da ideia do autor: O autor evidencia os leitores e os tipos de leituras do antigo regime entre 1530 e 1660 na França do Antigo Regime, demonstrando os mecanismo de leituras, as estatísticas, lugares sociais e seus leitores, e as leituras.

Citações:

Página:

“Neste primeiro estudo, limitado a montante de pelos anos de 1530 que vêem as formas do livro se emancipar definitivamente das do manuscrito, e a jusante pelos anos de 1660, quando a política monárquica de controle e de censura transtorna toda a economia do impresso, a questão que se coloca é a presença do livro, ou de outros impressos, mais humildes, nas camadas sociais que não pertencem as elites de fortuna, do poder e da cultura.”

91-92

“Nessa cidade de importância média [...] o estudo minucioso de Albert Labarre permite, com efeito, saber exatamente quais são os possuidores de livro. É claro que eles constituem uma minoria: entre 4442 inventários após falecimento encontrados para os anos de 1503-1576, somente 887 mencionam a presença de livros, ou seja, 20%, um inventário entre cinco. Nessa sociedade minoritária [...] os mercadores são 259 a ter livros e os artesãos ou pessoas do ofício, 98, ou seja, respectivamente 37% e 14% do conjunto de inventários com livros socialmente identificados. [...]”

93

“Em Paris, entre 1601 e 1670, a parcela de mercadores e artesãos no seio da população dos possuidores de livros é menor do que em Amiens um século antes. Os inventários após falecimentos, dos quais Henry-Jean Martins estudou uma amostra de quatrocentos, manifestam isso: artesãos e mercadores, considerados em conjunto, fornecem dezesseis dos 187 inventários após falecimento com livros cujo o proprietário é socialmente identificável no período 1601-1641 (ou seja, 8,5%), e treze dos 175 do período 1642-1670 (ou seja, 7,4%). [...]”

95

“Os inventários após o falecimento de Amiens ou os livros de contas de Grenoble permite, portanto, diversas constatações. Inicialmente, eles confirmam que os leitores “populares” constituem uma minoria no público dos livros, e uma minoria que mais frequentemente se limita a compra ou possuir somente alguns títulos. Esses documentos [...] não manifestam expectativas particulares desses leitores [...] eles não leêm tudo o que leêm os dignitários, longe disso, mas os livros que eles possuem ou adquirem não são suas leituras próprias.”

99

“Reunindo homens e mulheres, letrado e analfabetos, fiéis de profissões e de bairros diferentes, os cultos protestantes, tal como se pode perceber, apesar dos segredos que os cerca, nas cidades atingidas pela Reforma, são um dos lugares em que se opera, em comum, a aprendizagem do livro”.

101

“As menções de leituras feitas durante vigílias camponeas são, portanto, bastante raras, senão, inexistentes, para o século que separa o Reinado de Henrique II do Luis XIV, o que faz duvidar muito que elas sejam um suporte para a possível penetração do impresso nos campos.”

105

“Enquanto na cidade numerosas e diversas parecem as oportunidades dadas aos que não sabem ler para encontrar o impresso, certamente não ocorre o mesmo no campo, onde a audição do livro durante a vigília, seja o que for que se tenha dito, é um momento excepcional.”

107

“Propondo preces e formulas piedosas, indicando os nomes dos chefes e dos tesoureiros, dando uma representação figurada e sensível do próprio objeto da devoção comunitária (o Santíssimo Sacramento, o Rosário, o santo padroeiro), essas imagens alimentam a piedade dos leêm e dos que não leêm, e podemos pensar que sua presença familiar, no seio do cotidiano, atrai pouco a pouco para o escrito todos aqueles aos quais as pequenas escolas urbanas não ensinaram o abc.

109

“Em um pasquim entre quatro, o texto é acompanhado de uma gravura sobre madeira, geralmente de pequena dimensão e de proveniência muito variável. A mesma madeira, retocada ou não, pode servir para varias edições, e uma serpente monstruosa de Cuba pode facilmente converter-se em um dragão voador no céu parisiense.”

115

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