RESENHA DE O DIREITO A LITERATURA
Por: NINA209 • 13/8/2016 • Resenha • 635 Palavras (3 Páginas) • 6.345 Visualizações
Resenha do texto:
Antonio Candido de Mello e Souza, carioca, mundialmente reconhecido, vem tratar neste texto de considerações sobre os direitos humanos e a literatura. Em um cenário onde a população que ocupa uma posição social desprivilegiada, é condenada a miséria e não tem acesso a literatura, e quando tem é de certa forma limitado.
O autor que além de ser sociólogo e professor é também escritor e crítico literário, ressalta a importância de transformar a teoria em prática, pois recursos que permitam uma distribuição de conhecimento igualitária já existem. Mas pessoas que estão realmente dispostas a fazerem isso estão em um número mínimo na sociedade. Ter consciência de que aquilo que nos é essencial, também é igualmente essencial para o próximo: “ Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que o do próximo. ” (p.172)
Aborda o conceito de bens compressíveis e incompressíveis, que variam com o tempo e com a cultura de cada povo. Já que os bens incompressíveis não são somente os que garantem a sobrevivência física, o ser humano não é formado apenas pelo corpo. A plenitude espiritual, intelectual também é fundamental. A literatura é universal, é uma ferramenta que auxilia na no campo educacional. Suas produções modificam a nossa percepção do mundo, tem o poder de nos transportar pelo tempo e enriquecer o processo de humanização. Por todos os benefícios trazidos pela literatura pode-se afirmar que ela é essencial para o equilíbrio social. E privar pessoas de conhecê-la pelo simples fato de pertencerem a uma classe social inferior, é negar os direitos humanos.
As minorias sociais passaram a ser retratadas nas obras, fazendo uso da literatura como um mecanismo de denúncia social. Candido declara ainda que: “ Nas sociedades que mantêm a desigualdade como norma, e é o caso da nossa, podem ocorrer movimento e medidas, de caráter público ou privado, para diminuir o abismo entre os níveis e fazer chegar ao povo os produtos eruditos. “ (p.188). Ao referir-se a níveis culturais, mostra que o problema não é a falta de capacidade das pessoas de compreenderem um autor renomado por exemplo, mas sim a falta de oportunidade de se ter acesso a ele. Os grandes clássicos da literatura têm abrangência mundial, não se limitam pelas barreiras impostas pela sociedade, disponibilizá-los a um número maior de pessoas é uma maneira de diminuir essa lacuna colocada pela desigualdade na economia.
A reflexão que é deixada é a de ter sensibilidade quanto ao próximo, de não fazer distinção do que o outro precisa ou não. Entender que o acesso a literatura erudita, não tem que ser proporcional a classe social que o indivíduo ocupa. Além de ser um direito humano, é uma necessidade. Chegar a este estágio de amadurecimento cultural não é fácil, viver em meio a uma sociedade individualista não é algo que auxilie a ver no outro uma continuação de si mesmo. Infelizmente as pessoas ainda não aceitaram o fato de todos sermos iguais, que pertencermos a mesma a raça. Mas ainda assim, há uma melhora em ascensão nas desigualdades sociais.
Uma sociedade fundamentada na justiça, garante o cumprimento dos direitos humanos. Garante que não é o fato de ocupar uma posição social menos favorecida, que irá excluir o indivíduo do mundo oferecido pelo conhecimento. Que não é sua cor, ou sua religião que vão determinar o seu futuro, que ele será tratado como qualquer outra pessoa e terá os seus direitos respeitados tanto quanto o de um médico por exemplo. É isso que Candido leva o leitor a refletir em O direito à Literatura, que todos devem ter acesso livre a aquisição do saber, e uma boa disposição a auxiliar o próximo.
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