Resenha Crítica : A revolução das revoluções
Por: betasaiac • 15/3/2018 • Resenha • 400 Palavras (2 Páginas) • 188 Visualizações
Resenha Crítica
TEXTO: A revolução das revoluções?
O autor inicia a obra introduzindo uma discussão acerca da inovação eletrônica no meio literário, abrindo para questionamento se seria esta de fato a grande revolução suportada pelo mundo das letras. Um breve passeio pela história nos revela que não.
Na história, a informação, mais facilmente disseminada em seu em seu aspecto material, fora gravada em diversos tipos de superfícies, variando não somente de acordo com o período, mas também de acordo com a cultura. Entretanto, havia uma afinidade entre todas estas formas de perpetuação de conhecimento, seus signos linguísticos eram gravados de maneira manuscrita.
Desta forma, o autor apresenta a revolução de Gutenberg não como um rompimento físico, não é como se não houvesse livros em brochura antes do advento introduzido por ele, o rompimento de que se trata é mais ideológico que material, é o rompimento de um labor quase que personalíssimo. Acreditava-se que o trabalho manuscrito aproximava o autor e a obra de tal forma que a ideia de um livro impresso gerava estranheza.
Havia uma necessidade de aparatos para promover um livro impresso, mas foi mais um impacto ideológico que tornou a transição de formas (da manuscrita para a impressa) mais lenta do que a maioria supõe.
Feito o apanhado histórico, o autor segue para revolução mais próxima de nossa linha temporal, a revolução eletrônica dos meios literários. E é interessante o viés que se propõe a este fenômeno cultural. O livro eletrônico é um livro liberto de sua delimitações físicas, é o conhecimento livre de sua cápsula. Tire as dimensões materiais de um livro e ele se torna uma ideia suspensa na rede mundial. E a revolução não está simplesmente na mudança de apresentação do livro para o leitor, ela está mais presente na extensão de seu alcance.
Vale ressaltar também a reverberação causada na linha de produção. Tratando-se de um livro eletrônico, o sujeito que cria a obra também pode ser o sujeito que produz, edita e publica. O alcance é expandido, tanto para quem produz conteúdo quanto para quem aprecia o conteúdo publicado.
O autor se vale de um breve, porém cuidadoso, apanhado histórico para ilustrar melhor o levante que vivemos no mundo das letras, através de um olhar otimista convida o leitor para analisar o livro não somente como um objeto de apreciação que está mudando de forma, mas também como uma espécie de objeto histórico, sujeito a evolução tal qual a humanidade.
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