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Resenha Pedagogia da Autonomia

Por:   •  11/6/2020  •  Resenha  •  1.120 Palavras (5 Páginas)  •  494 Visualizações

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PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA DE PAULO FREIRE

Vitória Rodrigues Wassermann - 732598

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Nascido em 1921 no Recife, Paulo Freire é formado em direito pela Faculdade de Direito em Pernambuco e, mesmo nunca exercendo a profissão, Freire se dedicou à educação, tornando-se criador do método conhecido como Pedagogia Crítica, reconhecido como um dos maiores pensadores na história da pedagogia e homenageado mundialmente com 35 Honoris causa, alguns mesmo após sua morte em 1997.

Em 1996, Freire publica Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à Prática Educativa onde discorre sobre suas análises e sugestões para a formação de um sistema educativo mais progressista, partindo principalmente do professor, a figura responsável pelo ato de educar.

Com uma escrita didática e completamente fluida, o autor divide a obra em três capítulos com nove subdivisões em cada, sendo eles: 1. Não há docência sem discência (1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica, 1.2 Ensinar exige pesquisa,1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos,1.4 Ensinar exige criticidade, 1.5 Ensinar exige estética e ética, 1.6 Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo, 1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, 1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática e 1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural.); 2.Ensinar não é transferir conhecimento (2.1 Ensinar exige consciência do inacabamento, 2.2 Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado, 2.3 Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando, 2.4 Ensinar exige bom senso, 2.5 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, 2.6 Ensinar exige apreensão da realidade, 2.7 Ensinar exige alegria e experiência, 2.8 Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível e 2.9 Ensinar exige curiosidade.) e 3. Ensinar é uma especificidade humana ( 3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade, 3.2 Ensinar exige comprometimento, 3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, 3.4 Ensinar exige liberdade e autoridade, 3.5 Ensinar exige tomada consciente de decisões, 3.6 Ensinar exige saber escutar, 3.7 Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica, 3.8  Ensinar exige disponibilidade para o código e 3.9 Ensinar exige querer bem aos educandos.).

No primeiro capítulo Freire discute sobre a transferência de conhecimento de um professor para o seu aluno e destaca que isso não é o ato de educar em si, o ato de educar mostra-se no momento em que o professor cria as possibilidades para que os educandos possam construir o conhecimento, tornando-se mais independentes e críticos. E ainda discorre sobre como é necessário ensinar a pensar autonomamente e criticamente através de provocações e questionamentos, não apenas conteúdos programados e a repetição de determinados conteúdos para que os alunos decorem.

Ao se tratar do professor em sala de aula, Freire afirma que ele nunca deve parar de estudar e se policiar, pois o mundo muda e é necessário crescer com ele, evoluir e desconstruir-se de prévias concepções, bem como ser vigilante ao tratar-se da conduta dentro de sala de aula, pois podem-se criar vícios ou descuidos. Segundo o autor, o ato de educar é constantemente acompanhado pela autocrítica.

É importante ressaltar de como Freire dirige a responsabilidade de se adequar às necessidades dos alunos ao professor, respeitando suas vivências e conhecimentos culturais, e não o oposto, algo que reconhece e abraça as individualidades dos alunos e suas identidades. E também saber lidar com as discriminações que podem ocorrer dentro da sala de aula, interferindo de forma que ela seja apontada e responsabilizada, sempre direcionando o autor da infração para um caminho longe da ignorância e o aluno ofendido para um caminho de empoderamento.

Já no segundo capítulo, Freire discute sobre o ser professor e de aceitar aquilo que sempre fará parte do educar. Os educandos não sairão da escola totalmente formados como indivíduos, já que a real construção de um ser nunca será completa até o fim de seus dias, portanto é necessário aceitar e respeitar a imperfeição, a inacabilidade dos educandos, afinal a educação é um processo permanente.

Ensinar é também entender que o educar reside no ato de auxiliar esse educando para ser uma pessoa que saiba crescer e ser um ser independente e autônomo em todas as questões da vida. Para ensinar é necessário entender que existem pontos de vista e que não é errado possuí-los, mas também compreender que o condicionamento existe e que os alunos são seres distintos de seu professor, portando merecem respeito.

Ao afirmar o respeito ao seu aluno, o professor também precisa ser humilde e saber escutar a demanda e apontamentos de seus educandos, a autocrítica muitas vezes pode vir de um reconhecimento de práticas apontadas por terceiros. E, acima disso, o ato de ensinar requer o conhecimento e a defesa pelos direitos dos educadores e entender que a educação é um objeto fundamental do ser humano, completamente ligado à filosofia, por isso ela deve ser acessada por todos.

E para encerrar, ainda no segundo capítulo, Freire afirma que o ensinar faz o indivíduo participar, tomar decisões e assim, deixa de ser um objeto da história, e torna-se um sujeito. Algo que não só se adapta no mundo da história, da política e da cultura, mas também é capaz de muda-las, algo difícil, mas possível, sendo um caminho para um mundo mais progressivo e igual.

Por fim, no terceiro capítulo, Freire trata da construção ética do professor e de sua experiência na sala de aula, afinal, a educação é constante e permanente, inclusive para o educador. Ao ganhar experiência, o educador precisa saber diferenciar prática de teoria, autoridade de liberdade e ignorância do saber, o respeito deve ser mútuo, mas não uma relação de cátedra, pois o carinho também é fundamental para o ensinar e possível de se manter alinhado à autoridade e respeito ao professor.  

O autor se coloca em favor da compreensão e da prática, da avaliação enquanto instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos ao serviço da libertação e não da domesticação. E acima de tudo, segundo Freire, o educar é também feito através da empatia e do querer seus alunos bem, portanto o se importar é necessário e o demonstrar mais ainda, fazer crer que o educar é uma forma de intervir no mundo e na melhoria dos seres humanos.

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