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Resenha crítica do texto "Economia, sociedade e urbanização em Minas Gerais" de Simona Costa.

Por:   •  8/8/2022  •  Resenha  •  1.295 Palavras (6 Páginas)  •  156 Visualizações

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Autor dessa resenha: Eduardo Vieira de Sousa

Resenha crítica do texto “Economia, sociedade e urbanização em Minas Gerais (séculos XVIII-XIX) Vila Rica, futura Ouro Preto, e a sua rua principal” de Simona Costa.

        Trabalhar com a história e o desenvolvimento de uma cidade tão simbólica para o nosso país como a cidade de Vila Rica, ou atualmente Ouro Preto, com certeza é uma tarefa que traz grande responsabilidade. Ainda assim, a autora do texto em questão consegue nos levar por um bom caminho de compreensão através dos seus estudos, principalmente nas partes em que vai falar sobre a formação e o desenvolvimento urbano dessa cidade. Alguns pontos específicos que chamam a atenção durante a leitura do texto serão expostos no decorrer dessa resenha, sendo estes o desenvolvimento dos núcleos urbanos coloniais, o território de Minas Gerais em si, os arraiais primordiais e o espaço das matrizes.

        Inicialmente é pertinente entrar na discussão levantada por Simona referente ao desenvolvimento dos núcleos urbanos coloniais, onde a autora já deixa a entender que um dos semblantes mais importantes da evolução urbana, nessa américa portuguesa, seria a ausência de povos em estágio de urbanização, parecidos com os que eram encontrados pelos espanhóis por causa dos processos de conquista. De todo modo, carecia de uma característica importante para que um assentamento pudesse ser definido como cidade, sendo essa a ligação de forma continua da povoação com o território em questão. O progresso urbano da colônia pode ser visto como uma ocorrência totalmente nova, onde o instrumento cultural daqueles que acabavam de chegar ali foi arduamente confrontado com a realidade abrupta dos trópicos. Tudo o que se juntou em muitos séculos de trabalhos iria perder sua substância e seu significado para os portugueses, já que estavam lidando com as forças grandiosas da natureza, fazendo-os ficar na costa por cerca de três séculos, mas por conta disso os paulistas se tornaram símbolos dessa passagem de conquista, a qual a chamada “civilização do ouro” foi um dos pontos principais.

        A partir desse ponto, podemos compreender o início dos núcleos urbanos trabalhados pela autora, os quais tiveram seus aspectos trabalhados pela precisão de recriar as formas mais pertinentes para o novo ambiente e um novo modo de criação da própria existência, através de conquistas, aprendizados e novas direções internas e externas. Assim, é compreensível que as vilas mineiras que surgiram durante esse tempo de interiorização da colônia reforçam o módulo de cidade portuguesa que foi imposta nessa região costeira brasileira. Sobre o território das vilas, os quais relacionar ainda com essa parte inicial, e também um pouco da parte inicial política, vemos que eles eram ordenados em “termos” que englobavam a zona rural e urbana. A câmara podia cobrar os foros dos terrenos que estavam sendo utilizados nas sesmarias concedidas pelo rei como uma maneira de produzir renda para sustentar a administração pública.

        Agora partindo para o início do século XVIII, para falar um pouco sobre o território de Minas gerais em si, a autora irá trazer informações como o fato da vila mineira característica ser algo em conjunto por um processo diferente daqueles ocorridos nas vilas coloniais antecessoras as quais a apropriação ocorria sempre em função do lugar, sendo aqui onde acontecia de fato as atividades mais básicas para a vivência humana. Levando isso em conta, sabendo que a cidade era dependente das atividades desse tipo e a própria em si era uma espécie de complemento auxiliar, é possível compreender também como um aspecto de centralização do comércio e bem efetiva no seu desempenho da vida social e religiosa. Ainda falando a respeito dessas vilas, o território era extremamente ruim para que cidades fossem estabelecidas ali, sendo rodeado de montanhas e vales que claramente não aparentavam rentabilidade para qualquer tipo de plantações. A pesar disso, a atividade de minério foi algo que fez a população se fixar naquela região, desenvolvendo gradativamente grupos e arruamentos nas encostas e nos vales.

        A atividade mineratória foi tão influente que conseguiu determinar a especificidade perdida do povoamento inicial. Desse modo, várias concentrações de povoamento com características mais passageiras e mutáveis foram surgindo durante os anos que se seguiram, auxiliando de forma forçada as investidas exploratórias e mostrando-se apenas com moradias feitas de         madeira e capim, devido aos aspectos precários das soluções construtivas predominantes. No entanto, a localização mais importante da vila não sofreu muitas mudanças, sendo esses referentes ao estabelecimento de vilas costeiras. No caso de Vila Rica, os movimentos em questão sempre se limitaram aos limiares históricos da cidade, tendo como exceção apenas os núcleos iniciais que eram mais parecidos com acampamentos itinerantes.

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