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Resumo, A Condição Humana

Por:   •  19/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.286 Palavras (6 Páginas)  •  739 Visualizações

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Universidade Federal da Fronteira Sul

Disciplina: Introdução a Filosofia

Acadêmico: Gábor Camargo Aguirre

Docente: Rogério Trapp

Referência: ARENDT, Hannah. A condição humana. 10. ed. Rio de janeiro: Vozes ltda, 2007. 174 p.

                                        Introdução

O presente texto aqui exposto, tem como objetivo, discorrer de maneira resumida sobre as principais ideias trabalhadas no livro intitulado ‘’A condição Humana’’, da filósofa Hannah Arendt. Que segundo o que Celso Lafer cita nas considerações finais da edição aqui explicitada, foi a obra sucessora do livro The Origins of Totalitarism, publicado em 1951, sendo está a primeira grande contribuição de Hanna, para o que Celso classifica como, o ‘’domínio público intelectual’’.

                                A obra

Em sua obra, Hannah Arendt, busca estabelecer uma reflexão sobre a capacidade do ser humano, em transcender o que já é existente na natureza. Sendo que segundo a autora a natureza age de maneira cíclica, onde a naturalidade dos seres vivos está ligada apenas em nascer, viver e morrer. Todavia, nós como seres humanos podemos desenvolver uma capacidade de desviar-se deste ciclo que nos aparenta ser definitivo, por meio de nossas ações, ou seja, pela nossa habilidade de agir. E esta seria a grande singularidade entre os seres humanos, que nos diferenciam dos demais seres vivos, enquanto estes se comportam apenas de acordo com seus instintos naturais e de sobrevivência, nós temos a possibilidade de sobressair a esta lógica caracterizada como egoísta e instintiva. Pois segundo Hanna, os indivíduos, não advém sua origem no mundo apenas para morrer. E sim somos provenientes na terra para exercer ações e agir, e por meio destas ações cada individuo tem a oportunidade de engendrar coisas novas. Sendo que é exatamente através deste algo novo, que somos capazes de produzir, que podemos contemplar o que a filósofa classifica como ‘a glória da vida humana’.

Hannah também nos trará uma nova perspectiva sobre o julgamento da natalidade. Segundo suas afirmações, nenhum individuo jamais será igual ao outro, e todos tem por meio de suas ações, possibilidades de criar coisas totalmente únicas e novas. Que eventualmente podem ter a capacidade, de transformar o meio em que o indivíduo vive e/ou até mesmo a humanidade. Como podemos ver nesta breve citação retirada de sua obra, onde Hannah afirma que:

O fato de que o homem é capaz de agir significa que o inesperado pode ser esperado dele, que ele é capaz de realizar o infinitamente improvável. E isso, de novo, apenas é possível porque cada homem é único, de modo que, a cada nascimento, algo exclusivamente novo vem ao mundo. (ARENDT, 2007)

Estas ações, estariam sendo diretamente motivadas por uma ânsia, que nós seres humanos temos de buscar por uma certa confirmação identitária. E como consequência desse “agir’’, o indivíduo pode conquistar o seu valor reconhecido, no meio social. Muitas vezes chegando ao extremo por este reconhecimento. Como por exemplo, é exposto por Hannah, o caso do filósofo Sócrates que, fora julgado e sentenciado a envenenar-se com cicuta, e por não renunciar suas ideias, ele mesmo tomou o cálice para si, e o bebeu.

Nesta perspectiva, Hannah afirma que, o nascimento e a ação do ser humano torna-se visível a nós, disfarçadamente ou comparativamente a um milagre. Todavia está diretamente ligada ao agir dos indivíduos. Além de classificar nossa existência como uma improbabilidade incomensurável, porém transcorrente a todo instante. Ou seja, a reafirmação da capacidade do ser humano de a qualquer momento criar, algo novo. Sendo que os regimes fascistas e autoritários, seriam os principais responsáveis, pela tentativa de impedimento desta capacidade humana individual. Pois quanto mais o estado, reprime esta possibilidade, mais ele pode usufruir dos cidadãos para o seu próprio rendimento.

Mais adiante, a autora recorre ao exemplo de Jesus Cristo, para discorrer sobre o poder na ação do perdão. Ela descreve este ato como uma legitima ação verdadeiramente refletida, além de afirmar que esta é mais humana do que a vingança. Pois enquanto a vingança esta mais ligada ao nosso instinto, o perdão aparenta-nos estar em contraposição de nossa natureza. Desta maneira, para o ser humano exercer o ofício do perdão, o indivíduo necessitaria mais, de uma inteligência de asseverar e cumprir promissões. Nesta perspectiva Hannah faz menção ao filosofo Friedrich Nietzsche, indo de encontro ao pensamento de que, tais ações inovadoras como as acima assinaladas, são comportamentos que revelam as nossas singularidades e reforçam a afirmativa de que nenhum indivíduo é igual ao outro.

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