A Evolução da Polis
Por: 97937673 • 5/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.532 Palavras (7 Páginas) • 289 Visualizações
A Evolução da Polis
Introdução
Devido o processo evolutivo dos períodos pré-socrático e socrático, a polis e a educação, consequentemente sofreram evolução. Mas para compreender o mecanismo no qual remota o sistema de educação, é necessário entender o significado da palavra ética.
Para Valls (1994) ela é tradicionalmente entendida como um estudo ou uma reflexão científica ou filosófica e até teológica, sobre os costumes ou as ações humanas. Já para Moore (1980) a ética define uma investigação geral sobre aquilo que é bom.
Porém, Frankena (1969) afirma que a ética auxilia a solucionar problemas sobre o que é certo e como se deve agir. Mas verificando a origem da palavra, Marilena Chaui (1999) diz que ética e moral são considerados valores e obrigações para a conduta dos costumes tradicionais de uma sociedade.
Chaui ainda atribui a Sócrates o início da filosofia moral, segundo ela “devemos a Aristóteles a distinção entre o saber teorético e saber prático”. Ou seja, para a autora, na práxis, o agente ou a ação e a finalidade são inseparáveis, já na técnica, o agente e a ação fabricadora são distintos do que será fabricado.
Aspectos Históricos
Macintyre (1970) afirma que conceitos morais não podem ser examinados e compreendidos com independência de sua história, ou seja, os conceitos morais variam na medida que as diversas formas de vida variam também. Logo, nesse mesmo sentido, Chaui diz que as modificações dos valores morais são determinadas pelas condições históricas.
Porém, Cambi (1999) ressalta a importância de reconhecer o mundo clássico, pois nesse período surgiram muitas ideias, definições e teorias que até hoje são tidas como paradigmas do humanismo.
Porém os gregos, na verdade são tidos como os intérpretes de um pluralismo de povos, culturas e religiões unificados pelo Mediterrâneo.
Conforme Chaui (1999), a história da Grécia é dividida em quatro grandes fases: a da Grécia Homérica, a da Grécia Arcaica, a da Grécia Clássica e a da Helenística.
Logo, a Filosofia só aparece em meados da Grécia Arcaica. Entretanto, a filosofia corresponde quatro períodos: o pré-socrático ou cosmológico ; o período socrático ou antropológico; o período sistemático e o período helenístico ou greco romano.
Contudo, Monroe (1969) divide a história da educação grega em período antigo que abrangea época homérica e a época histórica e o período novo que é uma transição entre o pensamento filosófico e por uma decadência na qual nasce as escolas retóricas.
A Polis
Termo que designa o estado grego, compreendendo a cidade e seu território, ou seja, ela exprime a expressão “cidade-estado”.
De acordo com Vernant (1977) as consequências do aparecimento da polis atingirão sua plenitude.
A polis proporcionou uma nova forma para a vida social e para as relações entre os homens. Cambi (1999) acrescenta que as leis e os ritos fazem da polis uma comunidade da vida espiritual.
O homem recebe uma espécie de segunda vida, o seu bios politikos, além de sua vida privada; isso ocorre devido o surgimento da cidade-estado.
(Vernant, 1977) ressalta que a cidade passa a ser centralizada na ágora e não mais em torno do palácio real, consequentemente, uma polis.
Para Hipódamos, que é um dos primeiros urbanistas conhecidos, a cidade deve subdividir-se em três partes principais: a dos deuses, a do Estado e a dos indivíduos.
Porém, Aristóteles e Platão, que viveram no século V a.C, achavam Atenas demasiada e familiar. Arendt (1981) acrescenta que a polis só sobreviveria se o número de “cidadãos” permanecesse limitado.
Tanto Ferrari (1979) quanto Chaui esclareceram que deve-se entender por cidadãos, os homens livres, ou seja, mulheres, crianças, escravos, velhos e estrangeiros não entravam nessa definição.
A polis, mesmo alimentada de conflitos e tensões, propricia abertura para mudanças de equilíbrios sociais.
A Educação Grega
De acordo com Marrou (1975) a História da Educação na Antiguidade demonstra as origens da tradição pedagógica e que o essencial da civilização e do sistema de ensino remonta a civilização Grega. Nesse período, a existência de um sistema de educação, de forma definitiva e plenamente desenvolvida, pode ser atribuída, após a contribuição decisiva de dois grandes educadores, Platão (+348) e Isócratis (+338).
Segundo Morrou (1975) a educação é “a técnica coletiva pela qual a sociedade inicia sua geração jovem nos valores e nas técnicas que caracterizam a vida de uma civilização”. Portanto, sendo a educação um reflexo da civilização, ela só se torna plena e madura após a era helenística, quando a civilização toma sua “própria forma”.
Já Morrou (1969), devido a importância da educação no período homérico, como o marco inicial do desenvolvimento posterior, afirma que a instituição dominante, a cidade-estado, forneceu a fase e os ideais da educação do antigo período.
Então Morrou (1975) e Morroe (1969) compararam a função realizada pela Bíblia na educação do povo anglo-saxão, a de Ilíada e Ildisséia, no período homérico, pelo fato de proporcionarem aos gregos orientação moral, inspiração ética e direção prática para as necessidades da vida, segundo Morrou.
No século V a.C. a antiga educação grega atingiu o ápice de suas realizações pessoais e de seu desenvolvimento, o que ficou conhecido como século de Péricles, que foi quando a civilização grega chegou seu mais alto nível. Embora a antiga educação ter sido base para essas realizações, Morroe (1969) afirma que “ela era insuficiente para satisfazer as exigências da época e inteiramente inadequada para as necessidades futuras”.
De acordo com o autor acima, nesse período ofereciam-se maiores oportunidades e exigiam mais, visando o “desenvolvimento individual do que a cidade-estado, e que o individuo não fosse absorvido pelo cidadão”.
A velha moralidade, baseada nas instituições da cidade-estado da família e do culto dos deuses familiares, é substituída por uma nova moralidade, baseada no interesse próprio ou no esclarecimento racional (Moroe, 1969).
A popularização da escrita é através de uma técnica mais precisa que, segundo Monroe (1969), “a leitura e a escrita foram introduzidas nas escolas por volta no ano 600 a.C. mas, antes disso, os poemas homéricos eram ensinados oralmente, mas continuaram a sê-los depois”.
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