A Língua Escrita E A Oralidade No Contexto Do Texto Literário
Por: Aureliano spindola siqueira • 28/4/2023 • Trabalho acadêmico • 3.514 Palavras (15 Páginas) • 80 Visualizações
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
DESENVOLVIMENTO 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS 9
REFERÊNCIAS 10
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão sobre a língua escrita e a oralidade no contexto do texto literário. O ponto de partida para esta temática, é que nos anos finais do Ensino Fundamental, é possível que muitos alunos ainda apresentem dificuldades na leitura e na escrita, já que há alunos de distintas realidades e muitos desses estudantes apresentam traços da oralidade em seus textos, uma vez que a escrita ainda está muito atrelada a essa modalidade.
O presente trabalho está estruturado em duas partes: na primeira é feita uma reflexão teórica a respeito das modalidades oral e escrita da língua, algumas características especificas de cada uma delas e como a oralidade influência na produção escrita dos educandos. O que pode ser constatado através dos traços de oralidade presentes em seus textos. Na segunda elaboramos um plano de aula voltado ao trabalho com a leitura literária, especialmente o gênero literário crônica. Mais especificamente crônicas do escritor brasileiro Luís Fernando Verissimo. As crônicas analisadas foram extraídas do livro “Mais comédias para se ler na escola”, Rio de Janeiro: Objetiva (2008). As crônicas escolhidas foram “Acho que tou”; “Lerdeza”; e “O deus Kramatsal”. O objetivo do trabalho com a leitura literária é fornecer meios aos alunos de observar como esse gênero, que nos remete ao cotidiano, utiliza a língua padrão, mas, ao mesmo tempo, insere traços próprios da oralidade. Com isso buscaremos conscientizar os alunos sobre os traços de oralidade na escrita e consequentemente melhorar suas produções escritas, e instigar o gosto pela leitura.
Esperamos com esse trabalho fazer uma reflexão sobre a prática docente no ensino de Língua Portuguesa proporcionando aos alunos meios para o pleno desenvolvimento da capacidade e da competência linguística em todas as suas modalidades.
DESENVOLVIMENTO
Referencial teórico
2.1 Oralidade e escrita características
A língua oral e a escrita são duas modalidades diferentes da linguagem que, por sua vez, apresentam características próprias. A oralidade é geralmente marcada pela linguagem coloquial (ou informal), enquanto a escrita, em grande parte, está associada à linguagem culta (ou formal). Nesse sentido, constata-se que tanto a oralidade quanto a escrita são práticas sociais e, portanto, devem ser tratadas com a mesma importância nas aulas de Língua Materna, pois como afirma Marcushi (2010, p. 17) “oralidade e escrita são práticas e usos da língua com características próprias, mas não suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos nem uma dicotomia”.
A linguagem oral é uma variação linguística, utilizada sob determinados contextos, dessa forma ela não pode ser considerada errada. A fala é um recurso mais prático, rápido e seu objetivo é um só: Transmitir uma mensagem. Sendo assim, a oralidade possui algumas características próprias, tais como:
- Ideia de maior proximidade entre locutor e receptor;
- Relação direta entre falantes;
- Contexto interfere;
- Uso de recursos extralinguísticos, tais como: gestos, expressões faciais, postura, entonação;
- Possibilidade de refazer a mensagem, caso não seja interpretada adequadamente;
- Transmissão maior de ideias, reflexões e emoções;
- Preocupação maior com a assimilação da mensagem do que a forma como ela será transmitida;
A língua escrita se configura na formalidade e no caráter culto. Seguindo as normas padrão da língua, ela não pode ser considerada, “mais certa” que a oralidade. Ambas apresentam características próprias, situações ideais de uso e contextos a serem adotadas. A oralidade e escrita são duas modalidades da linguagem necessárias sempre. Embora sejam diferentes, as duas coexistem entre si e complementa-se. Dessa forma a escrita possui algumas características próprias, tais como:
- Segue as normas cultas de linguagem padrão do idioma;
- Objetividade e clareza nas ideias;
- Registro documental;
- Rigor gramatical;
- Apuração do vocabulário;
- Exigência de elaboração e esforço de apresentação;
- Busca evitar ambiguidades;
- Prevê questionamentos e explora abrangência nas ideias para sanar dúvidas.
O emprego, portanto, dessas duas modalidades da linguagem, levando em conta suas características, está intimamente ligado a condições sociais, culturais, históricas e técnicas. O contexto em que são utilizadas é o que vai determinar se uma deve ser priorizada em detrimento da outra.
2.2 Influência da oralidade na escrita
A escola tem o papel de ampliar as experiências dos alunos. Devendo portanto providenciar meios para que todos sejam aceitos em suas formas de expressão, sem discriminações, nesse sentido, não se pode acusá-los de “falar errado”, mas se deve mostrar que existem novas maneiras de se expressar e uma delas é a norma culta da língua que pode ser expressada tanto de forma oral quanto escrita. Nesse sentido, as primeiras condições que todos os alunos precisam ter assegurado para avançar em sua aprendizagem é a condição de ser respeitado em sua forma de expressão. Há de se considerar também a forma própria de se expressar de cada aluno proveniente de um contexto social específico.
Embora a oralidade preceda à escrita as instituições de ensino sempre priorizaram a escrita, uma vez que, a oralidade esteve por muito tempo sem a devida atenção no espaço escolar. Segundo Marcushi (2004), “O homem é considerado um ser que fala e não como um ser que escreve”, ainda que isso não signifique que a oralidade seja superior à escrita. Essa afirmação baseia-se no fato de que todos os povos tiveram uma tradição oral cronologicamente anterior à escrita. A oralidade se constrói no ambiente familiar e vai até o ambiente mais complexo que seria o meio social. Cabe a escola mostrar aos alunos as mais diversas situações comunicativas, isto é, mostrar os mais variados contextos de uso da língua oral que vai da informalidade para a formalidade dependendo do contexto social vivenciado pelo aluno.
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