A PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO STRICTO SENSU INTERDISCIPPLINAR EM EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS. MESTRADO EM EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS
Por: Eliézer Reis • 17/7/2021 • Resenha • 1.377 Palavras (6 Páginas) • 168 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA ANÁPOLIS DE CIÊNCIAS SOCIOECONÔMICAS E HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO STRICTO SENSU INTERDISCIPPLINAR EM EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS.
MESTRADO EM EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIAS.
Discente: Eliézer Reis Vicente
Atividade: Fichamento de Citação
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Reflexões metodológicas sobre a tese: “Interdisciplinaridade – um projeto de parceria”. Cortez, 2000.
“Trata-se de uma tese de livre-docência defendida na UNESP, recentemente, que vem causando polêmica por seu caráter inovador. Sua metodologia aproxima-se daquela que vem sendo definida por Ego-História, ou seja, uma metodologia que nasce do cruzamento de dois grandes movimentos que se impõem na atualidade: por um lado o abalo das referencias clássicas da objetividade histórica, por outro, a investigação do presente pelo olhar do historiador.” (p.147).
“A produção científica que resulta, pois, deste procedimento metodológico – é preciso que se destaque -, embora contemple aspectos pessoais e subjetivos do pesquisador não se constitui em uma autobiografia...” (p.147).
“(...) uma tese que tem a Ego-História como Metodologia permite ao pesquisador assinalar as raízes mais profundas do problema que pesquisa (E.E.H., p.14), permite inclusive a percepção mais clara do porquê tornamo-nos determinado tipo de pesquisador, salientam que o fato correlaciona-se diretamente à influência dos teóricos que tivemos como parceiros e às contingências culturais e sociais da época na qual vivemos.” (p.148).
“Esse tipo de metodologia permite também que, a partir da leitura dos clássicos ou de escritos esparsos e variados, se faça uma bricolage.” (p.147).
“(...) a Ego-História possibilita também uma parada para reflexão sobre o valor dos “mentores das teses que desenvolvemos”, no sentido não de um simples agradecimento, como normalmente encontramos nas teses convencionais, mas o sentido e a intenção mais profunda da orientação e o valor real da estima que a eles dedicamos (E.E.H., p. 38)”. (p. 148).
“A Ego-História permite uma volta às nossas pesquisas originais, no sentido de podermos avaliar a diferente tese surgida, das teses anteriores.” (p.149).
“A Ego-História permite também a exploração do “mental coletivo” e com ele, uma melhor explicitação da vida cotidiana, pois, a partir dessa consideração, é possível revelar-se a dimensão antropológica com muito maior intensidade (E.E.H., p.45). Enquanto dimensão antropológica o pesquisador que se utiliza da Ego-História procura tornar “o familiar estranho””. (p. 149).
“A Ego-História também nos permite compreender que a investigação não se pilota de alto, mas a investigação que se descobre, que chega, que esclarece, é uma produção do ser.” (p. 150).
“No Brasil, a pioneira desse gênero de pesquisa é Magda Soares, com quem temos repartido frequentemente nossas inquietações. Assim, ela se refere em seu belíssimo livro, Metamemória/Memórias: “entendi de fazer uma tese cujo objeto fosse minha própria vida acadêmica, por isso tentei não apenas descrever a minha experiência passada, mas, pensá-la buscando identificar a ideologia que a informava, em cada momento passado”. (M.M., P.15). (p. 150).
“Quando pensei em desenvolver este trabalho, havia frequente em meus ouvidos e em minhas preocupações expressões e compromissos respectivos: tese de livre-docência precisa ser original, consistentemente original; de preferência, sua originalidade deve ser digna de um passado de lutas, se for o caso de confrontos com a Academia, pelos quais o educador tenha defendido a originalidade das premissas que postula; e precisa ser inédita.” (p.151).
“A parceria foi, neste trabalho, evidenciada a cada frase, em cada período, em todo e qualquer parágrafo, mesmo quando não revelada: ausente presença. A parceria, neste trabalho, se configurou de forma tão marcante que a expressão aqui utilizada se revestiu de infinitos aspectos. Pela inadequação, de aqui esgotá-los, pela inconveniência até aqui, por outras expressões da linguagem acadêmica, tentar traduzi-los é que por simplificação e redução próprias de outra linguagem – a de senso comum – que facilmente acabaria por denomina-los de “mania”.” (p. 152 e 153).
“Mania de quê? Mania de compartilhar falas, compartilhar espaços, compartilhar presenças, compartilhar ausências...”. (p. 153).
“Mania de ver a teoria na prática e a prática na teoria. Mania de ver possibilidade na utopia e a utopia na possibilidade.” (p. 153).
“Mania de periodizar só para fazer História.” (p. 153).
“Mania que é postura de sempre pretender a produção, em parceria.” (p. 153).
“O educador precisa sempre estar se apropriando de novos e infinitos conhecimentos. O tempo para isso é curto, como é curta a vida. A vida se prolonga na confluência das outras vidas que também são curtas, que também são breves, mas que juntas podem se alongar e assim se eternizar. Este é o sentido da parceria na interdisciplinaridade.” (p. 153).
“No início, a parceria era apenas produto de uma intuição. Hoje se transforma em “ciência”, quando já não me é mais possível deixar de vislumbrá-la como teoria.” (p. 153).
“A temática deste trabalho foi “interdisciplinaridade” sua problemática é a Interdisciplinaridade como atitude possível frente ao conhecimento.” (p. 153).
“Atitude de quê? Atitude de busca de alternativas para conhecer mais e melhor; atitude de espera frente aos atos não consumados; atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao dialogo, com pares idênticos, com pares anônimos ou consigo mesmo; atitude e humildade frente à limitação do próprio saber; atitude de perplexidade frente à possibilidade de desvendar novos saberes; atitude de desafio, desafio frente ao novo, desafio em redimensionar o velho; atitude de envolvimento e comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas; atitude, pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível; atitude de responsabilidade, mas sobretudo, de alegria, de revelação, de encontro, enfim de vida.” (p. 155).
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