A Teoria da Literatura
Por: jnrm • 12/12/2017 • Resenha • 1.029 Palavras (5 Páginas) • 1.978 Visualizações
TEORIA DA LITERATURA
Fabrício Marlon da Silva[1]
SOUZA, Roberto Acízelo. Teoria da Literatura. 8. Ed. São Paulo: Ática, 2002. P.5-69.
Roberto Acízelo de Souza é um dos mais respeitados scholars do país nas áreas de teoria da literatura e literatura brasileira, o professor titular de Literatura Brasileira da UERJ graduou-se em Inglês na Universidade Santa Úrsula, em Português-Literaturas na UERJ e em Ciências Jurídicas e Sociais na UFRJ; fez mestrado e doutorado em Teoria da Literatura na UFRJ e realizou estudos de pós-doutorado em Literatura Brasileira na USP. Venceu o prêmio literário da Academia Brasileira de Letras de 2015 na categoria Ensaio, Crítica e História Literária. É conferencista honorário do Real Gabinete Português de Leitura. Foi diretor superintendente da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e coordenador do GT História da Literatura da ANPOLL (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística). Publicou centenas de artigos científicos e integra o corpo editorial de nove revistas acadêmicas. Escreveu livros que servem de base para diversos cursos universitários de letras no Brasil.
Em seu livro “Teoria da Literatura”, Acízelo busca conceituar o assunto em questão em forma de perguntas, tais como “O que é literatura? pode-se teorizar a literatura?” e, consecutivamente, questiona qual disciplina estuda a literatura. Em virtude de tais questionamentos, desdobram-se vários conceitos e diversas disciplinas, tais como Poética, História da Literatura, Crítica Literária, Ciência da Literatura, Teoria da Literatura, Retórica e Estética constituem disciplinas distintas entre si, já que todas se ocupam com a literatura, mas cada uma a sua maneira. O texto em si possui, ao todo, sessenta e cinco páginas desenvolvidas por meio de cinco capítulos que começa na página 5 e termina na página 69.
Já no primeiro capítulo, o autor questiona, através de uma pergunta, o conceito de literatura e que, cujas respostas primeiras culminam em uma noção difusa e culturalizada pelo senso comum. Mais adiante, verifica-se a necessidade de fazer da literatura um objeto de questionamento ou problematização, implicando a construção de uma teoria para um estudo de caráter metódico e analítico.
No segundo capítulo, fala-se sobre “teorizar a literatura”, para Acízelo, a teoria existe para problematizar aquilo que o senso comum costuma perceber de forma mais simplista e superficial. A teoria busca responder de maneira mais profunda às questões que lhe são propostas ou que ela mesma se propõe. Assim sendo, para teorizar a literatura é necessário fazer certas distinções, capazes de distribuir as inúmeras teorias propostas em alguns poucos grupos constituídos por construções teóricas assemelhadas, segundo o autor, ou seja, não há apenas um método teórico para investigá-la, mas vários métodos, pois a literatura é um campo aberto á múltiplos questionamentos e metodologias. Desse modo, o autor admite dois grupos básicos de teorias: um de natureza normativa e outro de natureza descritiva. No primeiro, a atitude normativista absolutiza certos valores tidos como mais elevados, o que coloca as questões literárias num círculo estreito de dogmas, fixando-lhe normas e preceitos. Já o segundo, resume-se a descrever, por exemplo, as partes de uma obra literária, sem impor regras e normas e possibilitando maior abertura especulativa.
No terceiro capítulo, “Que disciplina estuda a literatura?”, o autor afirma que, desde as origens da civilização ocidental, a literatura tem sido objeto de investigação. Esse tópico visa expor os objetos de estudo da literatura assim como discutir as suas designações. Na busca por teorizar a Literatura, o autor encontrou muitas designações dadas à literatura, porém, tais designações não se referem a uma disciplina central, e sim, uma disciplina fragmentada em diversas modalidades.
No quarto capítulo, “A constituição da teoria da literatura”, Acízelo preocupa-se em identificar os traços definidores da teoria da literatura em sentido estrito, mediante uma retomada histórica sobre o termo “teoria da literatura” assim como as definições correlativas de método e objeto:
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