AUDIODESCRIÇÃO DE LIVES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA I JORNADA LIMEFLE, LITERATURA E AS METODOLOGIAS PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Por: Stefanie Viana • 30/11/2022 • Abstract • 1.420 Palavras (6 Páginas) • 75 Visualizações
AUDIODESCRIÇÃO DE LIVES: RELATO
DE EXPERIÊNCIA NA I JORNADA
LIMEFLE, LITERATURA E AS
METODOLOGIAS PARA A FORMAÇÃO DE
LEITORES
Graduanda Stefanie Viana dos Santos1
, Professora Dra.
Marisa Ferreira Aderaldo2
.
11Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, e
mail:stefanie.viana@aluno.uece.br
2Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, e-mail:
marisa.aderaldo@uece.br
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo apresentar à XXVI Semana Universitária da
Universidade Estadual do Ceará (UECE) um relato de experiência na realização da
audiodescrição em uma conferência realizada na I Jornada LIMEFLE: Literatura e as
metodologias para a formação de Leitores, como bolsista de extensão do Núcleo de Libras
NEL e atuando no âmbito da Comissão Permanente de Acessibilidade da UECE –
CPACESSO, no ano de 2020, sob orientação da professora Dra. Marisa Ferreira Aderaldo
Palavras-chave: Audiodescrição. Transmissão ao vivo. Pessoas com deficiência.
1. INTRODUÇÃO
A audiodescrição é um recurso que amplifica a compreensão das pessoas com deficiência
visual (PcDV) nos mais diversos eventos, tais como acadêmicos, científicos, sociais ou
religiosos, por intermédio da informação visual que pode ser audiodescrita. Ao transformar o
visual em verbal, abre-se um leque de possibilidades na promoção de acessibilidade cultural e
informacional, proporcionando inclusão cultural, social e escolar.
No atual contexto, em que o mundo sofre com a pandemia causada pelo vírus Sars (Covid
19) houve uma mudança radical na forma de comunicação e quase todas as esferas da sociedade
tiveram que adaptar suas atividades para a forma remota; isso exponenciou a participação do
público, fazendo com que, de certa forma, houvesse uma democratização ao acesso a esses
eventos. Ao mesmo tempo, jogou luzes sobre a importância da acessibilização a fim de que
pudessem alcançar mais pessoas. Com isso, expandiu-se o uso de recursos assistivos como
legendagem para surdos e ensurdecidos, janelas de libras e audiodescrição para congressos,
ciclos de palestras e outros eventos, sempre enfatizando a promoção e a garantia do direito das
pessoas com deficiência visual ao acesso informacional e comunicacional. A prática ao vivo,
porém, gera um questionamento: 1) Como garantir a tradução do visual sem ofuscar a fala do
apresentador? 2) Em que momentos o audiodescritor, que atua como tradutor simultâneo, deve
ou pode interferir na transmissão principal a fim de descrever as informações visuais essenciais à
compreensão?
De acordo com as máximas conversacionais de Grice, aqui adaptadas à audiodescrição, é
recomendável que sejam feitas somente contribuições necessárias a complementar a informação
não visual à qual o PcDv tem acesso para que a comunicação2intermediada pelo audiodescritor
seja feita em sua forma plena.
À medida que é realizado o processo de tradução audiovisual simultânea deve-se construir os
enunciados na forma: inicialmente, com base no princípio da cooperação usando a categoria da
“quantidade”, em que se considera fazer o encargo de tal informação somente quando for
necessário; nessa hora, cabe ao audiodescritor fazer escolhas para analisar, rapidamente, o que se
deve ou não ser audiodescrito. Porém, também deve-se atentar para não fornecer demasiadas
informações, isto é, falar mais que o necessário, pois quando isso ocorre atrapalha a fruição da
PcDv ao acompanhar a informação principal, que é o evento/ palestra/ de interesse.
Durante o processo de audiodescrição simultânea o audiodescritor deve atentar-se para que a
tradução ocorra, de fato, em sua forma simultânea evitando informar algo aparente, uma
informação visual à qual não se tem plena certeza de que é aquilo e, também para algo que não
se tem indícios corretos. Para isso, podemos aplicar a máxima da “qualidade fazendo o máximo
possível para que as informações que estão sendo passadas no dado momento da tradução sejam
verdadeiras. Também deve-se atentar para adicionar somente informações relevantes ao objetivo
da comunicação propriamente dita, isto é, aproveitar os poucos espaços entre as falas de forma a
selecionar informações relevantes, para isso deve-se aplicar a máxima da relevância. A escolha
das palavras a serem enunciadas no momento da tradução é ponto chave para que seja possível
realizar uma comunicação plena, pois, ao realizar uma tradução audiovisual, é preciso ter a
noção do público alvo do produto para quem estamos traduzindo; de certa forma, pois é destinada
a pessoas com deficiência visual, então deve-se atentar para a escolha
...