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Cinema brasileiro: A Vida Invisível à luz do patriarcalismo

Por:   •  9/6/2022  •  Artigo  •  3.080 Palavras (13 Páginas)  •  113 Visualizações

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Isabela Rodrigues Lopes[pic 1]

O CINEMA NACIONAL COMO CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA: uma análise do longa-metragem A Vida Invisível

UFG

2021

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL CATALÃO

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS E LINGUÍSTICA

O CINEMA NACIONAL COMO CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA: uma análise do longa-metragem A Vida Invisível

Projeto de pesquisa de TCC apresentado ao Prof. Dr. Bruno Franceschini, como requisito final para conclusão da disciplina de Introdução à Metodologia de Pesquisa, do curso de Letras Português e Inglês da Unidade Acadêmica de Letras e Linguística – Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão.

Visto do orientador: ____________________

CATALÃO – GO

2021

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO        4

2. HIPÓTESE        5

3. OBJETIVOS        5

3.1 Objetivo geral        5

3.2 Objetivos específicos:        5

4. JUSTIFICATIVA        5

5. REFERENCIAL TEÓRICO        6

6. MÉTODOS        9

7. CRONOGRAMA        10

8. REFERÊNCIAS        10

1. INTRODUÇÃO

Para iniciar a discussão acerca da importância do cinema como sistema semiótico na construção de uma identidade cultural nacional, parafrasear-se-á Antônio Raimundo dos Santos, que coloca que a pesquisa científica se caracteriza como uma “atividade intelectual intencional que visa responder às necessidades humanas” (p. 15). O autor ainda propõe que as necessidades humanas básicas se dividem em três âmbitos, sendo eles o biológico, o social e o transcendental. Tendo isso em vista, a construção de uma cultura indentitária e de uma identidade cultural são essenciais na construção de um cidadão enquanto indivíduo inserido em uma determinada sociedade.

        Em termos de Brasil, percebe-se uma grande influência europeia nas culturas regentes no país. Essas influências são reflexos da colonização. Há, no entanto, grande influência do tupi e do guarani no português brasileiro – no nome do país, inclusive – oriundos dos povos nativos que viviam aqui muito antes de o Brasil ser tomado por Portugal.

        A globalização e o advento da tecnologia contribuem para a miscigenação cultural brasileira, e isso é um fator positivo até certo ponto. Contudo, é perceptível o distanciamento do povo brasileiro ao que é brasileiro – desde a história até a arte produzida aqui.

        Com isso, essa pesquisa busca resgatar valores, histórias e a cultura intrinsecamente nacionais. A minha busca pessoal pelo consumo de artistas brasileiros, tanto na música, no audiovisual, na literatura e nas artes plásticas, contribuiu para a construção de uma versão de mim muito mais consistente e consciente da realidade a qual estou inserida. A partir dessa redescoberta, vieram questões como: até onde a sociedade interfere em nossa cultura, e até em que ponto a cultura passada de geração em geração interfere na sociedade?

        Esse é o ponto de partida dessa pesquisa, cujo filme escolhido para análise dessa cultura é A Vida Invisível (2019), de Karim Aïnouz. Um dos focos dessa pesquisa é compreender as vivências do indivíduo genuinamente brasileiro inseridas na obra, bem como compreender como as diferentes regiões, classes sociais, ideologias dialogam com o indivíduo que consome aquele conteúdo.

        O longa-metragem narra a história de duas irmãs que se separaram por circunstâncias que envolvem o controle que o patriarcado exerce perante a vida das mulheres na década de 1950 – período em que se passa o filme. Nesse sentido, algumas das problemáticas tratadas no longa-metragem é o sonho de viver na Europa que ainda é uma realidade, o matrimônio, a liberdade sexual e as dificuldades que as mulheres encontram na busca profissional – inclusive a maternidade como empecilho para a inserção da mulher no mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo é colocada como uma obrigação feminina.

2. HIPÓTESE

        O cinema enquanto manifestação artística, enquanto sistema semiótico, pode contribuir para a construção de uma identidade cultural e nacional, mas também ser influenciada por ela.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Apresentar temáticas – de gênero, de sexualidade e de classe – discutidas no longa-metragem A Vida Invisível (2019), percebendo as representações dos papéis de gênero e classe dentro do longa-metragem.

3.2 Objetivos específicos:

  • Problematizar a representação de um Brasil homogeneizado;
  • Abordar brevemente as principais distinções de gênero que dialogam com situações do longa e avaliar as representações femininas da obra e relacionar o que é representação cinematográfica e o que é representação da realidade;
  • Explicar o que é narrativa dramatizada e traçar um breve percurso do cinema, de maneira geral.

4. JUSTIFICATIVA

A escolha do tema parte do fato de que o cinema produzido em Hollywood não conversa diretamente com a sociedade brasileira, por não ser parte da vivência dos brasileiros. Ademais, nos últimos anos a produção audiovisual brasileira alavancou discussões importantes, principalmente sobre os papéis de gênero, além de ter alcançado gradativamente a massa com a migração dos atores da televisão aberta para o cinema – e vice-versa.

        A necessidade de uma identidade cultural nacional é evidente, já que nos últimos anos tem havido um sucateamento da arte brasileira. E isso é um problema causal, mas também consequente, da negligência com a história e a literatura do país – dois dos principais pilares de conhecimento da sociedade atual, e os caminhos que o país trilhou até aqui.

        Apesar dos avanços do cinema nacional no que tange orçamentos que permite que discussões sociais sejam alcançadas por um grande público, ainda é pouco discutido academicamente as representações femininas propostas no cinema nacional. Nesse sentido, o filme A Vida Invisível, de Karim Aïnouz (2019), inspirado no livro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Márcia Batalha, traz duas personagens femininas no protagonismo do longa-metragem, que apesar de muito diferentes entre si, são unidas pelos mesmos conflitos provocados pelo patriarcado. A escolha do filme parte de um ponto pessoal, mas também por considerar importantes outras representações femininas do diretor cearense, como Hermila/Suely, do longa O Céu de Suely (2009) e Madame Satã, uma travesti, do filme que também leva o nome Madame Satã (2002).

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