Cinema Brasileiro
Por: Anderson Siqueira • 29/4/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.963 Palavras (8 Páginas) • 367 Visualizações
CINEMA NACIONAL
1896 – Surgimento do Cinema no Brasil
Alfonso Segreto foi o primeiro cinegrafista a registrar cenas em territorio brasieliro. Seu irmão Pascoal Segreto era um exibidor cinematografico que havia encomendado à Alfonso filmes da Europa e este trouxe, além dos filmes, uma câmera de madeira, ainda movida à manivela, que fora comprada na França.
1898 – Primeiras filmagens em solo brasileiro
Acompanhando o ritmo da época, os filmes eram pequenos documentários que mostravam festas de casamento e batizados de familias ricas. Acontecimentos cotidianos e bailes de carnaval foram temas de inumeros e curtos filmes, e a chegada de um trem ganhava contornos épicos.
1906 – Surgem os gêneros
Segreto registra o carnaval na recem inaugurada Avenida Central, inaugurando assim umm dos gêneros mais apreciados do cinema brasileiro: o filme carnavalesco.
No memso ano, Antonio Leal dirige e fotografa o que é considerado o primeiro filme brasileiro de longa metragem: Os Estranguladores, e assim nasce outro gênero : o filme policial.
1907 – Desenvolvimento e propagação
Entre 9 de agosto e 31 de dezembro deste ano 22 salas de exibição são inauguradas no Rio – Explosão cinematográfica. No mesmo período, aparecem os primeiros operadores de câmera e todos os aspectos da vida social carioca são objetos de registro por parte dos novos profissionais.
São Paulo também corria atrás da nova moda do cinematógrafo, apesar do despreparo reinante. O nível técnico e artistico dos filmes eram baixíssimos, ninguém sabia nada para ensinar para ninguém. Ninguém se preocupava com estudar, nem ler. Não sabiam quem eram os grandes mestres do cinema e nem estavam interessados em saber. Nas três primeiras décadas deste século mais de 100 filmes foram produzidos e exibidos em São Paulo.
O Brasil produziu regularmente até meados dos anos 20. Diversas obras da nossa literatura foram adaptadas para as telas, porém a estrutura dramática dependia totalmente dos textos entre as cenas. Só em meados da década de 20 é que a produção começou a evoluir em linguagem e qualidade técnica e estilística, muitos filmes do cinema mudo desta época se tornaram clássicos. A partir do eixo Rio-São Paulo o cinema se propaga por todo Brasil. Acontecem então os chamados ciclos regionais.
- de 1923 a 26 ocorre o ciclo de Campinas: quase todos os filmes foram fotografados por Thomaz de Tullio;
- de 1921 a 27 ocorre o ciclo de Pouso Alegre/MG: todos os filmes de um só cineasta Francisco de Almeida Fleming;
- em 1925 ocorre o ciclo do Recife: Edson Chagas e Gentil Rodrigues se transformam em cineastas.
- na década de 20 ocorre o ciclo do Amazonas: Silvino Santos e Luis Thomas Reis desenvolveram técnicas alternativas para revelação na mata, a céu aberto, tomando precauções para que os insetos não ficassem grudados na emulsão enquanto o filme secava.
- na década de 20 ocorreu também o ciclo de Cataguases que merece menção especial, não só pela originalidade, mas por ter revelado aquele que iria transformar-se na mais importante figura do cinema brasileiro no período: Humberto Mauro.
1927 – O som chegava no cinema mundial
1929 – Tentativas frustrantes de implantar o som no cinema nacional
No Brasil o som assustava nossos produtores. O custo das produções eram altissimos. O mundo passava pela enorme crise causada pelo crash da bolsa de Nova York em 1929 e a técnica de sonrização era muito cara, principalmente para um país onde uma indústria cinematográfica não existia profissionalmente.
A crise de 29 e a agitação política dos anos 30 refletiu na produção cinematográfica brasileira. Em São Paulo, de 8 filmes produzidos em 1930, produziu somente 3 entre 1932 até 1934.
Durante a 2 Guerra e no período imediatamente posterior a ela, chegam ao Brasil alguns diretores de fotografia que contribuiram decisivamente para a melhoria da qualidade da nossa cinematografia, como: Adam Jacko, Jiri Dusek, Edgard Eichhorn, Ferenk Fekete, Giulio de Luca, Ugo Lombardi, e outros.
1930 – Fundação da Cinédia
Fundada por Adhemar Gonzaga, a Cinédia foi um dos primeiros estúdios brasileiros. Sem profissionais técnicos no país, diversas pessoas de outros países foram contratados para trabalhar nas produções do estúdio. Conhecida principalmente por sua produções populares, na Cinédia foram produzidos os precursores das chanchadas. Seguindo o mesmo rumo dos populares teatros de revista, os filmes juntavam o som, recém incorporado ao cinema e as músicas teatrais.
As pré-chanchadas misturavam o circo, o caranaval, o rádio e o teatro em filmes que retratavam o malandro brasileiro, desocupados, donas de pensão e empregadas domésticas, tentando sempre atingir um público mais amplo, com linguagem fácil e oriunda de outras manifestações artísticas que já faziam sucesso.
Era Atlântida: Apostou no gosto popular e regional
A Atlântida foi uma das mais bem sucedidas iniciativas de se criar um estúdio. A grande diferença trazida por ela, é que os cineastas começaram a ter uma preocupação maior com os roteiros e com as temáticas. Esteriótipos começaram a surgir e os personagens ganharam contornos e personalidades mais definidos. Diversos atores do teatro de revista passaram a ser associados a seus papéis do cinema. Além disso, a paródia, uma das principais características das chanchadas, começava a nascer.
Consideradas alienantes por diversos críticos e cinestas, as chachadas apelavam para a diversão popular mascarando a realidade vivida pelo país. Não que isso fosse ruim para o cinema da época, já que foi através das chanchadas que o hábito de ir ao cinema aumentou consideravelmente, mas o país passava por episódios muito importantes, como censura, Getúlio Vargas, populismo, Estado Novo, ditadura e a 2 Grande Guerra e a participação brasileiras nas forças aliadas.
Era Vera Cruz: representou um compromisso com a técnica, uma espécie de busca do padrão de excelência norte-americano de Hollywood
Franco Zampari e Francisco Matarazzo Sobrinho fundaram, juntos, a Vera Cruz e queriam que ela fosse o maior estúdio produtor de filmes no país e propunham estabelecer uma nova linguagem cinematográfica, negando a chanchada e buscando o inovador. Tentariam, sem sucesso, transformar o gosto do público, impor um cinema feito para intelectuais e por intelectuais.
Contrataram técnicos estrangeiros, compraram equipamentos caros e investiram pesado nas produções. O estúdio foi responsável pela produção de um dos maiores sucessos do cinema nacional: O Cangaceiro (1953),, de Lima Barreto. O maior sucesso da produtora foi exibido em mais de 20 países, ganhou prêmio de Melhor Filme de Aventura no Festival de Cannes do mesmo ano, e é um dos filmes com maior bilheteria de todos os tempos.
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