Contexto Histórico - Cultural

Realismo

Contexto Histórico-Cultural

O movimento realista tem como marco inicial a publicação do romance Madame Bovary de Gustave Flaubert, em 1857, na França. De caráter ideológico e marcado pela denúncia dos problemas sociopolíticos, o Realismo manifesta-se na pintura retratando imagens do cotidiano concentradas nas camadas populares, mas na literatura o movimento alcança seu maior impacto denunciando os preconceitos, a intolerância, a hipocrisia da Igreja católica e a falsidade nas relações sociais burguesas.

As correntes científicas, como Determinismo, o Positivismo e o Evolucionismo passam a ser a base para a explicação da realidade.

A “geração do materialismo” revolucionou as ideias do século XIX, e as ciências alinharam-se, inter-relacionando-se para o estudo de elementos sociais humanos: economia, sociologia, biologia, psicologia, geografia e antropologia reúnem-se a fim de observar e interpretar a vida numa perspectiva evolucionista.

A literatura, até então repleta da fantasia subjetiva romântica, abre espaço para a denúncia social feita de maneira objetiva, associando o comportamento das personagens a tendências naturais e analisando-o a partir de elementos que possam ser cientificamente comprovados.

Características literárias

- Apresentação da verdade, fuga do sentimentalismo e do artificialismo, verossimilhança no relato dos acontecimentos, que não devem ser ordenados pela lógica, já que a realidade segue ritmo irregular.

- Retrato e interpretação das personagens à luz da psicologia, os personagens são semelhantes aos indivíduos da vida real, por isso são retratados interna e externamente.

- Observação objetiva da vida, precisão e fidelidade na observação, o narrador não interfere no comportamento das personagens.

- Documentação, seleção, síntese e denúncia dos fatos. O Realismo retrata o momento presente, os conflitos do homem com o meio.

- Minúcia na caracterização da ação, a narrativa realista é lenta e detalhada.

- Linguagem simples e natural, próxima da realidade.

- Crítica das instituições (igreja, família e Estado), denúncia dos comportamentos irregulares ocultados pelas aparências de seriedade dos membros, mais especificamente da alta burguesia.