EDUCAÇÃO E IMAGINÁRIO SOCIAL: Revendo a escola

FERREIRA, Nilda Teves; EIZIRIK, Marisa Faermann. Educação e Imaginário Social: revendo a escola. Em Aberto, Brasília, 1994.

RESENHA CRÍTICA

Ívina Kelly Costa Ferreira^[1]

EDUCAÇÃO E IMAGINÁRIO SOCIAL: Revendo a escola.

Nilda Teves Ferreira possui graduação em Licenciatura em Matemática e Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Filosofia das Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui formação em Psicanálise. Professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Superintendente de graduação da UFRJ. Foi Diretora Geral de ensino da Secretária de Educação, Secretária de Ciência e Tecnologia da Secretária do Estado R.J. e professora titular da FGV_ IESAE. Atualmente é professora titular da Universidade Gama Filho.

Marisa Faermann Eizirik possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1970), mestrado em Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1975) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1986). Atualmente é Membro de comitê da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

A obra de Nilda Teves e Marisa Faerman aborda a escola como uma instituição mecânica, voltada ao cotidiano, alicerçado no conhecimento cientificamente construído através da história. Uma crítica a construção do conhecimento baseada somente na razão cientifica, onde limita as possibilidades de construir um novo leque de conhecimento a partir da realidade social e coletiva dos alunos. Uma aparente falta de aprofundamento da escola à simbologia de culturas ricas construídas com o tempo.

As autoras alertam sobre os sentidos que a educação e a escola estão assumindo em nossa sociedade. Diante disso, aborda o Imaginário Social como um novo olhar, uma nova demanda de leituras na sua concepção de relações de ensino aprendizagem. Essa preocupação se torna evidente devido aos problemas de formações e conceitos que desde muito tempo são base da escola. (p.6)

Para as autoras, esse processo de superação e preenchimento de “parâmetros” que ultrapassem as conjunturas já estabelecidas no contexto educacional se inicia com a resposta a algumas perguntas importantes. a) Em que consiste o Imaginário Social? b) que fronteiras marcam esse objeto de conhecimento? c) por quais vias podemos ter acesso a ele?

Conforme o texto, a primeira pergunta procura descobrir no que consiste o Imaginário Social, qual o fundamento que o torna um campo de investigação. As autoras citam o filósofo francês Henri Lefebvre que frisou no final do século passado que a filosofia e sociologia contemporânea distinguiram a imaginação individual de grandes simbolismos que há muito tempo já existia, mas que passou despercebido. (p.6) Outro conceito frisado pelas autoras vem do dizer de Castoriadis (1982) que define o Imaginário Social como uma rede de sentidos, que “consiste em ligar símbolos a significados e fazê-los valer como tais...”. (p.7)

Discorrem as autoras sobre a resposta a segunda indagação que procura saber sobre as fronteiras desse objeto de conhecimento. A complexidade dos estudos sobre o Imaginário Social torna difícil definir uma teoria que sirva de suporte. Isso ocorre devido à grande diversidade de abordagens, com múltiplas tendências metodológicas que se cruzam pelo caminho.

Na terceira pergunta, as autoras apontam as vias para se tiver acesso ao Imaginário Social. A linguagem religiosa, filosófica, política e arquitetônica. Cores, sons, gestos, sinais como signos de uma coletividade. Os corpos, os objetos, falam, tem suas lógicas próprias de atração por serem produções sociais. Essas formas de expressão nos remetem ao campo do Imaginário Social.(p.8)