EDUCAÇÃO: OS DEFICT DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
Por: Mary Lurdes • 11/9/2018 • Artigo • 1.429 Palavras (6 Páginas) • 235 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS-CESC
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSOR (A): ADRIANA RODRIGUES DE OLIVEIRA
ACADÊMICA: MAYRA DA SILVA E SILVA
EDUCAÇÃO: OS DEFICT DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
Neste mundo moderno no qual estamos inseridos, a educação tornou-se um meio elementar à ascensão social. Portanto, é de suma importância que haja investimento assíduo na educação por parte do poder público, pois, já é sabido que se o país não investe em educação jamais terá uma nação bem desenvolvida, em vista disso, há a necessidade de que a mesma (educação) seja ofertada de forma igualitária e eficaz para que todas as camadas sociais, sem exceção, possam de fato ascender socialmente. É válido ressaltar ainda, que o conhecimento não se constrói de forma isolada, é necessário que haja uma interação entre o ser e o meio no qual está inserido. A família é também, sem dúvidas, uma “peça” crucial para que o “quebra-cabeça” do conhecimento seja montado de forma coesa e coerente, em vista da construção de um senso crítico consistente.
Como visto acima, são muitos os componentes necessários à construção do saber, e para que ele se desenvolva de forma legítima é necessário que todos esses componentes se interliguem harmonicamente, afinal de contas, um influi ou outro. Tomemos como exemplo a educação brasileira que possuí um déficit herdado do período escravocrata, que possuía caráter seletivo, segundo a educadora e historiadora Otaíza Romanelli. Apesar de já terem passado vários séculos, ainda sim, encontra-se resquícios dessa educação com caráter seletivo, e isso faz com que uma das maiores dificuldades enfrentadas por muitos jovens brasileiros no itinerário escolar seja a própria escola. A desvalorização moral e financeira do professor é mais um agravante na educação brasileira. Os professores deveriam ser mais valorizados, afinal de contas, essa é a profissão base de todas as outras. A desvalorização moral e financeira do professor é mais um agravante na educação brasileira. Os professores deveriam ser mais valorizados, afinal de contas, essa é a profissão base de todas as outras. Quanto a essa desvalorização do professor, (COSTA, [2018]) afirma: “Os governos deveriam ouvir mais seus professores estaduais e municipais, são eles que lidam com a realidade do contexto que estão inseridos, e são eles os agentes que formam a base de todos os profissionais desse país”. O professor merece ser ouvido e respeitado.
O artigo está dividido em duas partes essenciais à construção do saber. A princípio será discorrido brevemente, sobre a importância da relação do sujeito com o meio social para a formação da sua capacidade cognitiva e coletiva, logo em seguida, as consequências do escasso investimento no sistema educacional brasileiro.
O conhecimento não se constrói de forma isolada, e sim por meio do convívio social do homem. A teoria da Epistemologia Genética de Jean Piaget, um renomado psicólogo e filósofo suíço, demonstra que de fato a interação do homem com o meio no qual está inserido é de suma importância para o desenvolvimento e aprimoramento da cognição humana. Para Piaget a inteligência do sujeito é um ajuste às novas situações, portanto, a mesma relaciona-se com a complexidade dessa interação do indivíduo com o meio e quanto mais complexa for esta interação, mais relevantes serão os resultados. Por isso, a construção do intelecto dá-se, em etapas ou estágios sequenciais, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras.
O primeiro contato do homem com a sociedade acontece no seu nascimento, a partir daí ele torna-se um integrante vitalício do meio social; o estágio inicial do seu desenvolvimento cognitivo acontece no seio familiar, visto que, é esse o primeiro grupo social com o qual a criança tem contato e dependendo do seu nível de organização, a família pode tornar-se o alicerce mais consistente da construção do itinerário escolar da criança.
Para o sociólogo francês, Émile Durkheim, o homem precisa ter consciência coletiva, pois sem esse princípio, a sociedade findará em vista da falta de harmonia. Por isso, a educação torna-se tão essencial ao desenvolvimento social, pois, é ela que conscientiza o homem de que a coletividade é indispensável a seu crescimento e desenvolvimento pessoal, visto que uma educação de qualidade torna as esferas sociais mais justas e coerentes. Então, Durkheim vê a educação como forma de socialização e sua definição para educação é a seguinte:
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio moral a que a criança, particularmente, se destine. (Durkheim, cap. 1 apoud RODRIGUES, 2011 p. 29)
É a educação que mantém a sociedade viva e saudável, pois, ela inibe as desigualdades, permite que sejamos iguais e diferentes ao mesmo tempo. Somente a educação faz com que pensemos assim, por isso, a educação é um processo social.
Mas, se não há investimentos assíduos em sistemas educacionais de qualidade as desigualdades sociais tendem a se alastrarem de forma alarmante, e essa, é a triste realidade do sistema educacional de muitos países, em particular, do Brasil. O professor, pesquisador e sociólogo brasileiro, Jessé Souza, ressalta que os inúmeros problemas enfrentados pelas escolas públicas brasileiras refletem de forma drástica o bom funcionamento das mesmas, comprometendo seriamente a função que a escola tem de promover a cidadania por meio da educação. Um dos déficit do sistema educacional do país é a má-fé institucional, que segundo SOUZA (2009, p.324-325) consiste em: “[...] manter a ralé na escola, sem isso significar, contudo, sua inclusão efetiva no mundo escolar, pois sua condição social e a própria instituição impedem a construção de uma relação afetiva com o conhecimento”. Assim sendo, a má-fé institucional faz com que uma das maiores dificuldades enfrentadas por muitos jovens brasileiros no itinerário escolar seja a própria escola. O caráter seletivo das instituições públicas é mais um ponto desfavorável à ascensão social dos nossos jovens brasileiros, quanto a isso Jessé fala que:
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